26/12/2013
As fortes chuvas que vêm ocorrendo este mês no Espírito Santo deverão prejudicar significativamente as lavouras de café do Estado, que é o segundo maior produtor de café do país e o maior produtor da espécie robusta (conilon).
As chuvas prejudicam o enchimento dos grãos porque a cultura está justamente nesta fase, chamada de granação, diz Evair Vieira de Melo, diretor-presidente do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). Segundo ele, as chuvas também derrubaram vários grãos de café dos pés e “machucaram” folhas e caule das plantas.
Melo diz que os danos à cafeicultura são significativos, mas ainda é impossível estimar qual será o prejuízo, já que existem regiões inteiras inundadas.
Segundo ele, das 78 cidades do Estado, 50 decretaram situação de calamidade.
As chuvas atingem praticamente todo o Estado, afetando tanto a produção de conilon quanto de arábica. “É o dezembro mais chuvoso do Espírito Santo”, disse Melo. Conforme o diretor-presidente do Incaper, os índices pluviométricos no Estado caminham para 700 milímetros em dezembro, ante os habituais 250 a 270 milímetros. “Nunca tivemos isso”.
As chuvas devem continuar a atingir o Espírito Santo, mas com menor intensidade, nas próximas 48 horas, afirma Melo, aumentando os prejuízos com o solo já “encharcado”.
Além do café, a cultura do cacau também foi prejudicada, além de frutas, por exemplo, mamão, maracujá e acerola, folhosas e tomate de mesa, cita Melo. A estimativa inicial é que mais de 2 milhões de pés de tomate tenham sido afetados diretamente e pouco mais de 1 milhão de pés vão sofrer algum dano. Assim, a oferta e a qualidade do produto serão afetadas, conforme Melo.
A captação de leite também fica prejudicada com a impossibilidade de
escoamento. A perspectiva é que metade da capacidade de coleta do produto – em torno de 1,2 milhão de litros por dia no Estado? seja feita diante das chuvas, estima Melo.
Fonte : Valor Econômico