“Para o abandono de áreas, quebradeira das pequenas e médias cidades, falta de alimentos, aumento dos gastos com saúde e da violência urbana e rural e, pior, perda da competitividade externa tão dificilmente conquistada (e sem subsídios para salvá-la, como nos EUA, UE e Ásia). Privilegiando alguns grupos estrangeiros e os bancos, assiste-se a destruir o que temos de melhor e, mais uma vez, todas as contas sobrarão para o POVO.”
Amigos, como especialistas em formulação de tendências, infelizmente, muitas vezes, é necessário expressarmos opiniões, nem sempre otimistas, e com as quais alguns podem não concordar, mas que podem servir de alerta para o povo e para os Governos, pois ainda há tempo para mudanças e para vencer as desesperanças e mitigar as decepções.
Aliás, como nós, e a maioria dos produtores rurais, ainda acreditamos muito no atual Governo, espera-se mostrar nesta “critica construtiva” uma série de erros que vêm sendo cometidos no tocante aos agronegócios, em especial à produção rural.
Nossa agropecuária está perdendo rapidamente a competitividade externa e de forma progressiva, velada, maléfica e por uma série de motivos que passamos a descrever e para os quais esperamos críticas e colaborações. O Modelo atualmente adotado está matando os agricultores, sobretudo os familiares e os médios produtores. Só nos unindo e de, forma responsável e organizada, convencendo os Governos e entidades é que poderemos reverter tal quadro.
Aliás, precisamos urgente sair da retórica da união e praticá-la nas associações, nas cooperativas de resultados, nos sindicatos rurais, nas federações de agricultura e até nos partidos políticos.
O caso recente dos fertilizantes mostrou que é possível mudar quando se quer. Bastou o MAPA botar um pouco de pressão no DNPM e o Governo estimular a VALE e a PETROBRAS que poderemos nos transformar, em 5 a 10 anos, de importadores em exportadores (será que o agricultor agüenta até lá?).
Aliás, porque será que os preços dos fertilizantes já cairam até 40% agora que a maior parte da safra foi plantada? Também, porque agora neste fim de ano algumas empresas do Setor têm a “cara de pau” de pedir ajuda ao Governo, devido às quedas dos preços e das vendas? (e com certeza serão atendidas e bem mais rápido do que os agricultores). Seria também de perguntar ao MAPA se não falta fazer o mesmo:
a) na liberação total das importações de agroquímicos e/ou incentivos à ampliação da produção dos genéricos?;
b) incentivos à produção própria, ou cooperativada, dos fertilizantes organo-minerais com preços muito menores e já comprovadamente eficazes e por 1/3 dos custos dos apenas químicos;
c) programas para reduções dos fretes e dos custos dos portos (inclusive fiscalização intensiva e até congelamento dos custos ou subsídios, se necessários, e aceleração das obras de “dragagem”, tantas vezes já liberadas, mas nunca executadas a contento). Estudar melhor e procurar rever o Decreto 6.620 relativo à implementação da Nova Lei dos Portos, pois – ao exigir a preponderância de cargas próprias e a necessidade das demoradas licitações para novos terminais, mesmo que privados, inibe investimentos e prejudica a modernização e a construção de novos portos e em locais mais estratégicos;
d) renovação do Crédito Rural cujo Sistema e Lei é de 1965;
e) hedge prévio e planejado das Carteiras de Créditos pelo (s) Governo (s) – se necessário até em Chicago e NY – e repasses de apenas 1/3 dos custos aos agricultores;
f) criação do Seguro de Renda e com adoção obrigatória nos financiamentos de quase todos os cultivos e na maioria dos locais (como na Espanha e o que levaria a custos finais baixíssimos, sendo lá utilizado até com fundo de aposentadoria rural);
g) extinção dos absurdos AFRMM e FMM, substituindo-os pelo Fundo de Garantia para a Construção Naval (FGCN;
h) ampliação do Programa “draw-back verde-amarelo” etc.. Concluindo, é hora de construirmos, realmente, uma Política Agrícola ética, eficaz, a favor somente dos produtores rurais e de longo prazo.
DEIXAREMOS OS PRODUTORES QUEBRAREM PRIMEIRO E APÓS SUAS COOPERATIVAS E AGROINDÚSTRIAS OU NÃO SERIA MELHOR FORÇAR A DIVISÃO DOS GANHOS NAS CADEIAS, VIA POLÍTICA AGRÍCOLA EFETIVA?
“Para Telmo Heinen da ABRASGRÃOS, certamente, a agricultura no Brasil é uma competição para ver quem “quebra” por último. Como o último não quebra por que após um ano de preço muito baixo, reduz-se a área colhida e/ou a produtividade média forçosamente e em seguida os preços reagem.
Então, pessoas de outros ramos de atividade aplicam seu dinheiro na agricultura para multiplicá-lo e assim a atividade continua, mas diminuem muito as chances de os endividados recuperarem a ua posição econômica viável.
“Todo o mundo é a favor da “concorrência” em qualquer atividade econômica como forma de baixar os preços. Entretanto na agricultura alcançamos o que se pode chamar de “Concorrência Perfeita”, ou seja, somos consagrados TOMADORES de preços. Infelizmente, na prática, quando a concorrência é perfeita, a tendência do lucro é ser “ZERO”.
“Ainda para o Telmo, a escolha está em competir pelo mercado ou “cooperar” pelos lucros. Ambas passam pela união da classe, seja pelo Cooperativismo ou então pela idéia de ganhos da, e para toda, Cadeia Produtiva onde inclusive as próprias cooperativas podem participar.
Neste caso objetiva-se a resguardar os ganhos de cada elo da cadeia. Não adianta em determinado ano o produtor de milho rir do criador de suínos e de frangos e no outro os criadores rirem do plantador de milho.
Não seria muito melhor e mais justo reunirem-se, combinarem e ambos rirem juntos o tempo todo?” Assim, um Grupo garantiria até antecipadamente a oferta, e o outro, a demanda, e tudo por um preço justo para ambos e até em longo prazo (se possível com uso das operações “ex-pit” na BM&F).
“Nosso ex-Ministro Alysson Paulinelli – o ‘homem do cerrado” – cita como máxima a frase “Quem se organiza ajuda a fazer, Quem não se organiza recebe feito, Mal feito” – e o Telmo diz: “Seja um agente das mudanças positivas por que com certeza você será um beneficiário delas”.
Quem continua fazendo as mesmas coisas de sempre terá os mesmos resultados de sempre.No mundo inteiro, a sociedade exige da agropecuária uma alimentação farta, barata e de qualidade (até hoje ainda não se conseguiu viver, adequadamente, e reproduzir sem comida e sem roupas). Em contrapartida, a obrigação da sociedade é colocar a sua poupança à disposição da produção de alimentos. Para muitos povos, a fartura de alimentos (excesso) é uma dádiva de Deus.
Para outros, é um castigo, pois cerca de 10% de excesso na produção pode causar um aviltamento de até 30% nos preços. Por outro lado, cerca de 10% de falta na produção pode provocar um aumento muito maior do que 40% nos preços. Portanto o que é melhor? vender 90 % da colheita por 140% do preço normal ou vender 110% da colheita por 70% do preço normal? Note que uma variação de 10% na amplitude do intervalo da produção causa uma variação de até 100% nos preços.
O Governo deveria se obrigar a equilibrar isto, através de políticas públicas efetivas e, ao mesmo tempo, garantir o abastecimento por preços justos, sobretudo dos pobres e em locais distantes”.
