Nos 12 meses entre fevereiro de 2015 e janeiro de 2016, o total exportado foi de 36.589.826 sacas, mantendo o bom desempenho.
O balanço das exportações de café referente a janeiro acaba de ser concluído pela equipe de estatística do CeCafé – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil.
Em janeiro de 2016 foram registradas 2,7 milhões de sacas, número menor ao computado no mesmo período do ano anterior. “Isso já era esperado, pois as condições climáticas desfavoráveis interferiram na produção, afetando diretamente as exportações neste segundo semestre do ano-cafeeiro 2015/2016”, afirma Nelson Carvalhaes, presidente do CeCafé.
“A expectativa, contudo, é muito otimista. O Brasil já representa quase 40% do consumo mundial de café (seja externo ou suprindo a demanda interna)”, complementa Carvalhaes.
O CeCafé espera que a partir do início do próximo ano-safra (em julho) a tendência seja de retomada intensa das exportações. “Temos estoques baixos no Brasil, pois tudo que é produzido é vendido. A demanda é crescente e ao longo da próxima década o país precisará produzir cerca de 12 milhões de sacas a mais, pois sabemos que, além do consumo estar em uma curva ascendente, nossa fatia de participação também dá sinais de crescimento, com a média anual de 2,4% do consumo global a mais só nos últimos quatro anos”, acrescenta.
Preço
As commodities em geral estão enfrentando um declínio nos preços e o café segue essa tendência. O preço médio em janeiro fechou em US$ 148,16 a saca. A receita cambial ficou em US$ 401 milhões, sendo a média mensal dos últimos 12 meses de US$ 495 milhões.
Café Arábica é destaque
O destaque no ano-safra foi o café arábica, cujo desempenho foi o melhor dos últimos cinco anos, tendo um aumento de 3,3%. De julho de 2015 até janeiro deste ano foram embarcadas mais de 17,9 milhões de sacas só dessa qualidade.
O café conilon também somou o expressivo volume de 1,9 milhão de sacas. As exportações totais no período se mantiveram no mesmo patamar em comparação ao ano-safra anterior, com um ligeiro incremento.
Países emergentes aumentam consumo
Quanto aos países de destino é importante mencionar que o Brasil manteve seu share. O aumento de consumo nos emergentes e nos produtores merece ser mencionado. O primeiro já representa 17,1% das exportações de café do Brasil, um aumento de 9% total embarcado. Já os produtores importaram 46%, representando atualmente 2,6% de todo o café que sai do Brasil.
Em janeiro, entre os principais mercados, estão os EUA que consumiram 4,9% mais café brasileiro, a Itália com o incremento de 3,4%, e a Turquia e Eslovênia, que tiveram aumento de 33,7% e 45,2%, respectivamente.
Cafés Diferenciados
Outro setor que chama a atenção é o de cafés diferenciados, que já constituem 18,4% de todo o produto exportado pelo Brasil. Só em janeiro foram 497.700 sacas, sendo o carro-chefe o arábica, com 494.205 sacas. O robusta ficou em 3.495 sacas. O ágio dos cafés diferenciados ficou em 37% no período.
Concentração no Porto de Santos
Em relação aos portos de embarque, o de Santos permanece concentrando as exportações, com mais de 2,34 milhões de sacas passando por ali, equivalentes a 86,5% de todo o café exportado – 6,3% a mais de participação em relação ao mês anterior.
“O setor espera um excelente desempenho no próximo ano-safra. Um fato que não pode ser esquecido é que a desvalorização do Real frente ao dólar impulsionou e colaborou com as exportações em 2015 e os produtores brasileiros vêm trabalhando para produzir cada vez mais, com mais qualidade, para atender a essa e novas demandas”, conclui Carvalhaes.
Veja abaixo o relatório completo do CeCafé: