Governo arma sua estratégia para garantir preços na safra 2008/09

17 de dezembro de 2008 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado
Por: GAZETA MERCANTIL

Brasília, 17 de Dezembro de 2008 – O apoio às cooperativas é considerado essencial pelo governo como estratégia para evitar o agravamento da crise da agropecuária. O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse ontem que a proposta de liberar R$ 2 bilhões para as cooperativas já está em discussão com a área econômica do governo. Segundo o ministro, esse novo mecanismo de apoio precisa ser lançado ainda este ano ou no início de 2009, de forma a garantir sustentação para a comercialização da nova safra, a qual já está 98% plantada, calcula o governo. Além disso, o governo vai apostar também no lançamento de contratos de opção de compra e na formação de estoques reguladores, que “enxugam” o mercado e sustentam preços.


Segundo Stephanes, o apoio às cooperativas é necessário porque é por meio delas que metade da produção nacional de grãos é comercializada. Outro motivo que justificaria a nova linha de apoio à comercialização é o de evitar que os preços agrícolas caiam demais, o que desestimularia o plantio na safra 2009/10. Conforme Stephanes, no curto prazo não há risco de alta de preços de alimentos ao consumidor final. Pode até haver queda de preços. Ele explicou que isso ocorria porque o produtor rural, descapitalizado, seria obrigado a vender sua produção logo depois da colheita. “A falta de crédito pode até deprimir preços”, afirmou Stephanes. O governo quer estabelecer mecanismos oficiais de apoio para evitar que grandes empresas aproveitem o momento de restrição de caixa pelos produtores para forçar a comercialização a preços muito baixos.


O ministro da Agricultura participou ontem de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal. Aos parlamentares, admitiu que há demora entre a decisão do governo de apoiar a agricultura e a efetiva chegada do dinheiro ao campo. Segundo Stephanes, o Banco do Brasil aumentou em 40% a oferta de crédito para compensar a posição mais retraída das tradings e dos bancos privados, e que caso necessário o governo fará mais – o que é o caso da nova linha para as cooperativas. Para o futuro, o ministro da Agricultura tem uma visão otimista. “Passada a crise, é possível que as projeções otimistas voltem a ocorrer”.


A rigidez de regras ambientais foi alvo de críticas do ministro, que defendeu rápida reformulação do Código Florestal como solução para o problema. “Congelaremos 77% do território nacional para qualquer atividade”, disse Stephanes, considerando hipótese de aplicação rígida de todas as regras atuais. Destacou que essas regras representariam também a expulsão de até 2,5 milhões de pequenos agricultores de suas propriedades.
 

Mais Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.