Vejam o caso atual do essencial trigo, e de seus derivados, quando estamos a muitos anos a total mercê de alguns países, sobretudo da Argentina. No milho, também acontece muito a mesma coisa, onde anos de ofertas excessivas são intercalados com outros de escassez quase absoluta, chegando ao ponto de termos de importar milho de baixa qualidade.
“Como se vê, é politicamente incorreto o setor de alimentos propugnar por uma intervenção própria na sua oferta, mas, por outro lado merece todo o apoio, até com pesados subsídios como ocorre nos países cuja memória de escassez continua latente. Mas quem sabe não nos reste outra alternativa?”
Aqui, comento que o Telmo tem total razão, principalmente no aspecto da necessária divisão eqüitativa dos ganhos da cadeia com o elo mais fraco (os produtores rurais). Em nossos projetos de investimentos externos no agronegócio (cfe. descritos em nosso site www.agrovisions.com.br) – com recursos de fundos de pensão internacionais e mais vendas prévias e diretas aos consumidores, ambos no longo prazo – as principais premissas são a divisão dos ganhos (mesmo que o investidor tenha que colocar cerca de 70% dos recursos dos projetos) e o total respeito sócio-ambiental (que encaramos como um grande negócio e não como problema).
Quando organizamos os grupos de produtores para tanto e mostramos-lhes as possibilidades de futuras rendas, eles, simplesmente, riem e não acreditam, tão acostumados que estão em serem explorados e por muitos anos.
A QUAIS PAÍSES NOS ASSEMELHAMOS EM TERMOS DE ERROS DA POLÍTICA AGRÍCOLA?
Aos EUA, aos da U.E. e a alguns da Ásia (Japão, Coréia etc.) e que perderam, progressivamente, a competitividade no agronegócio mundial pela forte elevação dos custos de produção e dos custos industriais – via elevação dos preços e das exigências da mão-de-obra (pela poderosa AFL-CIO) -; total privatização da agricultura etc. (mas, que só sobrevive com elevados subsídios pelo povo) e agora tentam compensar isto, concedendo pesados subsídios aos preços, a comercialização e até a produção.
Também lhes sobraram uma devastação ambiental forte e continuada e o esgotamento dos seus recursos naturais, em especial da água (hoje já bem mais cara que o petróleo). A diferença é que lá eles dependem pouco, agora, da agricultura e têm muitos recursos para bancarem os pesados subsídios, ao contrário do Brasil.
Na verdade, hoje, estamos copiando os erros deles, exceto em subsídios e não bons exemplos como alguns da Austrália, Nova Zelândia e Chile, por exemplo. Aliás, quantos anos o Governo brasileiro – orientado por bons consultores – perdeu, tentando reduzir os subsídios nos Países ricos, em vez de arranjar formas e recursos para até ampliar os nossos para sustentar e garantir, realmente, os preços pagos aos agricultores e/ou baixar os custos?
Todos sabem que a ONU (e suas OMC, FAO, OIT etc.) é sustentada, praticamente, por uns 10 países muito ricos e que, às vezes, controlam suas decisões, segundo seus interesses. Quantos Acordos de comércio direto o Brasil tem hoje com outros países? Quantos tem o Chile? No que deu a nossa vitória no “panel” do algodão contra os EUA?
PORQUE ESTAMOS PERDENDO A COMPETITIVIDADE EXTERNA E, FUTURAMENTE, ATÉ DESABASTECENDO INTERNAMENTE?
a) quebradeira generalizada e seqüente da agricultura, por perdas de renda agrícola dos produtores– Esta tende a ampliar, levando também a quebra das suas cooperativas, das pequenas e médias agroindústrias, do comércio em geral e até das pequenas e médias cidades;
b) falta de medidas que, realmente, resolvam os problemas e cortando o mal pela raiz e de forma duradoura- O Setor Rural precisa de menos shows, menos apagamentos de incêndios e de medidas apenas paliativas e mais de ações efetivas voltadas para resultados imediatos e por longo prazo. Aliás, progressivamente e novamente copiando o errado modelo americano (vejam no que deu), o Brasil pode estar se tornando o País do marketing e da propaganda, onde algumas vezes, infelizmente, até 01 mentira repetida 10 vezes pode virar 01 verdade;
c) falta de uma Política Agrícola real, efetiva, duradoura e mais a favor do produror rural- Desde o Plano Real, os últimos Governos querem inserir os produtores rurais – de forma forçosa e rápida – na agricultura de mercado (na verdade apenas copiando modelos norte-americanos e que não servem para a nossa realidade) e sem prepará-los e dar condições para tanto. Interessante é que o novo e atual Governo era, e talvez ainda seja, a esperança final do verdadeiro agricultor.
Na verdade, o Governo do Plano Real montou e o Governo atual ainda mantém, incrivelmente, uma política agrícola (que muitos afirmam que sequer existe) baseada somente em “estoque zero” e financiamentos “zero”. Ela, certamente, leva os setores ao elevado endividamento e sem solução, a perda progressiva da renda, a bancarrota rural e a quebradeira geral das pequenas e médias cidades, ao desinteresse progressivo, a venda dos imóveis e sua concentração, aos suicídios e ao significativo aumento da violência rural e urbana etc.. Hoje, no meio urbano quem compra um imóvel rural ou uma simples chácara para lazer é, muitas vezes, considerado pelos colegas como um “trouxa”, como se os alimentos nascessem prontos.
Concluindo: podem vir algumas perguntas: porque os agricultores, praticamente, não são consultados de forma previa – diretamente ou em audiência pública – na hora de se formular os Planos-Safra (em geral, escondidos até o último minuto de sua divulgação) e, ainda, as ações da Política Agrícola? Muitos agricultores perguntam: porque se armou o circo das câmaras-setoriais, que não têm poder de decisão, mas que dão ótimas visibilidades políticas para os participantes/coordenadores?
Porque as agroindústrias recorrem hoje mais ao MAPA/EMBRAPA etc. nos seus pedidos do que a CNI, ao MCT ou ao MDIC, por exemplo? Por que será que os agricultores reais, praticamente, se negam a participar nas reuniões do MAPA, em especial das tais “câmaras”? Porque, segundo críticos, muitas ações e diretivas do atual Ministro (aliás, bem intencionado e sério) não conseguem avançar, dentro do próprio MAPA?
d) falta de dados confiáveis para a construção de uma Política Agricola real, bem baseada e duradoura – Especialistas em análises de dados estão seriamente preocupados com a possível “falsidade” de alguns numeros da agricultura brasileira. Segundo eles, o Censo Agropecuário do IBGE em 2006-2007 pode ter sido um fracasso na medida em que extra-oficialmente mais da metade dos agricultores afirmam que não tiveram suas propriedades visitadas.
Como pode um Governo administrar corretamente um Setor cujos números não merecem credibilidade? É impossível administrar corretamente em cima de números errados, ou pela média ou pela simples amostragem. Só se acerta por acaso, assim mesmo se a Instituição for muito boa. Parece ser um caso “tipicamente brasileiro” e que precisa ser muito bem esclarecido (talvez, por isto, o Censo Agropecuário esteja demorando tanto para ser divulgado);
e) forte, constante e progressiva transferência de renda dos setores produtivos para os de processamento (trading e agroindústrias), distribuição (atacado, supermercados, varejo, “fast food”, mídia etc.) e, principalmente, para os consumidores – Nosso alimento hoje é um dos mais baratos do mundo e sobra muita comida que chega a ser jogada fora, infelizmente.
