Especuladores das bolsas vendem contratos equivalentes a 10 milhões de sacas de café e dólar se valoriza no cenário internacional, com essas duas condicionantes os fundos vendem, a despeito dos fundamentos a curto prazo.
A incógnita é como o Brasil irá comercializar a sua próxima safra. Há notícias de quebras significativas na próxima safra de café da América Central e o mercado, desrespeitando os fundamentos, especulam uma super safra brasileira no ano em que deveria ter acontecido uma correção anual de 10% a 15%.
Nesse momento é necessário uma política pública para dar continuidade e orientar o preço para o produtor. “Na nossa visão o crédito não resolve, o crédito ajuda e faz a safra fluir. O que é fundamental é o governo destruir essa especulação no mercado e fazer um plano de opção ou de aquisição”, diz o Superintendente da Cooparaíso, Francisco Ourique.
Todos os outros países produtores de café estão comercializando com prêmio, o Brasil é o único país que continua vendendo com desconto por falta de uma política pública clara, para sustentar os preços e diminuir a entrada de café no mercado. “O governo precisa cumprir o seu papel de arbitrar interesses e o conflito agora é que os especuladores estão derrubando os preços e tentando instalar um pânico de comercialização exclusivamente para o Brasil porque os demais países têm políticas públicas definidas”, completa Ourique.
O preço mínimo estipulado pelo governo para o café é de R$ 307 por saca, mas, nesse momento, em São Sebastião do Paraíso, a saca está sendo vendida a R$ 290.