CAFÉ: PREÇOS DO CAFÉ DESPENCAM NO MERCADO INTERNACIONAL

14 de novembro de 2009 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

A última semana foi de fortes quedas nos preços internacionais do café. As perdas foram acentuadas tanto para o café arábica na Bolsa de Mercadorias de Nova York quanto para o robusta na Bolsa de Londres. No Brasil, as cotações ao produtor também recuaram, menos, é verdade, mas caíram da mesma forma. A situação não foi pior no mercado nacional diante da oferta mais retraída. Entretanto, o café conillon no Brasil sofreu desvalorização muito acentuada nos últimos dias, seguindo mais o mercado internacional que o arábica.

Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, os preços recuaram em NY para o arábica, balizador dos preços internacionais, diante de fatores técnicos e fundamentais. Ele observa que as cotações, mesmo com as recentes quedas, vêm ainda em trajetória ascendente, se observarmos o comportamento dos últimos meses. O mercado antes dessas perdas da semana tinha fatores técnicos/gráficos positivos e os fundamentos também ajudavam. As chuvas vinham em excesso nas regiões produtoras desde o inverno e também nas floradas, o que levou o mercado a temer o efeito sobre a safra de 2010 no Brasil, que deve ser muito maior que a de 2009 diante do ciclo bienal da cultura.

Na parte técnica, essas últimas baixas vieram com a falta de força do mercado em romper resistências gráficas. No contrato dezembro em NY, o mercado não conseguiu ficar acima de 145 centavos de dólar por libra-peso A força vendedora então veio pesando sobre as cotações e o mercado rompeu suportes na queda, acionando os chamados stops de venda, o que acelerou as perdas. Isso foi visto especialmente na baixa da terça-feira (10/11) em NY, quando o mercado caiu mais de 4%. O dólar mais firme contra outras moedas contribuiu para a retração do arábica em NY.

Nos fundamentos, avalia Barabach, o sentimento de que as chuvas excessivas podem prejudicar a safra futura de 2010 no Brasil amainou, o que é fator baixista. Além disso, origens entraram vendendo mais em NY. A safra maior no Vietnã, de robusta, vem derrubando as cotações em Londres e também tendo seu efeito negativo aos preços em NY. E chega agora o período de entrada da safra de importantes nações cafeicultoras, como Colômbia e países da América Central. Embora se aproxime o período de maior consumo no Hemisfério Norte, que congrega grandes consumidores mundiais, ou seja, o inverno naquela região, as grandes torrefadoras vão escalonando bem as suas compras, de forma a não provocar altas nos preços.
No balanço dos últimos sete dias, na Bolsa de Nova York para o arábica, o contrato dezembro fechou esta quinta-feira (12/11) a 130,65 centavos de dólar por libra-peso, acumulando queda de 8% no comparativo com a quinta-feira anterior (05/11), quando o mercado fechara nesta posição a 142,10 cents/lb. Na Bolsa de Londres, no mesmo comparativo, o contrato janeiro acumulou queda de 9,1%, com as cotações pressionadas especialmente com a grande safra vietnamita.

No mercado físico brasileiro de café, as perdas foram menos significativas para o arábica. A safra 2009 foi bem menor no Brasil com o ciclo bienal e os problemas climáticos reduziram ainda mais a oferta de cafés de qualidade. Com isso, produtores estão retraídos, esperando preços mais altos e também o exercício de opções com o governo para entregar esses cafés a Conab (Companhia Nacional do Abastecimento) a preços superiores a R$ 300,00 a saca. O dólar subiu um pouco nos últimos sete dias (+0,9%), contribuindo moderadamente para sustentar os preços. Assim, tomando por referência o sul de Minas Gerais, o café arábica bebida dura nessa última quinta-feira (12) estava cotado em R$ 268,00 a saca, contra R$ 278,00 do dia 05 de novembro, acumulando desvalorização no comparativo de 3,6%.

As perdas para o conillon no Brasil são mais significativas, já que não há tanta escassez de oferta como do arábica e as cotações refletiram mais as perdas de Londres. No mesmo comparativo, o conillon tipo 7 em Vitória Espírito Santo recuou 14,4% entre as duas últimas quintas-feiras, passando de R$ 167,00 a saca para R$ 143,00.

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