Café: NY registra forte queda nesta 3ª feira e mercado mostra que questão climática ainda pesa

3 de dezembro de 2014 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

02/12/2014


A Bolsa de Nova York (ICE Futures US) para o café arábica encerrou esta terça-feira (2) com queda expressiva de mais de 700 pontos nos principais contratos. O vencimento dezembro/14 registrou 182,30 cents de dólar por libra peso com queda de 705 pontos, o março/15 anotou 183,40 cents/lb com desvalorização de 700 pontos, o maio/15 teve 185,90 cents/lb também com recuo de 700 pontos e o julho/15 encerrou a sessão cotado a 188,30 cents/lb com 695 pontos negativos.


Segundo o consultor da Safras & Mercado, Gil Carlos Barabach, as chuvas registradas no Brasil nos últimos pressionaram a baixa na sessão de hoje. No entanto, o mercado está sem sustentação. “Essa queda acentuada reflete as condições climáticas no País. Mas a demanda fraca também exerceu pressão sobre os preços”, diz o analista.


De acordo com informação reportada pela Reuters nesta terça-feira com base no relatório do Rabobank, a produção mundial de café atingirá 144,4 milhões de sacas de 60 kg na temporada 2014/15 (outubro/setembro), um aumento de 1,5% o ciclo anterior, mas o mercado está a caminho de um segundo ano consecutivo de déficit na oferta, sinalizando preços mais elevados.


Já de acordo com o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, após as surpreendentes volatilidades presenciadas no final do pregão de ontem, baseada em notícias vindas da Cooxupé, o mercado assimilou as informações e adotou postura defensiva em realizações de lucros na sessão de hoje. “A grande verdade é que o mercado já precificou as variáveis disponíveis e ao que parece dificilmente em 2014 haverá espaço para grosseiras volatilidades seja no lado positivo ou negativo”, afirma.


Na sessão anterior, o mercado fechou em baixa após virada no final da sessão. Os investidores acreditavam que as chuvas volumosas que caíram na semana passada em várias cidades produtoras teriam forças para reverter a situação das lavouras e gerar produtividade regular em 2015/16.


De acordo com o agrometeorologista da Somar Meteorologia, Marco Antônio dos Santos, o mês de dezembro deve registrar chuvas acima da média na região Centro Sul do país com maior concentração na primeira quinzena. No entanto, segundo mapas climáticos, nesta semana não há possibilidade de chuvas em níveis elevados na Região Sudeste, apesar da chegada de uma frente fria a partir de quinta-feira (4).


Mercado interno


Segundo Marcus Magalhães, a maior parte do setor produtivo já deu como encerrada a participação nos negócios em 2014 e assim, independente de dólar ou bolsa, dificilmente haverá aumento de liquidez nas praças de comercialização até 2015.


O tipo cereja descascado teve maior variação na cidade Franca-SP, onde a saca está cotada a R$ 570,00 e teve queda de 1,72%. A localidade também teve o maior valor de negociação.


O tipo 4/5 de café arábica anotou maior valor na cidade de Guaxupé-MG, mesmo com queda de 1,44% e a saca está cotada a R$ 547,00. O município que apresentou maior variação no dia foi Franca-SP com queda de 2,00% e a saca está cotada a R$ 490,00.


O tipo 6 duro anotou maior valor em Guaxupé-MG com R$ 494,00 a saca e queda de 1,59%. A cidade com variação mais expressiva no dia para o tipo foi Patrocínio-MG com queda de 4,08%, o valor de negociação é de R$ 470,00.


Na segunda-feira (1º), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou alta de 1,55% e está cotado a R$ 455,46 a saca de 60 kg.


Tipo 4/5 fecha no campo negativo na Bovespa


As cotações do café arábica tipo 4/5 encerraram em baixa na BM&F Bovespa. O vencimento dezembro/14 encerrou o dia com US$ 223,10 a saca de 60 kg e queda de 1,06%, o março/15 anotou US$ 223,00 e desvalorização de 3,00% e o setembro/15 está cotado a US$ 231,25 a saca com 0,11% de baixa. Para o tipo 6/7 foi mais um dia sem negócios.


Liffe registra forte queda em Londres


As cotações do café robusta na Bolsa Internacional de Finanças e Futuros de Londres (Liffe) ficaram no campo negativo nesta terça-feira. O contrato janeiro/15 está cotado a US$ 2033,00 por tonelada com queda de US$ 30, o março/15 teve US$ 2043,00 por tonelada e recuo de US$ 23 e o maio/15 anotou US$ 2057,00 por tonelada e baixa de US$ 22.


Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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