Dólar tem maior alta desde janeiro e vai a R$ 1,593

12/04/2011 – 16h37 / Atualizada 12/04/2011 – 16h48

Da Redação, em São Paulo

A cotação do dólar comercial fechou em alta de 0,76%, nesta terça-feira (12), a R$ 1,593 na venda. Com isso, a moeda norte-americana sobe pelo segundo dia seguido e tem a maior valorização diária desde 14 de janeiro (quando teve alta de 0,96%). Porém, nas últimas duas semanas o dólar teve desvalorização de 5,18%.


O Banco Central (BC) voltou a realizar apenas um leilão para a compra de dólares no mercado à vista no pregão de hoje. A taxa aceita foi de R$ 1,589. A medida busca elevar a cotação da moeda.


A alta ocorreu num dia em que Bolsas de Valores e commodities eram alvejadas por um movimento generalizado de realização de lucros.


“O dólar havia caído muito ao longo dos últimos dias. Nada mais natural que ‘respirar’ um pouco”, afirmou à Reuters Alfredo Barbutti, economista-chefe da BGC Liquidez.


Investidores intensificaram a venda de dólares no final do mês passado, após avaliarem as medidas cambiais adotadas pelo governo como “modestas” no intuito de frear a valorização do real.


No período, as autoridades elevaram a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para empréstimos externos de até 360 dias, ampliando depois esse intervalo para até dois anos. Além disso, a agência de classificação de risco Fitch melhorou a avaliação de crédito do Brasil a “BBB”.


De acordo com Barbutti, os players utilizaram o mau humor nos mercados internacionais como argumento para fazerem ajustes de posições, aumentando a demanda por dólares e consequentemente elevando a cotação.


Dentre as matérias-primas, destaque negativo para o petróleo, que nas operações eletrônicas em Nova York despencou 3,34%.


Investidores repercutiam principalmente alertas sobre a demanda pelo óleo, preocupações com o agravamento de uma crise nuclear no Japão e o início titubeante da temporada de balanços corporativos nos Estados Unidos.


Para Moacir Marcos Júnios, operador de câmbio da Interbolsa do Brasil, o dólar deve seguir em ajustes nos próximos dias, registrando altas modestas.


“Mas a economia brasileira está muito melhor que as desenvolvidas, e o investidor com certeza vai olhar para isso antes de se desfazer de reais com mais intensidade. Além disso, acredito que perto do final do mês aquele viés de queda do dólar deve voltar”, comentou, referindo-se a ajustes de posições característicos do período.


Na quarta-feira, os agentes vão conhecer dados mais atualizados de fluxo cambial. Segundo os últimos números, divulgados na semana passada pelo Banco Central, a entrada líquida de capitais em 2011 já soma US$ 35,227 bilhões –acima dos US$ 24,354 bilhões registrados em todo o ano de 2010.


(Com informações da Reuters)

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