Mercado em baixa de mais de mil pontos na Bolsa de Nova Iorque com o retorno
de chuva nas principais regiões produtoras. A perspectiva dos participantes do
mercado é que as precipitações amenizem os danos causados pela seca. No entanto,
de acordo com cafeicultores as chuvas ainda são irregulares.
O café arábica na Bolsa de Nova Iorque opera em alta expressiva nesta
segunda-feira (20) com chuva nas principais cidades produtoras do Brasil. A
perspectiva dos participantes do mercado é que as precipitações amenizem os
danos ocasionados pela seca registrada desde o início do ano.
No entanto, de acordo com o Presidente do Sindicato Rural de Altinópolis/SP,
João Abrão, a realidade nas lavouras de café é crítica e chuvas de baixa
intensidade não devem reverter as perdas para a safra 2015. As chuvas na região
foram de cerca de 10 mm, mas nós temos estragos causados pela estiagem desde
janeiro, afirma.
Mesmo que chova os cafezais não se recuperam. Nós tivemos duas secas
seguidas, uma prejudicou a safra deste ano, o café estava chocho e o prejuízo
para a safra 2015 também já está consolidado, explica o Presidente do Sindicato
Rural de Altinópolis/SP.
Abrão acredita em manipulação de mercado visto que os cafeicultores estão sem
produção. A Bolsa vem obrigando o cafeicultor a vender o café por preço não
condizente. Mas a realidade é outra, as lavouras estão desfolhadas e com plantas
queimadas. Não adianta preço se não temos café disponível, diz.
Com a falta de água, os cafeicultores não conseguem realizar os tratos
culturais e já começam a realizar podas pensando na produtividade das próximas
safras. Os produtores estão esqueletando as lavouras, em algumas cidades os
cafés vão produzir pouco mais de cinco sacas de café por hectare e isso não
cobre nem custo de produção, pondera o Presidente do Sindicato.
De acordo com Abrão, são necessárias políticas públicas para que o
cafeicultor não fique prejudicado com a baixa na produção. Acredito que faltam
políticas de governo para que isso não aconteça. Há várias fazendas sem água,
nós estamos levando isso ao Departamento de café do Ministério da Agricultura.
Seria necessário prorrogar a dívida e reabilitar o produtor com crédito,
explica.
Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas