Restaurantes, bares e cafés do Rio criam promoções especiais a partir do livro, lançado pela Jorge Zahar Editor
O editor de tecnologia da revista The Economist, Tom Standage escreveu um livro com proposta ambiciosa, contar a história do mundo através de seis bebidas: cerveja, vinho, destilados, café, chá e Coca-Cola. O lançamento de A história do mundo em 6 copos (Jorge Zahar Editor) inspirou um festival que vai reunir seis restaurantes, bares e cafés do Rio e de São Paulo.
De 01 de dezembro a 12 de dezembro, seis restaurantes cariocas e seis paulistas vão criar drinques ou promoções especiais para degustar cada uma das bebidas. A maioria absoluta das inovações do cardápio tem edição limitada: só enquanto durar o festival.
No Rio, representam cada um dos 6 copos Armazém do Café (café), Academia da Cachaça (destilados), Garcia & Rodrigues (vinho), Eça (chá), Devassa (cerveja) e Joe&Leo´s (Coca-Cola). Em São Paulo, o grupo é formado por Suplicy Café (café), a Loja do Chá (chá), Bar Frangó (cerveja), Bar do Clube Chocolate (destilados), A Figueira Rubaiyat (vinho, a confirmar) e Joakin´s (Coca-Cola, a confirmar).
Na versão carioca, o Armazém do Café criou um blend especialíssimo de três grãos (mambo, valsa e G5) para celebrar o festival com um expresso com edição limitada. O Eça inaugura o seu horário para chá durante o festival e o chef belga Frédéric de Maeyer promete caprichar nos pães e doces, premiadíssimos, para acompanhar os chás Formule Os Maias, que vem com tuille de amêndoas e bombons recheados produzidos artesanalmente com o fino chocolate belga, o Formule Primo também com tuille de amêndoas e 1 opção de pâtisserie e o Formule A Relíquia que vem com 3 opções de pâtisserie, 2 opções de frutas da estação, 1 opção de suco de fruta, bombons recheados também produzidos artesanalmente, prato de queijos, pães, manteiga, 1 taça de vinho do Porto Graham’s Ruby. O Joe & Leo´s criou uma Vaca-Preta diferente para celebrar a Coca-Cola: batido com sorvete de creme, o refrigerante recebe caramelo – que faz parte de sua receita – em vez do chocolate da receita tradicional. As filiais do bar Devassa do Leblon, Barra e Flamengo, criaram uma promoção que vai movimentar suas mesas: tomando um chopp tulipa ou garotinho dos sabores loira, ruiva, negra e sarará o quinto chopp é por conta da casa e do sabor escolhido pelo cliente. A Academia da Cachaça, lança no festival um novo sabor de caipirinha; laranja com maracujá, uma batida de Cupuaçu e uma dose de cachaça especial. O Garcia e Rodrigues incluiu no festival um vinho tirado das vinícolas do fim do mundo, a Patagônia, o Cabernet Malbec Postales safra 2004 da casa argentina Bodega Del Fim do Mundo, tem aroma profundo e uma cor vermelha forte.
Curiosidades
– A história do mundo começa com a cerveja, descoberta na Mesopotâmia por volta de 10.000 a.C, os habitantes da região que hoje corresponde aproximadamente ao Egito e ao Oriente Próximo descobriram por acaso que o mingau feito com a cevada selvagem fermentava depois de um tempo, tornando-se levemente efervescente e embriagante. Em outras palavras, o mingau virava cerveja.
– O vinho, segundo copo da história, marcou a áurea época grega, onde só se bebia o vinho diluído com água. Beber vinho puro era considerado um costume bárbaro, pois tornava os homens violentos ou mesmo loucos. Também desempenhava o papel central nas relações sociais e religiosas, representando a sofisticação e a própria cultura grega. Mais tarde, também os romanos o elegeram como símbolo de status e poder.
– Os destilados como o uísque tem sua origem no século XV quando o vinho ainda era escasso nas regiões frias do norte da Europa, passou-se a destilar a cerveja, que se transformava em uísque. Já o rum, vem do Rumbulião, gíria do sul da Inglaterra que significava briga ou comoção violenta. Como esse era o resultado quando se bebiam grandes quantidades de um certo destilado feito a partir da cana-de-açúcar em Barbados, deram a ele esse nome, logo encurtado para, simplesmente, rum. O costume de adicionar suco de limão a bebida para torná-lo mais palatável foi responsável, em grande parte, pela supremacia naval britânica durante o século XVIII. A vitamina C contida na bebida evitava uma doença muito comum entre os marinheiros na época, o escorbuto.
– O café foi descoberto por um pastor de cabras etíope que notou que seu rebanho ficava muito alegre depois de comer as frutinhas avermelhadas de uma determinada árvore. Ele resolveu experimentá-las também, e descobriu o poder estimulante do café. Foi em um café público de Paris, o Café de Foy, que o advogado Camille Desmoulins fez um discurso conclamando o povo a pegar em armas e colocar a Revolução Francesa em prática, em 12 de julho de 1789.
– O imperador chinês Sheng Nung (que reinou de 2737 a 2697 a.C.) foi quem sem querer descobriu o chá. Ele estaria fervendo água usando arbustos selvagens para alimentar o fogo, quando uma lufada de vento jogou algumas folhas da planta dentro de seu pote. O imperador achou a bebida delicada e reanimadora, e difundiu seu uso.
– A coca-cola surgiu em 1886 aproveitando a moda dos “remédios patenteados” – misturas com ingredientes exóticos que prometiam curas milagrosas para os mais diversos. A primeira versão consistia numa mistura de vinho, água gaseificada, extratos de coca e da planta de cola africana. Acreditava-se que todos esses ingredientes tivessem poderes terapêuticos e estimulantes, e a bebida era vendida em farmácias.
FESTIVAL 6 COPOS
01 de dezembro a 12 de dezembro
RIO DE JANEIRO
Armazém Do Café
Blend especial Café Sonata – R$ 3,60
Descrição: mistura dos grãos dos cafés mambo, valsa e G5.
· CAFÉ MAMBO – Café especial lavado (washed coffee) exclusivo do sul de Minas. “Café gourmet especial”. Bebida estritamente suave (mild e sweet mellow taste) grão médio superior.
· CAFÉ VALSA – Café da alta mogiana paulista, exclusivo da fazenda liberdade. É um dos cafés brasileiros mais caros vendidos no exterior. Bebida encorpada. Grão peneira 16.
· G5 – um grão de café especialíssimo, o mercado produtor brasileiro passa a contar com a região do Cerrado Baiano, o novo eldorado do café no país.
Academia Da Cachaça
Caipirinha de laranja com maracujá
Batida de Cupuaçu
Dose de cachaça especial
Garcia & Rodrigues
Cabernet Malbec Postales Bodega Del Fim do Mundo 2004 (Argentina – Patagônia)
Taça R$ 9,00
Garrafa R$ 28,00
Eça
Formule Os Maias – R$ 9,00
Chá quente ou gelado, tuille de amêndoas (4und), bombons recheados produzidos artesanalmente com o fino chocolate Belga (06 und)
Formule Primo Basílio – R$ 16,50
Chá quente ou gelado, tuille de amêndoas (4 und), 1 opção de pâtisserie
Formule A Relíquia – R$ 45,00
Chá quente ou gelado, 3 opções de pâtisserie, 2 opções de frutas da estação, 1 opção de suco de fruta, bombons recheados produzidos artesanalmente com o fino chocolate Belga (06 und), prato de queijos, pães, manteiga, 1 taça de vinho do Porto Graham’s Ruby
Devassa
Leblon, Barra e Flamengo, tomando um chopp tulipa (R$ 3,50) ou garotinho (R$ 2,90) do loira, ruiva, negra e sarará o quinto chopp é por conta da casa e do sabor escolhido.
Joe&Leo´s
Milk Shake Black Cow – coca-cola, sorvete de creme e calda de caramelo – R$ 8,90
SÃO PAULO
Loja do Chá
Suplicy Café
Bar Frangó
Bar do Clube Chocolate
A Figueira Rubaiyat (a confirmar)
Joakin´s (a confirmar)
História do mundo em 6 copos
Tom Standage
Tom Standage escolhe um ângulo inusitado para analisar as civilizações: as bebidas. Em seis copos, o autor mostra como a cerveja, o vinho, os destilados, o café, o chá e a Coca-Cola influenciaram os rumos da história mundial e definiram políticas e práticas sociais. Da pré-história à era da globalização, as sociedades elegeram diferentes bebidas e tiveram suas trajetórias fortemente ligadas a elas.
A descoberta da cerveja na Mesopotâmia é associada ao estabelecimento de tribos nômades em locais fixos e à adoção da agricultura, e foi um dos fatores decisivos para o desenvolvimento da escrita.
Muitos séculos depois, no apogeu da civilização grega, era o vinho que desempenhava o papel central nas relações sociais e religiosas, representando a sofisticação e a própria cultura gregas. Mais tarde, também os romanos o elegeram como símbolo de status e poder.
Algumas bebidas determinaram até a política externa das nações. Foi o caso dos destilados, que influenciaram a relação das metrópoles européias com suas colônias e cuja taxação precipitou o processo de independência dos EUA. O mesmo ocorreu com o chá, responsável por embates no continente americano assim como na Ásia, onde as conturbadas relações com a China em torno do comércio das folhas resultaram na Guerra do Ópio e na exploração crescente da Índia.
O café, uma descoberta árabe, teve grande sucesso na Europa, representando com perfeição os valores da era da razão. Os cafés públicos propiciavam o debate e a difusão de novas idéias, formando uma ágil rede de informações – a Internet primitiva.
A bebida que mais se identifica com os tempos atuais, porém, é a Coca-Cola. Encarnando os valores de liberdade individual e progresso, tornou-se um dos ícones da globalização.
O autor termina sua viagem com um epílogo dedicado à água, base de todas as bebidas consumidas pelos seres humanos e fator cada vez mais determinante da geopolítica mundial.
Sobre o autor: Tom Standage é editor de tecnologia da revista The Economist e autor de diversos livros. Escreveu artigos de ciência e tecnologia para muitos periódicos, incluindo Daily Telegraph, Wired e Guardian.