Será investido mais de R$ 1,9 bilhão em linhas de crédito no setor
Será investido mais de R$ 1,9 bilhão em linhas de crédito no setor
Elfrides Júnior | São Paulo (SP)
O governo federal deve liberar no início de junho os recursos do Funcafé, o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira. Segundo o secretário de produção e agroenergia do ministério da agricultura, Manoel Vicente Fernandes Bertone, o dinheiro vai chegar diretamente nas cooperativas de crédito, o que deve agilizar o processo.
O mercado do café, que vive um período de desequilíbrio, principalmente com os baixos estoques do grão, questiona a demora para se ter acesso aos recursos do Funcafé. O secretário, que participou do 4º Fórum do Café, promovido pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), afirma que o governo vai investir mais de R$ 1,9 bilhão em linhas de crédito.
Mesmo com todos esses recursos disponíveis, o governo ainda deve anunciar, no Plano Safra, um novo limite para o produtor que deseja custear a lavoura de café. O valor passa de R$ 400 mil para R$ 650 mil.
O secretário de agroenergia afirmou que os recursos serão liberados no início de junho e devem contemplar toda a cadeia produtiva do café.
– Esse ano nós temos para as linhas normais de crédito – colheita, custeio, estocagem e FAC. Os contratos vão ser assinados esta semana e na semana que vem, muito provavelmente, esses recursos já estarão nos bancos.
Mas segundo ele, o produtor não utiliza os financiamentos do governo. Por causa disso outros mecanismos devem ser criados.
– O ministro Wagner Rossi está orientando a Secretaria a alocar o máximo possível dos recursos nas cooperativas de crédito diretamente. De modo a que esses recursos cheguem mais rápido aos produtores. Vamos atender 100% das demandas das cooperativas de crédito com recursos do Funcafé – ressalta.
Já o analista de mercado Fernando Barros afirma que existe uma concorrência entre os recursos do Funcafé e dos bancos.
– Como o período que esses recursos do Funcafé deveriam estar disponíveis nos bancos é mais lento, a parte burocrática e documental, muitas vezes os bancos chegam e aplicam o dinheiro deles na frente, nas cooperativas, nos produtores. E quando chegam os recursos do Funcafé, eles muitas vezes não são aplicados na área de produção – assegura Barros.
O presidente do conselho deliberativo do Cecafé, João Antônio Lian, avalia que os produtores podem sim contar com os valores disponibilizados pelo governo. Segundo ele, R$ 300 milhões foram liberados para o refinanciamento de dívidas do setor.
– Os cafeicultores que estavam adimplentes e demandavam mais crédito para os seus investimentos de custeio e estocagem, puderam ser olhados pelo sistema financeiro nacional de uma forma diferente daqueles que possuíam endividamento crônico.
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