Dólar segue em baixa, apesar de Bovespa e compra do BC

SÃO PAULO – O dólar comercial mantém o movimento de baixa observado no começo do pregão apesar da forte piora de humor local, com a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) deixando os 67 mil pontos.


As vendas prosseguem mesmo após o leilão de compra do Banco Central, que, por volta das 12h10, tomou dólares a R$ 1,7343.


Perto de 12h45, o dólar comercial caía 0,11%, a R$ 1,734 na compra e R$ 1,735 na venda. No mercado futuro, o dólar com vencimento para junho, negociado na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM & F), cedia 0,05%, a R$ 1,7455.


Segundo o gerente de operações da B & T Associados Corretora de Câmbio, Marcos Trabbold, a formação de preço parece estar mais relacionada ao cenário externo, onde os mercados em Wall Street e as commodities ganham valor.


O que chama atenção de Trabbold é que, geralmente, em dia de quedas acentuadas na Bovespa o natural seria uma valorização do dólar, pois o estrangeiro vendia as ações e protegia o capital comprando dólar no mercado futuro. No entanto, isso parece não acontecer mais. Ainda de acordo com o especialista, a perspectiva de novas elevações na taxa Selic também pesa sobre a formação de preço. O mercado futuro dá como piso uma nova alta de 0,75 ponto percentual na Selic. Vale lembrar que, quanto maior o juro local, mais atrativa as operações de arbitragem de taxa de juros, ou\”carry trade\”. Os investidores também receberam os números da balança comercial de abril, que apresentou superávit de US$ 1,283 bilhão. O resultado é 65% menor que o superávit de US$ 3,693 bilhões registrado um ano antes.


No câmbio externo, o euro cai forte ante o dólar voltando a ser negociado na linha de US$ 1,31, conforme os agentes mostram pouca confiança no novo plano de resgate para a Grécia. Durante o fim de semana foi acertado uma pacote de ajuda no valor de 110 bilhões de euros, sendo 80 bilhões de euros da zona do euro e 30 bilhões de euros do Fundo Monetário Internacional (FMI). Em contrapartida, o país se compromete a economizar 30 bilhões de euros, ou o equivalente a 11% do PIB, em três anos.


(Eduardo Campos | Valor)

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