Colheita de café já começou em Garça e mexe com economia da cidade

Por: Comunidade Manejo da Lavoura Cafeeira

Almerindo Hipólito Gonçalves: “Estamos realizando fiscalização junto com Ministério do Trabalho”


Há cerca de um mês começou em Garça a colheita de café e embora os serviços ainda não tenham ganhado ritmo acelerado em muitas propriedades rurais, os grãos já ditam algumas regras na economia da cidade. A expectativa deste ano é uma safra boa por conta da bienalidade da lavoura, mas diferente de um cenário que por muitos anos dominou o contexto garcense, neste ano, a maioria das mãos que “acariciarão” os pés de café na região serão garcenses. Poucas propriedades estão contratando trabalhadores de fora, como das cidades do Paraná.


“Este ano não acredito que chegue a 100 o número de trabalhadores do Paraná que vieram para trabalhar em Garça. É um ano de safra, mas em razão dos maquinários que os fazendeiros estão usando na cafeicultura, o emprego de mão de obra daqui da cidade e região vai ser suficiente para a colheita da safra”, falou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Garça e Região, Almerindo Hipólito Gonçalves, explicando também que a contratação de trabalhadores da região, significa, atualmente, menos custo para o cafeicultor.


As exigências como transporte, alojamento e outros fatores cobrados pelo Ministério do Trabalho acabam por deixar a “mão de obra importada”, mais onerosa que a contratação de trabalhadores da região. Uma situação que vem se repetindo há cerca de cinco anos.


Garça já chegou a receber cerca de oito mil trabalhadores em período de safra cafeeira.


De acordo com o sindicalista, a colheita de café já deu início em várias propriedades da região e deve se prolongar até o mês de setembro.


Com início da safra cafeeira vem se acentuando também o trabalho de fiscalização junto às propriedades rurais do município.


“Nós já estamos fiscalizando as propriedades junto com o Ministério do Trabalho. Temos feito um trabalho averiguando a situação do registro em carteira, dos equipamentos de proteção individual (IPI), e das condições de trabalho que são oferecidas”, disse Gonçalves.


Os patrões, disse o presidente do Sindicato, devem fornecer desde rastelo, peneiras a óculos, marmita, garrafão térmico, botas e sapatos. Realidade diferente da vivida há alguns anos, quando os chamados “boias-frias” tinham que comprar todo material de trabalho. O café era levado numa garrafa de refrigerante pequena com rolha.


“É cobrada também a construção de refeitórios e banheiros para os trabalhadores”, completou Gonçalves.


Vale lembrar que a colheita deve se intensificar a partir deste mês, e a movimentação no comércio é o indício de um período áureo na cidade.


Em abril o setor de agropecuária foi responsável por 149 contratações com carteira assinada na cidade e terminou o mês com a geração de 96 vagas. Números que devem ser mais positivos no mês de maio, quando as contratações aumentaram.


“Os preços pagos ao trabalhador variam de acordo com a lavoura que ele está trabalhando. Em cada área, dependendo da lavoura, tem-se um preço”, falou Gonçalves.


No país a colheita do café arábica 2012/13 do Brasil ainda não ganhou ritmo nas principais regiões produtoras, segundo análise divulgada pelo Cepea no último dia 29 de maio.


Segundo o centro de estudos da Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”), que consultou agentes em diversas partes do país, praticamente todas as lavouras devem estar com trabalhos de campo em junho, quando a colheita deve, então, deslanchar.


Por enquanto, poucos lotes de grãos da temporada 2012/13 podem ser comercializados.


Há, no entanto, preocupações de que o clima possa afetar a safra. “Caso continue chovendo, a intensificação da colheita será limitada”, disse o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).


Já a colheita de café robusta tem ganhado ritmo, de acordo com o Cepea e estima-se que os grãos tenham boa qualidade. Não existem dados concretos sobre o percentual colhido até o momento.


Comarca de Garça


 

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