São Paulo, 24 de Maio de 2007 – A última geada ocorreu em 2001, sem perdas significativas para a cafeicultura. Os cafeicultores brasileiros estão preocupados com a geada prevista pelos meteorologistas para amanhã.
São Paulo, 24 de Maio de 2007 – A última geada ocorreu em 2001, sem perdas significativas para a cafeicultura. Os cafeicultores brasileiros estão preocupados com a geada prevista pelos meteorologistas para amanhã. Segundo a Climatempo Meteorologia, uma forte massa de ar polar derruba a temperatura e atinge os cafezais do Brasil até o fim desta semana.
“Há possibilidade de formação de geadas nos cafezais do Norte do Paraná, de São Paulo e do Sul de Minas Gerais, mas com fraca intensidade’’, diz a meteorologista do Grupo Climatempo, Patrícia Madeira. A geada prevista é parecida com a ocorrida em julho de 2001, quando a temperatura chegou a 5,6ºC apenas em São Paulo.
Mesmo não sendo significativa, André Luiz Alvarenga Garcia, engenheiro agrônomo da Fundação Procafé, diz que a geada pode queimar entre 90% e 100% das lavouras cultivadas em regiões mais baixas. E isso, segundo ele, compromete a atual e a próxima safra, que será maior pela bianualidade alta.
Segundo a especialista da Climatempo, não há expectativa de grandes danos, embora a previsão seja de geadas inclusive fora das áreas de baixada. Apenas em Poços de Caldas (MG), segundo Patrícia, a temperatura pode cair abaixo de zero graus no solo.O agrônomo da Fundação lembra que com as expectativas do aquecimento global e por não ter ocorrido temperaturas tão baixas na região desde 2001, os produtores mineiros começaram a plantar cafés nas regiões mais baixas. Ou seja, ultrapassaram a linha de geada do relevo antes restrita ao plantio de café. “O pessoal acreditava que nunca ocorresse geada’’, acrescenta Garcia. Nessas regiões, diz Garcia, os cafezais geralmente sofrem muito quando a temperatura cai. Ele não calculou os possíveis prejuízos pelo fenômeno climático.
“Dependendo da intensidade da frente fria o fenômeno pode prejudicar até três safras”, diz o diretor da AgraFNP, José Vicente Ferraz. Segundo ele, como a geada prevista é considerada fraca, pode afetar a produção de apenas duas colheitas, pois na terceira as lavouras já estariam recuperadas.
O analista de mercado de café da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Jorge Queiroz, diz que a queda da temperatura é uma preocupação porque a safra prevista já é pequena devido o efeito de bianualidade, o que pode influenciar as cotações do produto. “Se houver a geada, poderá prejudicar o equilíbrio de oferta no mercado’’, diz. Para a safra atual, a Conab prevê colheita de 32,06 milhões de sacas, ante 42,5 milhões na safra 2006/07. Estima-se que cerca de 10% da produção já foi colhida.
Queiroz lembra que a frente fria não deve prejudicar de forma intensa os cafezais mineiros, onde se cultiva cerca de 50% da produção nacional, porque a região, por ser montanhosa, é menos sujeita à geada. A maior geada em regiões de café ocorreu em julho de 1975, quando foram dizimadas lavouras do Paraná, que cultivava 48% da produção nacional. A última geada em cafezais ocorreu em 2001.
As cotações do café na Bolsa de Nova York (Nybot) começaram a reagir com o “chamado mercado de clima”. Os preços acumulam valorização de 10,01% no mês. Os contratos com vencimento em julho foram negociados ontem a 112,05 centavos de dólar por libra-peso, alta de 0,44%.
(Gazeta Mercantil/Caderno C – Pág. 7)(Viviane Monteiro)
Publicação: 24/05/07
A última geada ocorreu em 2001, sem perdas significativas para a cafeicultura. Os cafeicultores brasileiros estão preocupados com a geada prevista pelos meteorologistas para amanhã. Segundo a Climatempo Meteorologia, uma forte massa de ar polar derruba a temperatura e atinge os cafezais do Brasil até o fim desta semana. “Há possibilidade de formação de geadas nos cafezais do Norte do Paraná, de São Paulo e do Sul de Minas Gerais, mas com fraca intensidade”, diz a meteorologista do Grupo Climatempo, Patrícia Madeira. A geada prevista é parecida com a ocorrida em julho de 2001, quando a temperatura chegou a 5,6ºC apenas em São Paulo. Mesmo não sendo significativa, André Luiz Alvarenga Garcia, engenheiro agrônomo da Fundação Procafé, diz que a geada pode queimar entre 90% e 100% das lavouras cultivadas em regiões mais baixas. E isso, segundo ele, compromete a atual e a próxima safra, que será maior pela bianualidade alta.
Segundo a especialista da Climatempo, não há expectativa de grandes danos, embora a previsão seja de geadas inclusive fora das áreas de baixada. Apenas em Poços de Caldas (MG), segundo Patrícia, a temperatura pode cair abaixo de zero graus no solo.O agrônomo da Fundação lembra que com as expectativas do aquecimento global e por não ter ocorrido temperaturas tão baixas na região desde 2001, os produtores mineiros começaram a plantar cafés nas regiões mais baixas. Ou seja, ultrapassaram a linha de geada do relevo antes restrita ao plantio de café. “O pessoal acreditava que nunca ocorresse geada”, acrescenta Garcia. Nessas regiões, diz Garcia, os cafezais geralmente sofrem muito quando a temperatura cai. Ele não calculou os possíveis prejuízos pelo fenômeno climático.
“Dependendo da intensidade da frente fria o fenômeno pode prejudicar até três safras”, diz o diretor da AgraFNP, José Vicente Ferraz. Segundo ele, como a geada prevista é considerada fraca, pode afetar a produção de apenas duas colheitas, pois na terceira as lavouras já estariam recuperadas.
O analista de mercado de café da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Jorge Queiroz, diz que a queda da temperatura é uma preocupação porque a safra prevista já é pequena devido o efeito de bianualidade, o que pode influenciar as cotações do produto. “Se houver a geada, poderá prejudicar o equilíbrio de oferta no mercado”, diz. Para a safra atual, a Conab prevê colheita de 32,06 milhões de sacas, ante 42,5 milhões na safra 2006/07. Estima-se que cerca de 10% da produção já foi colhida. Queiroz lembra que a frente fria não deve prejudicar de forma intensa os cafezais mineiros, onde se cultiva cerca de 50% da produção nacional, porque a região, por ser montanhosa, é menos sujeita à geada. A maior geada em regiões de café ocorreu em julho de 1975, quando foram dizimadas lavouras do Paraná, que cultivava 48% da produção nacional.
A última geada em cafezais ocorreu em 2001. As cotações do café na Bolsa de Nova York (Nybot) começaram a reagir com o “chamado mercado de clima”. Os preços acumulam valorização de 10,01% no mês. Os contratos com vencimento em julho foram negociados ontem a 112,05 centavos de dólar por libra-peso, alta de 0,44%.
(Gazeta Mercantil/Caderno C – Pág. 7)(Viviane Monteiro)