Cecafé vê redução no volume exportado de café em 2011/12

1 de junho de 2011 | Sem comentários Comércio Exportação

31 de maio de 2011 – As exportações de café do Brasil na nova temporada (julho de 2011 a junho de 2012) provavelmente terão uma queda em volume em relação ao recorde de 34 milhões de sacas projetado para o período atual, por conta de uma colheita menor que está se iniciando, avaliou nesta terça-feira o presidente do Conselho Deliberativo do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).


A temporada 2011/12 é um ano de baixa do ciclo bianual do café arábica no maior produtor mundial, com safra oficialmente estimada para cair em 4,5 milhões de sacas ante 2010/11, para 43,5 milhões de sacas. “Acho que o próximo ano-safra deveremos ter redução de volume, é difícil manter a performance de 34 milhões de sacas (café verde e solúvel), até porque a safra projetada é algo em torno de 44 milhões”, disse João Antônio Lian a jornalistas após o encerramento do 4º Fórum & Coffee Dinner do Cecafé.


O setor privado normalmente trabalha com um volume maior de produção na comparação com o estimado pelo Ministério da Agricultura. Mas o número citado por Lian é o do governo. Em entrevista recente, outro representante do Cecafé apontou a possibilidade de a safra ser cerca de 2 milhões de sacas acima da projeção governamental, por conta de boas produtividades.


Nos últimos 12 meses (maio de 2010 a abril de 2011), o Brasil exportou 34,2 milhões de sacas – obtendo uma receita de US$ 6,7 bilhões -, contra 32,5 milhões de sacas entre maio de 2009 e abril de 2010, uma exportação que gerou divisas de US$ 4,4 bilhões, num período em que os preços estavam mais baixos.


Na temporada 2010/11 que se encerra em junho, Lian avalia que o Brasil poderá encerrar com receitas de exportação de cerca de US$ 7 bilhões, também um recorde, em meio aos elevados preços internacionais. Embora o volume exportado deva cair em 2011/12, a receita deverá se manter na casa dos US$ 7 bilhões na nova temporada, segundo o presidente do Cecafé. “Acho que a receita vai ser a mesma coisa, com preços maiores e uma redução no volume,” afirmou.


2012/13
Para a temporada seguinte (2012/13), um ano de alta do ciclo do arábica, o exportador vê uma estabilidade na exportação do Brasil em torno de 34 milhões de sacas, com os produtores brasileiros aproveitando também para recompor estoques. “O mercado tem problemas em outras origens, e o Brasil tem conseguido suprir os problemas na Colômbia e América Central, então o Brasil está carregando pouco estoque, devemos chegar na safra 2012/13 com níveis de estoques muito baixos,” disse.


Ele notou também que os países consumidores se anteciparam a essa redução dos estoques no Brasil e aumentaram as suas reservas. “Então acho que devemos olhar os dois pontos, para sabermos quanto a gente vai conseguir exportar.” Ele avalia que o produtor brasileiro vendeu a última safra a preços ascendentes e, na medida em que pode vender a safra atual a preços bons, “ele pode estar capitalizado para na safra 2012/13 conseguir fazer a comercialização em condições de não haver pressão de oferta.”


PIS/Cofins
Segundo Lian, após acordo entre cooperativas, torrefadores e exportadores de café, será encaminhado pedido ao governo para mudança na legislação do PIS/Cofins. Na situação atual, créditos do tributo pago por exportadores ficam retidos com o governo, em um valor de R$ 800 milhões de por ano. Essa situação afeta principalmente aquelas empresas que são puramente exportadoras e não conseguem recuperar os créditos, o que gera distorções no setor e prejuízos para alguns.


“As distorções existentes na estrutura de comercialização, não deixam a competição em condições iguais, empresas que não são do segmento passaram a atuar em exportação em função dos benefícios fiscais. Quem compensa o tributo, monetiza imediatamente, quem não compensa, puramente exportador, precisa pedir restituição. O governo não restitui”, disse.
 Invertia

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