Em evento, executivos aplaudem críticas à falta de eficiência no porto de Santos

Publicação: 21/04/07

Por: FOLHA DE S. PAULO

As dificuldades de exportar via porto de Santos, por conta da politicagem, foi um dos principais temas de debate ontem entre os empresários que participaram do 6º Fórum Empresarial de Comandatuba.


“Não podemos ter lá só acordos políticos. É preciso profissionalizar o porto”, afirmou o presidente da Fiesp, Paulo Skaf. “Se existisse uma gestão eficiente [no porto] que quebrasse com o corporativismo, a produtividade seria aumentada, assim como a geração de empregos”, ecoou o presidente do conselho da Gerdau, Jorge Gerdau.


As queixas de Skaf e Gerdau sobre o modelo de administração do porto de Santos fizeram sucesso na platéia, em boa parte composta por exportadores, que aplaudiu bastante.


O porto de Santos é o maior do Brasil e um dos mais importantes da América Latina. Sua gestão é, por tradição, fatiada entre indicações políticas. Atualmente, o grupo que comanda o porto é ligado ao deputado federal Waldemar da Costa Neto (PR-SP).


Costa Neto foi eleito em outubro do ano passado, depois de ter renunciado ao mandato anterior. O deputado foi um dos acusados no caso do mensalão. Também enfrenta um pedido do Ministério Público Eleitoral de cassação do atual mandato. Motivo: crime eleitoral. Outra preocupação dos empresários do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), organizador do evento, foi a demora na concessão de licenças ambientais. “A legislação determina risco adicional ao servidor público que trata do assunto [concessão da licença]. Isso leva a um temor que realmente impede o funcionário de trabalhar”, observou Jorge Gerdau.


Social


Discussões econômicas à parte, a presidente do Instituto Ayrton Senna, Viviane Senna, arrecadou R$ 3,9 milhões em 16 minutos para programas educacionais tocados em parceria com o Lide. Outros R$ 100 mil foram para Zilda Arns, da Pastoral da Criança. O valor é recorde em todas as edições do Fórum Empresarial. Segundo Viviane, mantido o ritmo atual, o Brasil levará 305 anos para ter um Índice de Desenvolvimento Humano equivalente ao de um país rico. (JL) 

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