Café orgânico produzido por 22 associados de Pernambuco na Biofach

17 de outubro de 2007 | Sem comentários Café Orgânico Produção
Por: 17/10/2007 07:10:00 - Anba

Feira mostra a força da economia verde

17/10/2007 07:10:00 – Anba

A Biofach América Latina 2007, que começou ontem em São Paulo, confirma a trajetória ascendente do setor de orgânicos que movimenta cerca de US$ 40 bilhões ao ano no mundo. Um espaço da feira que chama a atenção de compradores e especialistas é a sala Nordeste & Cerrado – Comunidades Eco-Produtivas, que reúne investimentos de 14 estados brasileiros.

Geovana Pagel
geovana.pagel@anba.com.br


São Paulo – O negócio de produtos orgânicos se profissionalizou e ganhou escala. No mundo, movimenta cerca de US$ 40 bilhões ao ano e cresce 30% ao ano. No Brasil, é um mercado em ascensão, que cresce acima da média dos segmentos de alimentos, bebidas e cosméticos convencionais. Nos últimos dois anos houve uma expansão anual de até 50% nas vendas, bem superior à verificada em outros países, grandes consumidores mundiais de produtos livres de agrotóxicos, como a Alemanha e os Estados Unidos. A Biofach América Latina 2007, que começou ontem(16) paralelamente a ExpoSustentat, em São Paulo, confirma a trajetória ascendente do setor.


De acordo com dados da Agência de Promoção das Exportações do Brasil (Apex), os negócios de produtos orgânicos no país devem movimentar US$ 250 milhões. Já as exportações brasileiras de orgânicos ficam na casa dos US$ 120 milhões.


A organização da Biofach/ExpoSustentat espera um público diário de três mil pessoas de 15 países. Entre os 300 expositores há brasileiros e estrangeiros, fornecedores de alimentos, bebidas, cosméticos e insumos orgânicos, além de medicamentos naturais. Um espaço que chama a atenção de compradores e especialistas é a sala Nordeste & Cerrado – Comunidades Eco-Produtivas, que reúne investimentos de 14 estados brasileiros.


Os expositores desse espaço representam mais de 17 mil famílias de pequenos produtores de orgânicos e produtos derivados dentro da proposta de agricultura familiar sutentável. “As experiências apresentadas na Sala Nordeste & Cerrado são desenvolvidas a partir do respeito às diferenças socioculturais e ambientais e deixam claro a importância de se gerar renda e inclusão social com segurança alimentar. Todos os grupos trabalham com critérios sociais e ambientais “, explica Luiz Roberto Carraza, assessor técnico do Instituto Sociedade, População e Natureza, um dos apoiadores do espaço.


Segundo Carraza, a iniciativa irá valorizar, também, as mudanças estabelecidas na forma de organização dos agricultores em grupos produtivos, cooperativas, associações e redes sociais, que apontam para uma descentralização da gestão e permitem superar e avançar as barreiras da comercialização e industrialização. “Nesse sentido – um dos critérios da composição da sala foi a representação a partir de redes e articulações que já têm condições de atender pedidos maiores dos compradores. Ao todo são 15, sendo 10 do Nordeste e cinco do Cerrado”, explica.


Nos estandes, estão expostos frutas, óleos, café, doces, essências, mel e derivados, artesanato e muito mais. No espaço da Associação em Áreas de Assentamento no Estado do Maranhão (Assema), quem apresenta os produtos é a quebradeira de coco Dorenilde Souza Silva, 32 anos, uma das 160 associadas da entidade. O carro chefe da produção é o óleo de babaçu orgânico, feito a partir da amêndoa da fruta e utilizado para a produção de cosméticos e produtos de higiene e limpeza.


“No processo de produção do babaçu não são feitas queimadas, derrubada de palmeiras, nem a aplicação de agrotóxicos”, conta Dorenilde que quebra coco de babaçu desde os 10 anos de idade. “Consigo quebrar uns 10 quilos de coco por dia”, garante.


Ela e os outros quebradores ganham R$ 1,25 pelo quilo de amêndoa entregue em dos oito postos de coleta de uma das cooperativas mantidas pela associação, a Coppalj. O óleo de babaçu é comercializado no mercado interno e exportado para Europa e Estados Unidos. “No final do ano, depois que todas as despesas são pagas, os lucros são divididos entre os associados, de acordo com o que cada um entregou na cooperativa”, conta. O selo do Instituto Biodinâmico (IBD), acompanha o produto desde 1997.


Já a Associação dos Produtores Orgânicos de Taquaritinga do Norte (Aprotaq), sediada em Pernambuco, levou café orgânico produzido por 22 associados para a Biofach. “Nossa produção ainda é pequena, em média 80 toneladas pro ano, mas já exportamos para a Europa e Estados Unidos”, conta orgulhoso o vice-presidente da Aprotac, Pedro de Lemos Araújo Júnior.


Segundo ele, em Taquaritinga a plantação de café cresce na sombra das espécies nativas da região que garantem um sabor diferenciado ao café. “O sombreamento garante um sabor achocolatado ao nosso café e um aroma doce inconfundível”, garante Araújo Júnior. “Temos certificação do IBD há três anos e estamos na Biofach em busca de novos mercados no Brasil e no exterior”, destacou.


A Biofach/ExpoSustentat segue até a próxima quinta-feira, no Transamérica Expo Center, em São Paulo. Maiores informações no site www.biofach-americalatina.com.br


Contatos


Óleo de babaçu orgânico
Assema
Telefone: +55 (99) 3642.2152
Site:www.assema.org.br


café orgânico
Aprotaq
Telefone: +55 (81) 3733.1841
 

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