Comparem os índices FGV de preços recebidos pelos produtores com os Pagos pelos principais insumos – e, principalmente, com os índices FIPE de preços pagos pelos consumidores após o Plano Real – e vejam as brutais transferências de rendas ocorridas. A titulo informativo, segundo a CONAB, na safra 1998/99, o custo médio de produção da soja em Primavera do Leste (MT) foi de US$ 8,76/sc, ampliando, incrivelmente, para US$ 20,90/sc na safra 2008/09 (medidos em julho/2008), ou seja, +138,6%.
Já em Rio Verde (GO), o custo do milho teve incremento de 100,4% em igual período, aumentando de US$ 5,64/sc para US$ 11,30/sc (detectados em setembro/2008). Já, em termos de evolução dos preços recebidos entre março de 1999 e os projetados para março de 2009, os de soja no MT devem ampliar de US$ 6,83/sc para US$ 13,00/sc, ou seja, +90%. Já os de milho em GO devem aumentar de US$ 6,10/sc para apenas US$ 6,80/sc, ou seja, +11,5%.
Notem, segundo os números, as elevadas perdas de renda líquida da soja e as elevadíssimas do milho. Na soja, os custos podem ampliar 54,0% mais do que os preços recebidos e, no milho, os custos podem elevar, simplesmente, 773,% mais do que os preços recebidos;
f) possível desobediência civil de todos os Bancos e demais agentes, inclusive BACEN, nas concessões de recursos essenciais e de forma rápida para os produtores rurais e agroindústrias como ocorria antes do Plano Real –
Segundo informes sigilosos de clientes prejudicados centenas de limites de crédito dos produtores rurais, e para capital de giro de empresas do agronegócio, podem ter sido rebaixados recentemente nos Bancos sem nenhum motivo (vez que o valor das garantias não reduziu) – e contra determinações do Governo de ampliar as assistências, colocando agricultores e empresas em dificuldades e num momento extremamente difícil e em que mais precisam de apoios.
Também, citam que todos os pedidos de revisão daqueles limites ou de sua ampliação – inclusive com apresentação de novas garantias – são sistematicamente negados ou “empurrados com a barriga”, possivelmente devido às orientações negativas e perversas das áreas de finanças e de riscos, que estariam priorizando empréstimos para montadoras de automóveis, grandes indústrias (PETROBRÁS, VALE etc..) e indústrias de base etc.. (setores que geram muito menos emprego e renda no País, mas que podem retribuir muito mais negocialmente).
Também, chegou-se ao ponto, em meados de novembro/2008, de os Bancos, de forma ousada e “desobediente”, devolverem cerca de R$ 7,0 bilhões ao BACEN e na hora que os agricultores mais precisavam (segundo relatos “estupefatos” do presidente da bancada ruralista: Deputado Valdir Collato). Mesmo o Governo mandando e liberando, os recursos não chegam, demoram a chegar ou nunca chegarão aos agricultores, pois a concessão de Crédito Rural parece ser a última prioridade das agências e os Gerentes – com boa vontade, também “chateados”, mas ao que parece por orientação ou pressão das matrizes – colocam no Setor Rural poucos funcionários e ainda inexperientes ou recém-empossados. Embora explorem ao extremo os depósitos à vista e as pequenas poupanças dos agropecuaristas, trabalhadores e da classe média rural – e dependam totalmente deles e do pequeno comércio na hora das captações e das fidelizações -, as atuais prioridades conhecidas de todos os Bancos são negócios com varejo e, pior, vendas de cartões, títulos de capitalização, seguros, financeiras etc.
E não adianta o Governo mandar ou reclamar, pois quase já se trata de desobediência civil. No inicio de dezembro, o Ministro da Agricultura, incrivelmente, reclamou publicamente que o crédito do Governo para o agronegócio não fluía, pois o “terceiro e quarto” escalões do Governo nos Ministérios, Bancos, BNDES etc., simplesmente, não deixavam ou obstaculizavam, exercendo o “proselitismo partidário” e não o “tecnicismo” necessário. Também, todos no interior sabem que o FPM mensal mais as distribuições de ICMS e os salários dos professores e funcionários do Estado – tão ambicionados pelos bancos locais – têm origem, exatamente, nos resultados dos agronegócios anuais dos municípios. Mesmo que queiram, as atuais áreas de agronegocios das matrizes são as que menos mandam, ou podem opinar, nos Bancos, hoje, pois não têm agências próprias e dependem das boas vontades das agências comandadas palas áreas de varejo e/ou de atacado de todos os Bancos (um modelo perverso e que permanece há 8 anos, mesmo no novo Governo).
Segundo os críticos e textos da ANABB e Sindicatos, em 2000, em pleno Governo FHC, a Consultoria Booz Allen & Hamilton divulgou seu estudo sobre as mudanças necessárias nos Bancos oficiais, em especial no BB e Caixa, para lhes dar maior competitividade, mas cujo grande objetivo era as suas “privatizações”, mesmo que veladas, e após a sua divisão interna. Segundo os críticos, para tanto, precisava-se enfraquecer as áreas em que o BB era mais ágil e melhor, exatamente, o Crédito Rural e o Comércio Exterior, mas que geravam menos receitas DIRETAS ou tinham mais riscos.
Com isto, extingui-se as agências de Crédito Rural e iniciou-se um processo de enfraquecimento da carteira rural até hoje em curso. Aliás, vem a pergunta por que é mesmo que acabaram com as agências rurais dos bancos (CREAI) e as substituíram por agências de varejo – automatizadas e com mão-de-obra gratuita do cliente (que mesmo assim paga altas tarifas), mas que não estão adaptadas para o Crédito Rural, principalmente do agricultor familiar (que quase é “escondido” dos demais clientes ricos).
A ordem atual, inclusive no Crédito rural, é automatizar, reduzir custos e ganhar muito e isto como se a agricultura fosse automática e não dependente de variáveis incontroláveis. Também automatizando fica muito mais fácil controlar, dominar, cortar, transferir, cobrar, debitar etc.. Hoje, em quase todos os Bancos, a área de Crédito Rural é “o patinho feio” do Crédito, embora altamente lucrativa e fiel (em geral as inadimplências de outras áreas, como “varejo”, são muito mais amplas do que na área rural, mas sequer isto pode ser divulgado).
Além disso, têm de acatar as ordens das áreas de finanças e de riscos de crédito que precisam atender as ordens do Acordo de Basiléia I e Basiléia II (parece que elas só valem mesmo para os agricultores do Brasil, pois nos EUA devem rir delas) e do chamado “Novo Mercado” da BOVESPA (“que balela”). E olha que o Crédito Rural gera boas tarifas anuais para os Bancos e não há perdas de encargos, pois o Governo cobre as diferenças (equalizações) e paga tarifas “muito boas”.
Mesmo no PRONAF – com a contratação toda automatizada e/ou terceirizada – eles ganham muito dinheiro com tudo. Até as indenizações pelo PROAGRO demoram, mas saem e são muito lucrativas (isto até o MAPA deixar, pois já estão achando formas de burocratizá-lo/restringi-lo, inclusive, incrivelmente, com exigências de análises de solo e de boas sanidades das plantas). Infelizmente, para mudar isto, só se os gerentes passassem a não acatar as ordens e instruções geradas pelas matrizes, o que, certamente, não irá acontecer.
Isto já está fixado na memória bancária capitalista brasileira e, dificilmente, o Governo conseguirá mudar. O lucro fácil, crescente e anualizado – inclusive financiando o Governo e ganhando sem trabalho 13,5% a.a. – e os ganhos dos acionistas (que não precisam comer, morar, vestir etc..) passaram a ser as prioridades das áreas de finanças e de analises de riscos dos Bancos, ante até os interesses do Povo e do País e com certos beneplácitos do BACEN, segundo críticos.
De que adianta um País ter bancos sólidos, concentrados e ricos se o seu Povo passa fome e não há desenvolvimento público e interiorano, mas de pequenos grupos capitalistas selvagens e de uns poucos acionistas e investidores (Fundos de Pensão nacionais etc., que – invés de investirem em “shoppings” para as classe “A” e B”, em hotéis suspeitos, em empresas de bebidas alcoólicas e até especulando em Bolsas etc.. – poderiam estar investindo no agronegócio, no emprego e nos desenvolvimento com já fazem, por obrigação, os Fundos Estrangeiros).
Será que nos tornaremos uma Suíça ou uma Islândia, onde o dinheiro “derreteu” recentemente? Ou querem os pobres rurais (trabalhadores e produtores) continuem morando numa Belíndia, construída com o seu “suor”? É esta a nossa fórmula de distribuir rendas? Porque acabaram com o Crédito Rural via VBC e AGF/EGF que – por serem quase que automáticos, ágeis, distribuidores de renda e nacionalistas – tão bem funcionavam?
g) forte e progressiva elevação dos preços dos insumos e fatores de produção e ainda dos fretes internos e outros itens e que, raramente, recuam- Isto ocorre desde o Plano Collor, que iniciou a derrocada da agropecuária, ao acabar com a CACEX, IBC, EMBRATER, IAA, CIBRAZEM, COBAL e outras (ruins com elas, muito pior sem elas). Então, houve a entrega – gratuita ou falsamente privatizada – de portos, ferrovias, hidrovias e ainda dos financiamentos, dos fornecimentos de insumos, da comercialização e das exportações, tudo entregue de bandeja para as trading e algumas poderosas agroindústrias (sobretudo de carnes de aves, de suínos, de legumes processados e de lácteos e que operam até pior do que as trading).
Estes – mais a extinção da conta-movimento do Setor Rural no BB – foram os maiores erros de nossa agropecuária nos últimos 30 anos e até já admitido pelo Governo, que, contudo, não consegue mais resolvê-lo. A maior parte das cooperativas e todos os agropecuaristas não estavam preparados para isto.
Aliás, a salvação do País – que seria o cooperativismo sério e de resultados – está quase morta, por falta de apoio real, de uma legislação inovadora e moderna como nos países da U.E, Canadá e EUA (com gestão por resultados e decisão via votos baseados em “atos cooperativos praticados” e não em “atos individualizados e que mostram interesses apenas políticos”, igual a “massa de manobra”) e de treinamentos para gestão profissional, embora teimem em dizer o contrário, inclusive a poderosa OCB, e que não teria interesse em mudar nada segundo os críticos, e não se sabe o porquê (bem que o Presidente exigiu, mas o tapearam e ninguém cumpriu e ficou por isto mesmo e até hoje).
Em termos de custos dos insumos, nos caso dos agroquímicos genéricos, na China há 1.800 fábricas e que exportavam 428 mil t. em 2005, inclusive para grandes empresas multinacionais do Brasil. Contudo, o valor importado ainda só chegava a US$ 14,2 milhões, antes compras totais de agroquímicos no exterior pelo Brasil de US$ 550,0 milhões/ano (um absurdo). Em 1995, a China só exportava 48 mil t e de lá-para-cá a indústria cresce em média 9,6% ao ano.
Os defensivos são de grande eficiência e por preços muito baixos, exatamente pela bem maior concorrência e pelo baixo custo da mão-de-obra e dos impostos pagos. Mesmo pagando-se tarifa de importação de 11,7%, o glifosato chinês, por exemplo, chegava no Brasil, via Argentina, cerca de 10% mais barato que o similar nacional. Infelizmente, boa parte acaba sendo comprada no contrabando. Na Índia – com quase 3 vezes a área plantada com grãos no Brasil e produção de 224,0 milhões de t/ano – há 400 empresas fabricantes, sendo 85% de genéricos.
Lá, a concorrência dita, realmente, os preços pagos e o uso intensivo de genéricos é o grande segredo da competitividade agrícola do País (maior produtor mundial individualizado de leite e de produtos lácteos e segundo maior de frutas e de hortaliças). Com as quebras de patentes (como acontece no Brasil, mas apenas na área de saúde), os preços pagos internamente pelos genéricos ficam entre 50% e 80% mais baratos do que os tradicionais e quem faz o preço real é o comprador e não a empresa fabricante.
As informações são do CIFA – “Confederation of Indian Farmers Associations”. Na verdade, se as patentes no Brasil também fossem quebradas – ou o País ao importar genéricos conseguisse economizar pelo menos US$ 10,00/há – haveria uma economia global de divisas em torno de US$ 500,0 milhões/ano. Assim, aqui, a briga protecionista no segmento é tanta que a entidade que representava as empresas produtoras de genéricos foi de forma velada, simplesmente, engolida pelas entidades maiores, segundo os agricultores.
Concluindo, na Índia, o PIB da agricultura representa 21,5% do PIB total; na China, 15,2% e no Brasil cerca de 10%. Em 2005, a China exportou US$ 593,0 bilhões e importou US$ 561,0. Já a Índia exportou US$ 79,6 bilhões e importou US$ 107,3 bilhões;
h) progressiva indução (inconsciente ou interessada) dos usos de novas tecnologias de baixo benefício/custo e sem que os produtores tenham condições de testarem previamente, ou sequer de levantarem/acompanharem seus custos de produção e, muito menos, de efetivarem hedge preventivo e isolado de preços- Esta situação tem levado a serias perdas de renda agrícola, sendo pouco apresentada/debatida e, inclusive, praticada de forma inconsciente por técnicos, até bem intencionados, de órgãos dos Governos, Cooperativas, Entidades, Instituições de Pesquisas etc..
Estudos da EMBRAPA-MS mostraram que os agricultores estavam utilizando até 30% mais de insumos do que precisavam e, pior, nos momentos inadequados. Na prática, depara-se com muitos produtores de soja sempre perseguindo produtividade de 60 sc/ha para ampliarem a escala, e obtendo renda liquida de apenas R$ 1,50 a R$ 2,00/sc, conforme nossos dados, o que resulta em no máximo R$ 120,00 de renda liquida por hectare. Mesmo assim, o produtor sai “papagaiando” para todos como um ótimo resultado (no que é muito incentivado por alguns consultores e técnicos).
Por outro lado, boa parte dos produtores que colhe 50 sc/ha, tem renda liquida de R$ 2,00 a R$ 2,70/sc, conforme nossos dados, totalizando até R$ 135,00 de renda liquida/ha/ano, ou seja, com maior taxa de extração de renda/há e com menor escala (menos custos com logística) e com muito menos serviços no plantio, cultivo e colheita.
Também, em geral, o produtor opta bem mais por plantar soja por ser mais comercializável, por ter menor risco climático, por ter custo menor e por envolver menos serviços (e isto mesmo em situações de rodízio totalmente recomendáveis pelas condições sanitárias e de solo).
