Café : Futuros devem buscar níveis de Abril , acima de 300 cents

30/08/2011

São Paulo, 30 – Os contratos futuros de café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US)
iniciaram a semana reforçando tendência altista. O mercado rompeu a resistência a 280 cents e
pode voltar aos nível de 304 cents marcado em meados de abril deste ano.

Segundo corretor da Icap, o mercado de café em Nova York está firme. Houve uma tentativa de realização de lucro na sexta-feira passada, que não se concretizou. O feriado de ontem em
Londres levou a uma abertura de Nova York mais tarde (8h30, horário de Brasília). “Sem
Londres, a abertura da ICE já veio forte”, comentou.

O furacão Irene chegou à Nova York enfraquecido. O fenômeno não trouxe nenhuma influencia
para as cotações do grão. Os cafés mantidos em armazéns licenciados pela ICE Futures também não apresentaram qualquer tipo de dano, informou um porta-voz da bolsa.

O corretor salientou que compras técnicas trouxeram otimismo ao mercado. “Nova York tem tudo para buscar 304 cents, 305 cents”, prevê. De acordo com o corretor, os fundos de investimento já viraram novamente para o lado comprado, considerando o mais recente relatório da Commodity Futures Trading Commission (CFTC), divulgado sexta-feira.

Os fundos de investimento reduziram o saldo líquido vendido de 9.298 lotes no dia 16 para 2.533 lotes no dia 23, considerando futuros e opções. Com as seguidas altas da semana passada, esses participantes já podem estar com saldo líquido comprado.

Os contratos trabalharam no terreno positivo ao longo de toda a sessão de ontem. O vencimento para dezembro acabou fechando em alta de 1,88% (525 pontos), a 284,45 cents. A máxima foi de 284,75 cents (mais 555 pontos). A mínima ficou 70 pontos acima do fechamento anterior, a 279,90 cents.

Conforme corretor da Icap, o mercado já está sob influencia do clima nas regiões produtoras
brasileiras. Segundo ele, ainda é cedo para fazer previsões, mas o tempo seco pode prejudicar
as floradas, que resultarão na produção do ano que vem.

Poucos lotes de arábica são negociados na BM&FBovespa, entre outros fatores, pelo novo
padrão imposto pela bolsa aos cafés. Além disso, a questão tributária prejudica os negócios. O
mercado encerrou em alta ontem. O vencimento dezembro/11, o mais liquido com 5.357 lotes em aberto, subiu US$ 6,85, a US$ 367,55 a saca. O vencimento setembro/11, com 3.212 lotes em aberto, avançou US$ 5,10, a US$ 368,30 a saca.

Os contratos futuros de café robusta na Bolsa de Londres (Liffe) operavam em alta há pouco. O vencimento para novembro subia 0,72% (17 dólares), a 2.362 dólares/t.

Mercado Físico :

O mercado físico de café esteve agitado ontem, com vendedores pedindo alto valor pela saca,
enquanto o comprador tentava segurar as bases de preço. “Nesse impasse, poucos negócios
foram fechados”, informa um corretor de Santos (SP). O produtor está na expectativa de um novo pico de alta nas cotações, considerando a forte puxada dos contratos futuros na Bolsa de Nova York. Este mês, o vencimento para dezembro acumula ganho de mais de 15%.

O comentário na praça de Santos é que café tipo 6, do sul de Minas, tinha pedido de vendedor
entre R$ 535/R$ 540 a saca. O comprador, no entanto, sugeria R$ 532/R$ 535 a saca. Houve
rumor de que a Luis Dreyfus teria adquirido café tipo 6, com 5% de catação, a R$ 537 a saca. A empresa teria comprado 2 mil sacas do produto de cooperativa de Varginha (MG).

Os pesquisadores de Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informam
que mesmo com o forte aumento nas cotações do café arábica na Bolsa de Nova York, a liquidez no físico brasileiro foi limitada ontem. Com as sucessivas altas, vendedores se retraíram, na expectativa de preços mais elevados. Compradores, por sua vez, não aumentaram as bases de preço o suficiente para atrair novos vendedores.

O indicador Cepea/Esalq do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista,
fechou a R$ 508,89/saca de 60 kg, alta de 0,1% em relação à sexta-feira. A moeda
norte-americana ficou em R$ 1,5920, recuo de 0,8% no mesmo período.

O indicador Cepea/Esalq do robusta tipo 6, peneira 13 acima, fechou a R$ 229,41/saca de 60 kg, avanço de 0,5% em relação à sexta-feira. O tipo 7/8 bica corrida foi de R$ 218,22/saca, reação de 0,7% no mesmo período – ambos a retirar no Espírito Santo.

Levantamento preliminar do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) mostra que
os embarques de grãos verdes em agosto, até ontem, alcançavam 2.230.749 sacas, alta de
24,5% em relação ao mesmo período do mês anterior. Em julho passado foram embarcadas
2.032.709 sacas. Até ontem, haviam sido emitidos certificados de origem para 2.651.945 sacas
de café, resultado 19,9% maior ante mesmo período do mês anterior.

Fonte : Broadcast | Café da Terra