13/12/2006 21:12:07 –
Foto Admilson
Rentabilidade e geração de emprego e renda são outras vantagens do café
O município de Ivinhema é o maior produtor de café do Mato Grosso do Sul. Muito embora a produção tenha caído sobremaneira, o município ainda se sobressai e é uma referência em todo o Estado. Os ivinhemenses praticamente tomam o popular café produzido no próprio município. Além da boa qualidade para o consumo, a rentabilidade também garante a geração de emprego e renda.
Ivinhema já chegou a cultivar 10 milhões de pés de café convencional, mas hoje conta apenas com apenas três milhões de pés plantados. Ainda assim é o maior produtor do Estado. O produtor e especialista em café, Gino Ferro, explica que essa produção não significa quase nada no mercado nacional, mas para Ivinhema trata-se de geração de emprego e renda, além de estar se tomando um café de qualidade e saboroso. Ele explica que o café de Ivinhema não tem um valor comercial de exportação, isso porque a altitude e o clima não são tão favoráveis, mas para o consumo no Estado é excelente. “Temos várias empresas de torrefação e comércio de café em Ivinhema, isso mostra a nossa potencialidade. Para o nosso mercado local, estamos bem amparados em termos de produção e consumo de café”.
A exportação do café brasileiro está praticamente em Minas Gerais, onde a altitude e o clima são altamente favoráveis, o que torna o café mineiro de ótima qualidade e muito apreciado na Europa. Outra grande vantagem de cultivar café, segundo Gino Ferro, que está há 32 anos no ramo, seja plantando, comprando, beneficiando ou torrando, é o mercado favorável.
Segundo ele, o mercado está firme, e a saca sendo cotada hoje em torno de US$ 96,00. A tendência é de mais alta, já que a estimativa é de uma queda na produção. “O café é um ótimo alimento e é sagrado, literalmente falando, na mesa do trabalhador, principalmente pela manhã ou na hora de servir uma visita de alguém. Mas como a produção de café não é boa na colheita seguinte, estão, vai cair à produção”. Gino Ferro lembra que na lei da oferta e procura, ou seja, faltando produto vai valorizar ainda mais a cotação da produção, já que “ninguém fica sem o tradicional café”. Ele está produzindo, atualmente, 190 mil pés em 17,7 alqueires. São cerca de dez empregos durante os tratos culturais da cultura e outros 50 durante a colheita. “Falar de café é uma satisfação. Aliás, o café só tem porta de entrada e não de saída. Ou seja, quem entra nesse mercado se apaixona pela cultura, rentabilidade e pela geração de emprego e renda”. Segundo ele, em dois alqueires de terra cultivados com café, o produtor chega a ganhar até R$ 50 mil por ano. “A produção de café é rentável, além do prazer de cultivá-lo. Gosto do que faço, me envolvo, é fantástico. Cultivar café é igual entrar na política. É uma arte, e não tem como voltar atrás. Tenho uma enorme satisfação em plantar café. Trata-se de uma cultura apaixonante”. Outros
Além de ser o maior produtor de café, Ivinhema também é o maior produtor de mandioca do Mato Grosso do Sul, plantando em torno de sete mil hectares. Em nível de Brasil, é o segundo maior produtor, perdendo apenas para Paranavaí (PR). Aliás, a alta produção de mandioca é que fez reduzir a área de cultivo de café no município. Agora, o município também está se sobressaindo na fruticultura e na ovinocultura. Segundo o prefeito Renato Câmara, essa diversificação na propriedade rural promove, também, uma maior geração de emprego e renda e o fortalecimento da agricultura familiar, que é à base de Ivinhema. O município é formado basicamente por glebas, criadas durante o planejamento da cidade. “Também estamos trazendo outras produções, como urucum, mamona e a criação do frango caipira para incrementar ainda mais o setor rural”.