Só que, em diversos anos, o milho tem propiciado taxa de extração de renda por hectare bem superior à soja e, raramente, o produtor faz a conta dos números, pois não tem custos comparativos. Aliás, quando foi mesmo que uma Instituição Nacional de Pesquisa testou, reprovou ou não recomendou qualquer insumo ou item agropecuário pelo seu baixo beneficio/custo, ou mesma alguma tecnologia privada gerada? (como se faz nos EUA e o INMETRO faz no Brasil com alguns itens).
Por outro lado, a maioria dos produtores brasileiros sequer ainda acompanha as cotações diárias de seus produtos na BM&F (a maioria ainda não acredita nelas e em suas importâncias e influências), o que já se faz desde 1890 nos Países concorrentes e onde até as crianças rurais já sabem de suas importâncias (no Brasil, por exemplo, já está comprovado que nosso milho não tem correlação com a Bolsa de Chicago, mas é guiado por um mercado interno próprio e referenciado na BM&F, situação ideal para os contratos de hedge do tipo “ex-pit”).
Em ambos os casos, o que falta é conhecimento, investigações prévias e constantes, treinamentos e reciclagens tanto por parte dos Governos e de seus Órgãos (sobretudo da extensão) como de cooperativas, sindicatos rurais, associações etc.. Não adianta querer que os produtores se adaptem às economias de mercado e sem prepará-los.
Recentemente, o conhecido consultor Polan Lacki declarou – após anos de investigação – que o Brasil precisa muito mais é de “educação rural” e não de recursos financeiros (que só aumentam a burocracia, a corrupção e os custos, até porque os recursos ou fatores produtivos – próprios ou recebidos – que já detêm os pobres rurais até ultrapassam suas necessidades) ou de novas tecnologias, pois a
maioria dos produtores, trabalhadores e pobres rurais não sabem “como, porque e para que fazer?” e treiná-los ficaria muito mais barato e eficaz (Cadê os tímidos SENAR e SESCOOP? ou o que lhes falta?). Esta situação é a mesma em quase todos os produtos agrícolas e pecuários e está em progressividade;
i) expressiva e constante elevação das exigências trabalhistas rurais e dos custos com mão-de-obra nos imóveis rurais- Antes do Plano Real, o Salário-Minimo era cerca de US$ 60 e hoje já está, politicamente, em US$ 210 (também via câmbio e que mata as exportações agrícolas), ou seja, os Governos estão fazendo milagres para os trabalhadores, só que, novamente, com o dinheiro, a renda e o trabalho dos agricultores, além de reduzirem muito os preços dos alimentos, como já descrito).
Aliás, aqui vale lembrar que a agricultura sempre sustentou as indústrias e o desenvolvimento do País, via tributos, confiscos e retenções do valor das exportações. Após a segunda guerra, o café e a cana foram penalizados por muitos anos a bancarem as construções das grandes cidades, das grandes obras, da imensa rede de asfaltos, das pontes gigantes, da industrialização não-agrária, de Brasília etc..
O Brasil nada exportava, a não ser eles ou seus derivados. Também, as exigências trabalhistas atuais são tantas (a maioria justas), mas porque os Governos não treinam os trabalhadores rurais, de forma a exigir-se deles os usos dos EPI, por exemplo? Porque as multas pelos não usos dos EPI recaem sempre sobre os produtores e empresas rurais, que os disponibilizam de forma suficiente, e não sobre os trabalhadores que se negam a utilizá-los? e depois ainda denunciam os produtores nos sindicatos e nos fiscais do trabalho, que parece que fazem vista grossa às verdades e multam, multam e multam?
Devido a tanto rigor, não obediência e medo de contratar, a informalidade no campo já chega a 70% da mão-de-obra ocupada e, segundo a Senadora Kátia Abreu, em seis anos do Governo Lula foram lavrados 15.258 autos em 1.217 fazendas pelos fiscais do Ministério do Trabalho. É esta a justiça trabalhista/agrária e assassina que precisamos? (vide caso Unaí – MG);
j) elevada e seqüente ampliação dos custos e das exigências trabalhistas da mão-de-obra industrial (mesmo com baixos resultados em termos de produtividade) e ainda dos impostos, dos custos dos transportes, dos custos com energia elétrica e, proximamente, com água etc;
A carga tributária total até o varejo já chega a 35,3% do PIB e somente a sobre a produção de alimentos é de 16,9%, ante apenas 0,7% nos EUA e a 5,1% na U.E. Também temos a questão da produtividade da mão-de-obra, ou seja, quantas peças de qualidade de determinado produto se produz no mesmo tempo.
Em 1995, a produtividade do trabalho nas empresas brasileiras representava apenas 1/7 das norte-americanas; 1/3 das japonesas e 1/5 das coreanas. Já o valor agregado por empregado da empresa do Brasil era 1/5 da empresa norte-americana; 1/3 da japonesa e ½ da coreana.
O sucesso deles deve-se ao maior uso de robótica, informática e, principalmente, ao elevado nível de treinamento e reciclagens constantes. Para a FIEMG, em 2004, o Brasil precisaria investir mais US$ 300,0 bilhões nos próximos 7 anos para que as indústrias atingissem 50% da produtividade e competitividade das empresas norte-americanas.
Em termos salariais ainda éramos competitivos, mas a tendência é de sermos superados, pois a mão-de-obra está encarecendo. Em 2004, nos EUA o salário médio na indústria era de US$ 21,00/hora; no Brasil ficava em torno de US$ 5,00/hora e na China era apenas de US$ 0,24/hora. O salário médio mensal nas boas indústrias da China era de US$ 100,00.
É uma diferença brutal em relação ao mundo ocidental. Nas indústrias médias e pequenas, isso caia para US$ 80,00 ou US$ 70,00 e até US$ 60,00. Com isto, mais os demais custos também em ampliação – e a altíssima demanda atual e potencial chinesa -, muitas agroindústrias dos EUA e Brasil estão, simplesmente, migrando progressivamente para a China, onde, praticamente, não há exigências trabalhistas.
É óbvio que o valor salarial irá aumentar, mas até comparar-se ao nosso já teremos perdido mercados. Além disso, a produtividade da mão-de-obra deles deve ampliar muito, reduzindo o efeito de ampliação dos salários;
k) expressivos e constantes aumentos das exigências e dos custos ambientais e trabalhistas e sem que os Governos remunerem por isto, conforme nos EUA, na U,E. e no Japão – ou seja, caberão aos atuais e futuros agricultores brasileiros, e parece que somente a eles, consertarem o mundo e os erros de uma série de gerações passadas.
Nossa legislação trabalhista rural é considerada retrograda, punitiva, e não-educativa, e leva ao desemprego, a ilegalidades e até a luta de classes (aliás, porque ninguém na ONU, OMC, FAO e os partidos do Brasil ousam falar sobre a quebras absurdas dos direitos civis, trabalhistas e ambientais na China?.
A normativa internacional não teria que ser igual para todos?). Idem, quanto a nossa Lei ambiental, que é apenas punitiva e palanque eleitoral/empregatício, e nada educativa e remunerativa como nos países concorrentes. Ambas baseiam-se numa Constituição construída para ser socialista e trabalhista, mas sem apontar as fontes de recursos, e antes de termos competitividade externa e conhecimentos/treinamentos, suficientes.
Nossa atual Constituição, sem dúvidas, leva as maiores e crescentes tributações e a gestão, apenas, via medidas provisórias infindas, mas legais. Com isto, incrivelmente, estamos conseguindo piorar rapidamente a nossa maior vocação e principal diferencial internacional, a competitividade da agropecuária.
