Quinta-feira, 28 de janeiro de 2010, 10h33
EQUIPE AE
O dólar comercial abriu o dia em baixa de 0,27%, negociado a R$ 1,854 no mercado interbancário de câmbio. Na sessão de ontem, a moeda norte-americana fechou em alta de 1,25%, cotada a R$ 1,859. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o dólar com liquidação à vista abriu as negociações em queda de 0,03%, a R$ 1,852.
Apesar da melhora do ambiente internacional na manhã de hoje, o euro continua mostrando enfraquecimento, testando para baixo a marca de US$ 1,40. Isso abre espaço para o dólar sustentar valor também diante de outras moedas, incluindo o real.
Por enquanto, além do alívio expressado nos mercados acionários internacionais, que foi provocado pela manutenção das taxas de juros dos Estados Unidos, acompanhada de uma avaliação positiva sobre a recuperação da economia do país feita pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), pesa no recuo do dólar a perspectiva de uma realização de lucros.
Há também a perspectiva de que os exportadores se mostrem mais presentes na ponta de venda de dólares, já que os atuais níveis de cotação, entre R$ 1,80 e R$ 1,85, não eram vistos desde setembro do ano passado.
Internamente, o comunicado de ontem do Comitê de Política Monetária (Copom) fortaleceu as perspectivas de que o juro subirá nas próximas reuniões. O texto suprimiu a avaliação de que o atual patamar da taxa básica de juro “é consistente com um cenário inflacionário benigno”. Também eliminou a afirmação de que a decisão leva em conta a “margem de ociosidade remanescente dos fatores de produção”.
O documento limita-se a informar que o Copom manteve o juro “avaliando a conjuntura macroeconômica e as perspectivas para a inflação”. Expectativas de alta de juro pesam para a queda do dólar, mas o impacto não é de curto prazo.
O mercado também deve ficar atento ao resultado da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), que começa às 15 horas. A agenda do encontro não foi divulgada, mas a expectativa é de que sejam adotadas novas exigências de registro de operações com derivativos, desta vez, referentes às operações feitas no exterior.
A reunião não contará com a presença física do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Os dois participam do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, onde representarão o presidente Lula, que desistiu da viagem após ter tido uma crise de hipertensão.