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A Delta entrou no mercado do café em cápsulas, para consumo em casa, onde
espera obter uma quota de mercado de 30%, com a venda de 30 a 40 mil máquinas
até final de 2008.
O «novo projecto» com a marca «Delta Q», hoje apresentado pelo administrador
da Delta Cafés, Rui Miguel Nabeiro, contempla dois modelos de máquina e sete
tipos de café, e vai estar disponível a partir de 15 de Novembro nas lojas El
Corte Ingles de Lisboa, Gaia e do Beloura Shopping.
No entanto, o objectivo
é, até final do primeiro trimestre do próximo ano, ter o novo produto da Delta
na distribuição moderna, ou seja, nos hiper e supermercados, para «estar onde
está o consumidor» e vender cinco mil máquinas.
Dos planos de Rui Miguel Nabeiro consta também a apresentação da nova marca
do café expresso para consumir em casa no mercado espanhol, em meados do próximo
ano, «tentando aproveitar a parceria com o El Corte Ingles, que pode ter a
distribuição» em Espanha.
A apresentação do conceito de produto que funciona com um sistema exclusivo
de máquinas e cápsulas de café reflecte uma nova perspectiva de negócio da
Delta, especialista em cafés, que agora começa a comercializar também máquinas
para espresso para consumo em casa.
Estas máquinas são fabricadas em exclusivo para a Delta, especificou Rui
Miguel Nabeiro.
«Queremos ser apelativos para a maioria dos consumidores, mas também para
nichos de mercado», com uma máquina (M55) com um preço de 149,9 euros e outra,
topo de gama (Buggati), entre 499,90 e 489,90 euros, enquanto as cápsulas de
café são vendidas a 2,5 euros por cada caixa, com 10 unidades cada, referiu o
administrador da Delta Cafés.
A decisão de lançar agora o novo produto é justificada por Rui Miguel Nabeiro
com as várias solicitações recebidas de clientes da Delta para que
comercializasse o seu café em cápsulas, uma área onde outras marcas, como a
Nespresso ou a Dolce Gusto, do grupo Nestlé, já estão em Portugal.
Mas, o projecto não foi fácil de concretizar, com os trabalhos de preparação
a se prolongarem por mais de dois anos, tendo «a protecção da patente bloqueado
durante muito tempo o aparecimento de novos conceitos em cápsulas», como
justificou o responsável da Delta Cafés.
A Delta já comercializava café em cápsulas, mas só para empresas e teve de
desenvolver um outro tipo de cápsula caracterizada por atributos como respeitar
uma boa conservação do produto, ser de fácil utilização, prática e
reciclável.
A nova marca Delta Q vai ser alvo de uma campanha de promoção, através de
mupis e de anúncios na imprensa escrita, além da divulgação esperada pelo
pré-lançamento nas lojas El Corte Ingles.
Entre os trabalhos para preparar o produto «Delta Q», a empresa fez um estudo
de mercado para conhecer os hábitos dos portugueses no consumo de café em
casa.
Concluiu que 73% das pessoas entre os 20 e os 65 anos consomem pelo menos um
café expresso por dia, na rua ou em casa.
Entre os portugueses que consomem café expresso, 65% fá-lo em casa e destes
59% toma um a dois cafés por dia e 14% diz beber várias «bicas» diárias.
Quanto às marcas preferidas, a Delta lidera, com 45% do total de respostas,
seguida da Sical com 19%.
Para trás ficam outras marcas como Buondi, Nicola, Nespresso ou
Segafredo.
O estudo revelou ainda que 75% das famílias possuem máquinas de café expresso
e 86 por cento comprou estes equipamentos em hiper ou supermercados.
No ano passado, as pastilhas já representavam 27% do mercado de máquinas de
café expresso em Portugal, e as cápsulas 23%.
Para metade dos potenciais clientes deste segmento, a marca e o preço do café
de cápsulas são as razões que baseiam a sua escolha.
Diário Digital / Lusa