Na semana anterior, a “paranóia verde” protecionista, de alguns melhor-alimentados, era tanta que a EMBRAPA diagnosticou em Estudo baseado em geo-processamento e em que – se cumpridas todas as exigências ambientais hoje pleiteadas pelos ecologistas, o País, além de não poder cultivar novas áreas (dos 180 milhões de há ainda disponíveis) – e adicionadas às áreas de proteção de “quilombolas” e indígenas” também com proteções pleiteadas –só sobraria 23% de toda a área do País para cultivos.
Ainda segundo a EMBRAPA cerca de 3,0 milhões – dos quase 4,0 milhões de imóveis rurais no Brasil – estariam produzindo de forma irregular e para atender as leis ambientais já aprovadas entre 1,0 e 2,0 milhões de propriedades teriam de ser abandonadas, com o Brasil migrando de exportador para importador de alimentos.
No inicio de dezembro/2008, os agropecuaristas conseguiram apenas 01 ano para se adequarem, sendo a esperança as possíveis mudanças de cunho eleitoral em 2010. Também foi divulgado o novo “Plano Nacional de Mudança Climática” em que até 2017 o País terá de reduzir o desmatamento, ocorrido na média de 1996-2005, entre 20% e 40% segundo os locais, de forma a reduzir as emissões de CO2.
Já o Ministro do Meio-Ambiente citou Na Revista Veja de 07/12/2008 que o importante é fazer “marketing verde”, pois “em tudo o que eu faço tem televisão. Cheguei à conclusão de que é a visibilidade que faz as pessoas darem importância ao seu trabalho.” (sinceramente, chega a ser suspeito, pois alguém deve estar pagando por isto).
O Governo só não diz se vai pagar por isto. Aliás, neste ritmo, todo o ser humano terá se tornar vegetariano em futuro não tão distante, aprendendo – se possível – a comer “outras gramíneas/capins, além das para grãos” e isto se nos adaptarmos bem, de forma a não emitirmos óxido nitroso, bem mais poluente do que o CO2. Também, muitas frutas, possivelmente, terão que serem proibidas e em nome dos possíveis e crescentes desequilíbrios da fauna e da flora.
Não importa se o povo “pobre” passará fome, desde que as fazendas se tornem autênticos jardins com muitas plantas e animais, inaugurando uma nova teoria de evolução das espécies. Só em proteção vegetal precisa-se atender de forma cumulativa, e pelas leis vigentes, a:
a) manutenção e preservação total das encostas e mananciais;
b) cumprimento da chamada “Reserva legal”, o que significa não explorar de 20% a 80% da área total dos imóveis;
c) recomposição imediata e manutenção das chamadas “Áreas de Preservação Permanentes” à volta dos rios, córregos, lagos etc.;
d) proteção total dos corredores de acesso dos animais a todas estas áreas protegidas;
l) absoluta falta de controle dos Governos sobre as sérias devastações ambientais provocadas por alguns assentados (ah! sentados!, segundo alguns críticos “radicais”) mal selecionados e/ou famílias oriundas do meio-urbano mal treinadas – Boa parte nunca foi, realmente, produtor rural (embora seja necessário trazê-los das cidades grandes).
Mas, isto gera sério e crescente passivo ambiental e que todo o Setor produtivo rural tem que honrar, sobretudo na mídia despreparada ou mal intencionada. Também, será preciso transformar Projetos de Reforma Agrária em Projetos de Colonização, capitaneados por agroindústrias e cooperativas processadoras (como no modelo Caliman do ES e do RN).
Aliás, é preciso urgente moldar um novo projeto de reforma agrária – realmente produtivo, de resultados e mais barato – e a meu ver mais baseado em:
a) identificação previa das vocações e das dificuldades locais e regionais (vantagens competitivas e vantagens comparativas) pelas Universidades e Centros de Pesquisa locais ou Estaduais, de forma a se detectar os melhores produtos agropecuários a explorar – isoladamente ou em integração lavoura-pecuária-florestal-bioenergia – e suas formas de exploração sustentada;
b) os custos das terras e dos fatores produtivos a utilizar;
c) o valor das unidades industriais processadoras a montar, assim como dos fatores de logística, de compras de insumos e de assistência técnica;
d) a efetivação de leilão-reverso para as agroindústrias que se interessem em ir para cada local montarem projetos de colonização em terras compradas pelo Governo para os assentados e com financiamentos por longo prazo dos demais itens (vence a Agroindústria que exigir menos recursos e mais apresentar contrapartidas, sendo que o assentado só receberia a terra, em definitivo, após pelo menos 10 anos de entregas comprovadas e eficazes da (s) produção (ões) para as agroindústrias). Infelizmente, como veremos a seguir, o MAPA, MDA e o INCRA não têm recursos e nem pessoal suficiente e até já fazem mais do que podem ou teriam condições;
m) quase nenhuma priorização real da agricultura pelos Governos Federais, Estaduais e Municipais e mesmo com toda a sua propalada importância para a Economia, o Emprego e a Balança comercial – os recursos para custeios e investimentos, liberados anualmente pelo Governo Federal para o MAPA, MDA e demais Ministérios de apoios agrícolas, ainda são muito baixos e não coadunam com a realidade e a importância em empregos, renda, exportações e impostos pagos etc. do agronegócio brasileiro.
Também, quase sempre – mesmo com o valor orçado sendo muito aquém das necessidades – os valores efetivamente liberados para utilização em alguns anos só atingem 30% a 50% do total orçado, como em 2005, a titulo de contenções e de economias. Em 2003, de um orçamento do Governo Federal de R$ 247,1 bilhões, apenas R$ 8,3 bilhões foram previstos para a agricultura, ou seja, 3,8% do total.
Já os Governos estaduais gastavam, em média, apenas 2% dos seus orçamentos com a função agricultura e o Estado que mais gastava não chegava a 10% do orçado. Já as prefeituras municipais, em média, não gastavam nem 2% de seu orçamento com apoio e desenvolvimento da agropecuária. Por exemplo, em São Paulo, um estado rico, 500 dos 646 municípios tinham menos de 30 mil habitantes e, desses, somente 200 tinham Secretaria da Agricultura e todos destinavam menos de 3% do seu orçamento à agricultura;
n) significativas elevações dos preços das terras e que, em alguns locais, já equivalem, em US$, aos de estados de grãos dos EUA, sendo que em áreas de cana de SP ou PR chegam a superar este valor- Isto decorre em boa parte de compras e aberturas ilegais de terras com o nítido objetivo de especular, inclusive por estrangeiros e/ou brasileiros neófitos nas atividades (embalados pelo desconhecimento das realidades ou por interesses escusos pessoais, de corretores e de algumas consultorias).
Também, muitos produtores rurais – sobretudo alguns pecuaristas que ainda não acreditam em tecnologias – compram muitas terras com reservas de valor ou para ampliarem áreas e escalas (a maior parte, infelizmente, ainda é aberta com fogo e com devastações, que o verdadeiro agricultor não concorda e não aceita);
o) retardo excessivo na implementação de obras de logísticas e de infra-estruturas (fundamentais para reduzir o chamado “Custo Brasil”)– Estas poderiam reduzir nossos custos de produção, industriais e com logistica e ampliar os preços recebidos pelos produtores se com resultados corretamente distribuídos.
