Café: NY fecha com 1.100 pts de queda, mas semana encerra positiva

As cotações do café arábica encerraram a sessão de hoje (16) com mais de 1.100 pontos de queda para os contratos de entrega mais próxima na Bolsa de Nova Iorque (Ice Futures US), porém, a semana encerrou com 115 pontos positivos.


A alta volatilidade da semana foi provocada principalmente pelas duas estimativas para a safra brasileira 2014/15, divulgadas pelo USDA, no dia 13, e pela Conab, no dia 15, que trouxeram números divergentes.


Na sessão de hoje, o vencimento maio perdeu 1.165 pontos e encerrou valendo 182,50 centavos de dólar por libra-peso. Os contratos para entrega em julho fecharam em 185,05 cents e os para entrega em setembro encerraram em 187,30 cents/libra-peso, ambos com queda de 1.175 pontos.


USDA x Conab
A estimativa divulgada pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) aponta para uma safra de 49,5 milhões de sacas. O número foi considerado bastante conservador por alguns cafeicultores e analistas que trabalham com mais proximidade à realidade dos campos e que afirmam que a quebra de safra será bem maior. 


Já a previsão da Conab, divulgada na quinta-feira (15), aponta para uma safra de 44,57 milhões de sacas, resultado que representa uma redução de 9,33% – ou 4,58 milhões de sacas – quando comparado com a produção de 49,15 milhões de sacas obtidas no ciclo anterior, segundo a Companhia. O número ajudou os preços a se recuperarem na Bolsa de Nova Iorque, com ganhos acima de 1.200 pontos para os principais contratos.


De acordo com o analista de mercado Eduardo Carvalhaes, apesar dos números divergirem em quase 5 milhões de sacas, as estimativas para a produção de arábica são bem similares. “A Conab estima a safra brasileira de arábica em 32,23 milhões de sacas e o USDA prevê 33,1 milhões sacas. É uma diferença de apenas 3%”.


Ele afirma que ambos os relatórios ajudaram a consolidar no mercado a noção de uma forte perda na produção de arábica, sinalizando oferta apertada em um futuro próximo. Por outro lado, a Conab e o USDA trazem números muito diferentes para a safra brasileira da variedade robusta (conilon). A Conab estima produção de 12,33 milhões de sacas e o USDA prevê uma produção de 16,4 milhões de sacas. “É uma diferença de 33%, ou 4 milhões de sacas… Ou seja, um dos dois errou feio”.


O site norte-americano Agrimoney informou hoje que, se as previsões de quebra de safra se confirmarem, esta será a primeira vez desde 1990 que o Brasil tem redução de produção em duas safras consecutivas, com risco de que a redução se estenda ainda por uma terceira safra (2015/16).


Setor em expansão
Agências internacionais continuam divulgando o rápido e contínuo crescimento do mercado de café em todo o mundo, principalmente no setor de cafés especiais. Em matéria publicada hoje, o site norte-americano Financial Times informou que “…o café atrai investidores porque é um dos setores que mais crescem na indústria de alimentos e bebidas, principalmente na produção de café em cápsulas, que possibilita uma alta margem de lucro em um mercado com pessoas dispostas a pagar por mais conveniência e por sabor melhor”.


Fonte: Notícias Agrícolas // Fernanda Bellei

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