Consumo de café não aumenta risco de derrame em mulheres
A bebida pode até ajudar a prevenir o problema, diz estudo.
No entanto, tabagismo associado acaba eliminando efeito bom.
Luis Fernando Correia
Especial para o G1
O consumo regular de café não está associado ao risco de acidentes vasculares cerebrais em mulheres. Naquelas que nunca fumaram ou são ex-fumantes, o consumo de até quatro xícaras por dia pode até mesmo diminuir o risco da ocorrência dos derrames.
Os dados são de um estudo que acompanhou por 24 anos mais de 53 mil mulheres, com avaliações seriadas a cada dois a quatro anos. O resultado está edição de 17 de fevereiro da revista “Circulation”, da Associação Americana do Coração.
Os pesquisadores avaliaram os padrões de consumo de café e bebidas contendo cafeína através de questionários dietéticos detalhados. Os dados foram ajustados para os fatores de risco de doença vascular, como idade, índice de massa corporal, atividade física, perfil hormonal e uso de aspirina. Ainda não existia relação positiva entre café e derrames. O resultado que surpreendeu os pesquisadores foi a redução do risco de até 20% nas mulheres que consumiam mais café.
Antes que os bebedores de café se animem, se o consumo de café fosse associado ao tabagismo, o possível benefício se perdia. A diminuição de risco só vale para as mulheres que nunca fumaram ou que são ex-fumantes. Outro aspecto interessante levantado pelos cientistas foi descobrir que o consumo de chá e bebidas cafeinadas não trazia benefício estatístico algum.
Embora os médicos não saibam exatamente como se dá essa redução de risco, a cafeína não deve ser a responsável. Como o café é rico em polifenóis, tal como o vinho tinto, essa pode ser a explicação para a evidência que apareceu na pesquisa. Resumindo, o consumo de café não aumenta o risco de derrames em mulheres, essa diminuição de risco não vale para as fumantes e o chá e as bebidas cafeinadas não têm o mesmo efeito.
Luis Fernando Correia é médico e apresentador do “Saúde em Foco”, da CBN.