Do jeito que está, quando chegaram as novas ferrovias, hidrovias e as reformas dos portos, já teremos perdido nossas oportunidades e a “galinha dos ovos de ouro” (produtores rurais) já estará morta e, pior, a “vaca já terá ido e se atolado no brejo”;
p) demora para pesquisar e liberar as grandes minas de fertilizantes (potássio e fósforo) essenciais para nossa competitividade e que agora se sabem existentes– Segundo alguns, o DNPM simplesmente não sabia quem detinha, realmente, o direito de pesquisa ou de lavra (na verdade, sendo justo, a Lei que vigorou até a 2 anos permitia direitos de pesquisas por muitos e muitos anos e sem a necessidade de se transformarem em direitos de lavra, mas agora tudo mudou e há prazos restritos).
Na verdade, bastou o MAPA botar um pouco de pressão – inclusive via PETROBRÁS e VALE – que poderemos nos transformar, em 5 a 10 anos, de importadores em exportadores (será que o agricultor agüenta até lá?);
q) preços elevadíssimos praticados pelas máquinas agrícolas, novamente contra os produtores e a favor das grandes Empresas – Comparem os preços internos com os praticados na China, Índia e até na Argentina (de 30 % a 70% menores que no Brasil, segundo estudos e artigos publicados), inclusive em termos de durabilidade das máquinas e dos necessários treinamentos para seus operadores (que deveriam ser à custa dos fabricantes).
E olha que o aço, a borracha e os computadores etc. já são todos nacionais ou nacionalizados, portanto com custos bem menores.
Também, há suspeitas que grandes produtores recebam significativos bônus, ou descontos, no valor de suas compras pelos direitos de uso de imagens nas induções das vendas para os demais e para os pequenos e médios produtores, o que – se real – é um fato grave “em termos de falsa liderança rural” e muito negativo e até quem sabe ilegal, para as “empresas praticantes”.
Hoje, financiar uma colheitadeira nova com 2 plataformas exige que o produtor cultive intensivamente, pelo menos, 5 mil há/ano, pois, cerca de 1,0 mil/há/ano terão que ficarem esterilizados (presos), pois toda a sua renda liquida será para o pagamento da tal máquina, e que ficará parada por cerca de 8 meses/ano e obsoleta em até 5 anos.
Quem faz esta conta na hora de comprar/financiar? ou seriam compras/financiamentos induzidos?
Segundo informes recentes, no MT, uma colheitadeira de porte médio comprada há 05 anos e financiada – sem nenhum desconto (em geral, elevado se à vista) por R$ 500 mil tem hoje um saldo devedor de cerca de R$ 800 mil, sendo que o atual valor de mercado cobrado pela mesma máquina é de R$ 350 mil (nova) e R$ 250 mil (usada).
Comparativamente, com tal valor da colheitadeira nova daria para se comprar pelo menos 6 automóveis de marcas de primeira linha (Corolla ou Civic) com altíssima tecnologia embarcada – entre as melhores do Mundo – e com possível uso intensivo durante todo o ano e por até 10 anos sem se ter problemas mecânicos significativos, desde que com boas manutenções.
Comparando-se com valores de carros populares daria para se comprar quase 20 automóveis (haja aço, pneu, borracha, tecnologia, empregos etc..). Assim, algo está, certamente, errado em termos de custos de produção e de receitas reais das montadoras e que ainda recebem pesados incentivos do Governo, na forma de financiamentos de longos prazos e até subsidiados (Crédito Rural);
r) forte e seqüente valorização cambial da nossa moeda, nosso pior fator negativo de perda de competitividade, e talvez devido às pressões financeiras externas e a uma visão apenas capitalista dos atuais dirigentes das nossas finanças- Porque a China, Rússia, Argentina e outros não submetem a tais pressões?
Isto está levando a significativa perda de nossa competitividade externa e ao abandono do País por algumas agroindústrias exportadoras e já com bons mercados externos e, pior, por investidores.
A resposta é que a China, hoje, pode dizer que manda no mundo, inclusive capitalista. Afinal, suas reservas chegam a US$ 1,33 trilhão e pode receber investimentos estrangeiros de US$ 81,1 bilhões em 2008, até outubro, (ante US$ 32,0 no Brasil). O custo da mão-de-obra chinesa chegava a ser 33 vezes menor que nos EUA, por exemplo;
EM QUAIS SETORES JÁ PERDEMOS, OU PODEREMOS PERDER PROXIMAMENTE, A COMPETITIVIDADE INTERNACIONAL?
Pela ordem e até o momento:
a) grãos e oleaginosas mais algodão e têxteis (fortes incrementos dos custos e preços artificiais, não-confiáveis e com muita especulação externa e interna);
b) leite e lácteos;
c) legumes e verduras, principalmente na exportação;
d) açúcar (mesmo com custos da cana muito mais baixos do que os da beterraba, mas os preços, praticados/tabelados, não remuneram os produtores de cana, além do que, a maioria das usinas e destilarias está obsoleta, endividada etc. e o fornecedor de cana tem que ajudar até a pagar os erros estratégicos anteriores de alguns barões do açúcar (como outrora nos barões do cacau e que dizimaram o setor) e com os Governos só assistindo e concordando.
Na atual safra, muitos produtores sequer têm como entregar sua cana para pagarem suas dividas e manterem a sua família e a de seus empregados;
e) carnes de aves e de suínos (a grande dependência por exportação – sobretudo para países distantes e com seguidas barreiras – e vez que não há política interna de estocagem e distribuição; a corrida forçosa e desenfreada pela produtividade e escala; as dificuldades de as indústrias e cooperativas de pequeno médio porte – que respondem por 60% a 80% das produções – obterem recursos com prazos longos e reposições anuais e não trimestrais para financiarem os produtores integrados, principalmente os grãos e as renovações/ampliações necessárias dos aviários e pocilgas; o crescente endividamento das Empresas e a elevação de seus custos industriais – em função da mão-de-obra muito mais cara, dos impostos e dos maiores preços da energia, da água, das máquinas etc.. – e das seguidas transferência de renda para os consumidores em detrimento das quedas das rendas dos avicultores.
Na verdade, quase sem renda e sem apoio, o avicultor está se tornando rapidamente, um mero trabalhador rural e em terra própria);
EM QUAIS SETORES AINDA SOMOS COMPETITIVOS INTERNACIONALMENTE?
Pela ordem e até o momento:
a) setor madeireiro-florestal (nossos custos são imbatíveis e tendem a reduzir com novas técnicas);
b) bio-energias, sobretudo em etanol e biodiesel – exceto de soja -, pois os custos da cana ainda são muito baratos, mas já se exige produtividade acima de 90/t. Novas técnicas tendem a incrementar a escala e até a dobrarem as receitas, esperando-se que os produtores de cana cheguem a melhores resultados de renda liquida, em médio prazo;
c) pecuária bovina, pois os custos ainda são baixos, mas as produtividades médias ainda são sofríveis e o tempo de abate pouco competitivo internacionalmente, e há de se desestimular a abertura de novas áreas. Aqui, também resta frear a ambição e a concentração dos grandes frigoríficos (aliás, além de gerar bons empregos, para o que é que serve mesmo o tal CADE?);
d) frutas e sucos com alta produtividade e baixos custos;
e) seringueiras;
f) piscicultura para exportação;
g) café – embora os cafeicultores só fiquem com 8% a 20% do preço final, em US$, do torrado e moído, especial ou tradicional, na cafeteria “chic” e no supermercado, respectivamente, na U.E., por exemplo. Na U.E e no Japão, o torrado e moído tradicional tem preço atual na faixa de US$ 15,00/kg e nas cafeterias finas, como Starbucks, o café especial vale de US$ 30,00/k a US$ 70,00/kg, segundo a qualidade, local do serviço e País (lembrando que 01 sc de café verde produz 48 kg de torrado e moído, mas que este mesmo café torrado e moído – matéria-prima – só representa 45% do custo final no varejo, ficando, incrivelmente, 25% com embalagens e mais 15% com impostos + 15% de custos e margens da agroindústria e da distribuição).
