São Paulo, 30 – A colheita de café no cerrado mineiro está atrasada entre 30 e 40 dias, assim como ocorre em importantes regiões produtoras do País, entre elas, sul de Minas, mogiana paulista e norte do Espírito Santo. Florada atrasada, chuva fora de época e “temperatura na região 2 graus abaixo da média, desde o início do ano” são os fatores que provocam o problema, informou o produtor Francisco Sérgio de Assis, presidente do Conselho das Associações de Cafeicultores do Cerrado (Caccer).
Conforme Assis, a colheita no cerrado começa normalmente em maio, mas este ano os trabalhos só devem iniciar em junho. Isso provoca preocupação entre os produtores, pois haverá “menos tempo para efetivar a colheita, antes que cheguem as chuvas de setembro”, disse.
A previsão é de que a produção alcance cerca de 4,5 milhões de sacas de 60 quilos este ano, na área de atuação do Caccer, que corresponde a 150 mil hectares e 55 municípios. No ano passado, foram colhidas 3,3 milhões de sacas e cerca de 4,8 milhões de sacas em 2006.
O presidente do Caccer informa que a comercialização de café está lenta porque os preços atuais, em real, estão muito ruins. “Não pagam as contas; bateram no custo de produção”, diz. “O produtor vai segurar o que puder”, acrescenta. No cerrado, a saca está cotada entre R$ 240 e R$ 250.
Funcafé
Ele acrescenta que os recursos do Funcafé liberados esta semana para financiar a colheita já chegaram aos bancos da região. “O governo tem feito a parte dele. Nós temos de responder com produtividade e qualidade”, afirma.
Assis comenta ainda que os cafeicultores estão na expectativa da divulgação das regras dos leilões de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) para café. O governo prometeu disponibilizar cerca de R$ 300 milhões para subvenção ao produtor. Na segunda-feira, representantes do Conselho Nacional do Café (CNC), órgão que reúne as principais cooperativas do País, terão encontro em Varginha (MG) para discutir os leilões de Pepro.