A rede de cafés Cafeera lança em janeiro um ‘blend’ especial que
custará R$ 6 a xícara e R$ 100 o quilo. Batizado de ‘Reserva Especial’, o
produto será o mais caro já vendido pela cafeteria paulistana, que pertence à
tradicional Fazenda Ipanema. Controlada pelo Grupo Bozano e a Trilux
Participações, a Ipanema é a maior produtora de cafés especiais do mundo.
‘O mercado amadureceu muito nos últimos três anos. Acreditamos
que agora já há consumidores que sabem apreciar e valorizar cafés de alta
qualidade, assim como acontece com os vinhos ‘, diz Alexandre Adoglio, sócio
gestor da Cafeera, que nasceu em 2001, no bairro do Brooklyn, e hoje possui
outros três cafés na capital.
Além de lançar o seu primeiro ‘blend’ especialíssimo, a rede
traçou planos mais audaciosos de expansão. Segundo Adoglio, o modelo de franquia
da Cafeera deve sair do forno em 2006. Ele também prevê abrir lojas próprias em
Porto Alegre, Curitiba e Rio de Janeiro.
‘O Reserva Especial é feito com o melhor do melhor dos nossos
cafés. Poucos lugares no mundo servem um café assim’, diz Edgard Bressani,
gestor de novos mercados da fazenda Ipanema, que também participa como juiz em
campeonatos mundiais de baristas.
O blend possui cafés das variedades Tupi e Catuaí Amarelo e
mistura grãos naturais, descascados e despolpados. O café despolpado, explica
Bressani, confere um toque suave e sua acidez lembra o sabor do tamarindo. O
café descascado apresenta uma nota de castanha, e os cafés naturais garantem um
sabor frutado. O ‘Reserva Especial’, acrescenta o especialista da Ipanema, já
foi inscrito para o prêmio da feira da ‘Specialty Coffee Association of
America’, que acontece nos EUA, em abril de 2006.
A Fazenda Ipanema é o único exportador brasileiro de café que
fornece para a Starbucks e havia uma grande expectativa de que o grupo também
trouxesse a marca americana de cafeterias para o Brasil. A rede americana,
porém, está em negociações com a empresária Maria Luisa Rodenbeck, sócia do
Outback no Brasil.
Adoglio não teme a vinda da Starbucks. Na sua avaliação, ela
será benéfica por ajudar a aprimorar o consumo de cafés.
Um dos desafios da rede americana será justamente o
fornecimento, já que, em princípio, terá que importar os seus ‘blends’.