Assim, faltam ações efetivas e condições de qualidade, união e agressividade comercial brasileira para vendas diretas naqueles países e de forma reduzirem-se as re-exportações em que alguns países ganham muito dinheiro à custa da nossa cafeicultura. A Alemanha sustenta todo o seu consumo interno, comprando nosso café verde, torrando e re-exportando. A Suíça comprava nosso café verde em 2004 ao preço médio de apenas US$ 2,11/kg e re-exportava o torrado e moído em média por US$ 11,28/kg. Já a Itália comprava por US$ 1,24/kg e re-exportava torrado e moído por US$ 6,40/kg.
É bom lembrar que os supermercados europeus lideram, incrivelmente, o varejo no Brasil (Carrefour e Casino/Extra-Pão de Açúcar);
PARA QUAIS PAÍSES ESTAMOS PERDENDO A COMPETITIVIDADE NA AGROPECUÁRIA?
Pela ordem atual:
a) China (que estuda ou parece copiar nossas tecnologias agrárias e que examina muito nossos erros e fraquezas – de forma a baixar os preços de aquisições ou a devolver compras – e até são aplaudidos e recebidos pelas autoridades, como recente em SP, à titulo da necessária transferência de TI e numa boa parceria “carac..”);
b) Índia com sua mão-de-obra farta, elevado nível de inteligência/criatividade e esperteza, britânicas, boas terras e muita água;
c) Países da América Latina, sobretudo Chile, Peru, Argentina, Colômbia e outros. Embora pouco conhecidos por nós, alguns estão virando jardins e com os produtores muitos satisfeitos e protegidos;
d) Países do leste europeu mais Rússia e Ucrânia, em alguns casos;
e) Nova Zelândia em lácteos e Austrália em algumas carnes;
f) alguns países africanos em grãos e até em cana em alguns locais. Consta que na África existem entre 150 e 200 milhões de há ainda exploráveis, sob alguma forma, com grãos e cana e com boa competitividade e bem mais próximos da Ásia e dentro da U.E. (vide Revista Veja no 2090).
Há muitos recursos minerais e petróleo e o que falta é estabilidade política, confiança e investidores, mas, em alguns países isto já é realidade. Nestas regiões e países, os custos de produção, salários, impostos, custos com energia elétrica e água, logística etc.. e sobretudo as exigências ambientais e trabalhistas – são, quase sempre, bem menores do que no Brasil. Em outras, o agricultor é, realmente, o foco e a prioridade dos Governos e Entidades ou há forte apoio para ampliar e sustentar as competitividades rurais.
Por outro lado, o Governo e a legislação favorecem o agricultor. Em muitos casos, naqueles países e em especial na China, a renda do agricultor é acompanhada, fiscalizada e até complementada (de modo a não se ter êxodos) e os Governos coíbem, duramente, os dumping de mercados, as concentrações industriais e de fornecedores e as explorações do lado mais fraco (os agricultores).
ENTÃO QUEM É QUE ESTÁ, REALMENTE, BENEFICIANDO-SE COM NOSSOS INCREMENTOS NAS PRODUÇÕES DE GRÃOS, DE CARNES E DE OUTROS PRODUTOS, E AINDA DAS EXPORTAÇÕES DE PRODUTOS AGRÍCOLAS E DE ALIMENTOS?
Pela ordem e até o momento:
a) os Governos, via impostos, sobretudo Federais – vide antes;
b) os Bancos, inclusive de trading e de montadoras de máquinas;
c) as grandes redes de atacado, de varejo de alimentos, de roupas e de fast-food – e ainda de móveis, combustíveis etc.., sendo a maior parte de multinacionais;
d) as grandes agroindústrias de carnes e de alimentos processados (aqui também a maioria de multinacionais);
e) as trading multinacionais e algumas nacionais, em especial às que também fornecem ou trocam grãos, café e açúcar etc.. por insumos, e ainda têm bancos próprios e até navios e parte dos portos;
f) os consumidores, em alguns momentos;
g) as demais agroindústrias fornecedoras, sobretudo a das caríssimas e impagáveis máquinas agrícolas;
h) as transportadoras;
i) os trabalhadores rurais;
j) outros (consultorias. técnicos, etc..)
ENTÃO QUEM ESTÁ PAGANDO, OU PAGARÁ, ESTÁ PESADA CONTA?
Obviamente:
a) todos os produtores rurais, sobretudo os familiares e os de médio porte, que não conseguem agregar valor e acessarem mercados com maiores demandas e melhores preços e, muito menos, competirem, mesmo que via suas cooperativas e associações;
b) os pequenos e médios comerciantes locais e pequenas e médias agroindustriais, fundamentais para o País;
c) as pequenas e médias cidades;
d) o meio-ambiente e os recursos naturais, pois com as quedas progressivas das rendas muitas vezes, mesmo não querendo, só restam aos pequenos agricultores tentarem aumentar as produções e receitas, via incrementos de novas áreas e por baixos custos (daí o uso do fogo, dos desmatamentos e das irrigações descontroladas;
e) o povo pela falta e encarecimento futuro e progressivo dos alimentos, vestuários, moradias, transportes etc.. Estes esperados incrementos, certamente, anularão os ganhos com aumentos dos salários e outros benefícios como aconteceu nos EUA, U.E., Japão, Coréia e outros países.
CONCLUINDO: PRECISAMOS CONSTRUIR UM NOVO AGRONEGÓCIO NO BRASIL, MAS PARA “TODOS OS BRASILEIROS”, E BASEADO NUMA AGRICULTURA FORTE E COM RENDA AGRÍCOLA SUFICIENTE E GARANTIDA PREVIAMENTE. OS AGRICULTORES SÓ PRECISAM DE PAZ PARA TRABALHAR E PRODUZIREM ALIMENTOS E BIOENERGIAS PARA OS POVOS.
Desculpe pela ousadia de falar tanta verdade e num veiculo muito lido no Brasil, mas, de forma ética, cabe-nos colaborar, realmente, para o sucesso da agricultura e só dela. Muitos que já tiveram a chance de colaborar e de mudar muita coisa quando estavam no Governo, hoje se posam de favoráveis aos agricultores, mas estão redondamente enganados, pois os produtores rurais – segundo os próprios – conhecem bem fatos e atos e sabem “quem é quem”.
Na verdade, além das perseguições costumeiras, corremos riscos, até físicos. Aliás, anda bem que há este site “Noticias Agrícolas” e o João Batista na BAND-Terra Viva.
É preciso ter coragem e peito para denunciar e mostrar as “verdadeiras verdades”. Pena que alguns bons artigos e informes, como alguns que aqui se lê dos craques e muito bem informados, patriotas e bem intencionados, como Telmo Heinen, Valdir Sversutti e outros, ainda não tenham um local especial, onde possam ser acessados por mais pessoas e por mais tempo.
FIM
Obrigado pela leitura.
Prof. Clímaco Cezar de Souza
AGROVISION – Brasília (DF) – www.agrovisions.com.br
Com a colaboração e críticas de Telmo Heinen da ABRASGRÃOS.