Cafeicultores do Norte do Paraná aprendem a identificar e classificar os grãos de café

Por: Folha de Londrina

ECONOMIA
15/04/2009 
  
Cafeicultores do Norte Pioneiro já aprenderam a fazer a classificação física dos grãos e a degustar a bebida. A ”especialização” foi garantida durante um curso promovido recentemente pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e que contou com a colaboração do Sindicato Rural de Santo Antônio da Platina e da Ferroni Cafés. O objetivo é garantir aos produtores maior poder de barganha na negociação da safra, uma vez que eles conhecerão a qualidade do café produzido. A partir também da melhora da produção, os cafeicultores conseguem obter preços melhores.


Segundo Joana D’Arc Teixeira de Faria, funcionária da Emater, classificadora e degustadora de café, todas as etapas da produção cafeeira interferem diretamente na qualidade da bebida. A escolha de variedades adaptadas à região onde será cultivada é o primeiro passo; na condução da lavoura a orientação é para o uso de tecnologias corretas, como adubação, controle de pragas e doenças. O ponto de colheita varia conforme a região e, esse fator, é um dos principais agravantes para a perda da qualidade. A colheita tem que ser feita no pano e os grãos não devem ficar ao chão para que não fermentem. ”Deve haver, no máximo, 5% de grãos verdes”, diz.


É importante lavar os grãos antes da secagem no terreiro, que deve ser suspenso e limpo. A secagem tem que ser feita em separado conforme os grãos verde, bóia e cereja. ”O ideal é que os grãos sejam mexidos a cada 30 minutos ou, no máximo, a cada hora durante o dia”, explica a degustadora. Depois de seco, o ideal é que a armazenagem ocorra em tulhas limpas e longe de produtos como agrotóxicos. Além disso, todo o café deve ser coberto com panos limpos para evitar a mistura de corpos estranhos, como poeira e fezes de animais.


Depois que a produção for retirada da tulha, o local precisa ser higienizado. Também é importante que o produtor saiba classificar o seu café para não perder dinheiro durante a comercialização. ”Os produtores, geralmente, são enganados porque os compradores acabam nivelando por baixo. Se os cafeicultores tiverem um argumento para discutir, ganham um ponto a mais”, diz Joana D’Arc. Além da classificação manual, deve ser feito também a ”prova da xícara”.


Neste quesito as bebidas são divididas entre finas (mole e estritamente mole), boa qualidade (apenas mole), dura (duro e bem preparados) e riado ou rio (qualidade inferior). Os cafés finos são os mais apreciados e considerados um café especial; tem sabor mais adoçicado. Já os riados têm sabor e odor desagradáveis; é uma bebida mais amarga que os mais desavisados podem confundir com um café forte. (F.M.)
 
 

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