Governo anunciará medidas para o café na segunda-feira (05/08)
BALANÇO SEMANAL — 29/07 a 02/08/2013
– Governo deverá anunciar medidas de apoio para o café na segunda-feira, dia 5 de agosto. No mercado, à espera do anúncio governamental, preços seguiram em queda
MEDIDAS DE APOIO A CAMINHO — Em reunião realizada na tarde de quinta-feira (1º/08) com o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, o presidente executivo do Conselho Nacional do Café (CNC), deputado federal Silas Brasileiro, e o presidente da Comissão Nacional do Café da Confederação da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (CNA), Breno Mesquita, tiveram a confirmação, do titular da Pasta, que as medidas de apoio ao setor serão divulgadas na próxima segunda-feira (05/08). O anúncio será feito pelo ministro em entrevista coletiva, às 16h, da qual também participarão os presidentes do CNC e da Comissão do Café da CNA.
Com a defasagem dos preços nos mercados interno e internacional, temos conhecimento que os produtores de café precisavam da implantação de medidas urgentes e as lideranças do setor de produção trabalharam intensamente para isso. Contudo, as ações não surgem à medida que apresentamos os pleitos, haja vista que precisam de estudos e análise do staff técnico do governo federal para viabilizar sua implementação.
Dessa maneira, a próxima segunda-feira deverá ser o dia em que todo o esforço e o trabalho realizados pelo setor – conforme noticiado em diversos boletins anteriores – serão reconhecidos. Somos cientes da difícil situação do cafeicultor brasileiro e, ainda que não de imediato, temos que agradecer o esforço empenhado pelo governo federal, desde os Ministérios da Agricultura e da Fazenda até à Casa Civil, para que o 5 de agosto seja um dia em que se celebre o consenso entre os setores público e privado da cafeicultura, pois será marcado pelo lançamento de um pacote que tende a devolver a competitividade do setor.
MERCADO — A semana foi marcada por quedas nas cotações futuras internacionais do café arábica e do robusta. O vencimento setembro do contrato C da bolsa de Nova York desvalorizou-se 665 pontos na semana, diante do prognóstico de condições climáticas favoráveis à colheita no Brasil e também em função da desvalorização do real. O fechamento da quinta-feira ficou no patamar mais baixo dos últimos quatro anos para o arábica, a US$ 1,1560 por libra-peso. O robusta, na bolsa de Londres, apresentou perda acumulada de US$ 56 por tonelada até o fechamento da quinta-feira no vencimento setembro do contrato 409.
A agenda norte-americana, com divulgação de estatísticas econômicas que superaram as expectativas dos analistas e aumentaram a preocupação dos investidores quanto ao aperto da política monetária pelo Banco Central dos Estados Unidos (FED, em inglês), teve forte impacto na taxa de câmbio brasileira.
Na semana, o dólar valorizou-se cerca de 2% ante o real, mesmo após sucessivas atuações do Banco Central do Brasil. Somente na quarta-feira, foram três intervenções da autoridade monetária no mercado cambial, o maior número desde agosto de 2002. Na quinta-feira, a média das cotações de compra e venda da moeda americana foi de R$ 2,30 – pela primeira vez em mais de quatro anos –, ante os R$ 2,25 do final da semana passada.
O movimento de desvalorização do real, intensificado a partir de junho, tem o efeito de estimular as exportações brasileiras de café. Estatísticas divulgadas esta semana pela Organização internacional do Café (OIC) mostram aumento de 18,5% no volume exportado de café pelo Brasil em junho frente ao mesmo mês de 2012. A participação brasileira nas vendas globais foi de 26%, equivalendo a um crescimento de 6% em relação a idêntico intervalo anterior.
Além do crescimento das exportações brasileiras, a retração da oferta de café do Vietnã, não só em junho como também no acumulado da temporada 2012/13, contribuiu para o aumento da fatia brasileira do mercado internacional. No sexto mês deste ano, o volume total exportado no mundo declinou para 8,6 milhões de sacas, ante as 9,6 milhões de sacas de junho de 2012.
Atenciosamente,
Dep. federal Silas Brasileiro
Presidente Executivo do CNC