Terça-feira, 22 de setembro de 2009, 17h41
Dólar rompe piso e fecha em queda, cotado a R$ 1,798
TAÍS FUOCO
O dólar comercial rompeu hoje o piso psicológico de R$ 1,80 e fechou em queda de 0,99%, negociado a R$ 1,798 no mercado interbancário de câmbio. É a taxa mais baixa desde exatamente um ano atrás, quando em 22 de setembro de 2008 a moeda foi cotada a R$ 1,793. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros, o dólar à vista também cedeu 0,99% hoje e encerrou a sessão a R$ 1,798. No mês, o dólar comercial acumula queda de 4,82% e no ano, de 23%.
O chamado “grau de investimento” dado hoje ao Brasil pela agência de classificação de risco de crédito Moody”s confirmou o sentimento positivo que pairava sobre o mercado doméstico de câmbio. A elevação da nota pela agência, entretanto, foi noticiada após o fechamento do mercado e não chegou a fazer preço sobre o câmbio hoje.
Após romper a marca de R$ 1,80 hoje, já há quem acredite que a moeda americana caminha para entrar em um novo ciclo, com piso de R$ 1,75. Esta é, por exemplo, a avaliação de Ovídio Soares, operador de câmbio da corretora Finabank. Além do renovado apetite ao risco, o fluxo de entrada de dólares visto hoje pelos operadores motivou o declínio da divisa ante o real.
Alguns acreditam que o fluxo tenha sido gerado pelo próprio vencimento de opções sobre ações ontem da Bovespa, que movimentou mais de R$ 3 bilhões. O fato é que “a demanda não é suficiente para sustentar a alta” da moeda, como pontuou um operador e há uma grande perspectiva de fluxo por conta das ofertas de ações e captações externas, ainda que esses dólares não cheguem imediatamente ao País.
Para Sidnei Moura Nehme, da NGO Câmbio, entretanto, o fato de ter rompido o R$ 1,80 hoje não quer dizer que esse seja um patamar sustentável. Ele explica que o piso de R$ 1,80 vinha sendo mantido basicamente por pressão de bancos que, com posições vendidas, impediam que o dólar se depreciasse abaixo desse patamar antes de cobrir suas posições. A pressão continua, segundo ele, deixando o dólar “represado”.
Para ele, enquanto o BC continuar enxugando a liquidez do mercado com as compras diárias, os bancos devem tentar conter a depreciação da moeda entre R$ 1,80 e R$ 1,82, para que ele não se descole do dólar futuro. O Banco Central realizou leilão para compra de dólares hoje e fixou a taxa de corte das propostas em R$ 1,7997.
Publicado em: 22 de setembro de 2009, 17h41