As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam em baixa pelo quarto pregão consecutivo nesta quinta-feira (7). Com isso, o contrato mais próximo, março/16, caiu para o patamar de US$ 1,18/lb. O mercado repercute a fraqueza na moeda das principais origens produtoras em relação ao dólar e as incertezas com o clima no cinturão produtivo do Brasil. No entanto, de acordo com agências internacionais, após a alta no fim do ano passado, ajustes também são realizados.
Os lotes com vencimento para março/16 encerraram o pregão de hoje cotados a 118,45 cents/lb, o maio/16 anotou 120,60 cents/lb e o julho/16 encerrou o dia com 122,60 cents/lb, ambos com recuo de 150 pontos. Já o contrato setembro/16 teve 124,35 cents/lb com 145 pontos de desvalorização.
De acordo com o analista João Santaella, o mercado do café deve manter este tom baixista até o cenário financeiro esboçar recuperação. No entanto, para ele, o fechamento de hoje foi mais realista. “A próxima resistência, na média de 20 dias, está em 121,00 cents/lb. Depois desse patamar acredito que as cotações voltem a testar a máxima de 128,00/130,00 cents/lb”, explica.
O dólar comercial encerrou a sessão de hoje cotado a R$ R$ 4,0525 na venda, maior nível desde setembro, com alta de 0,77%. A moeda estrangeira mais valorizada ante o real dá maior competitividade às exportações, mas acaba derrubando os preços lá fora. O mercado financeiro viveu mais um dia de intensas preocupações com a economia chinesa após nova desvalorização do iuan que derrubou as bolsas do país.
Mas não é só o café que tem sido influenciado pelo cenário econômico nesta semana, outras commodities também caem acompanhando a baixa acentuada do petróleo. Os investidores estão preferindo deixar os ativos de risco, como as commodities, e buscando títulos do Tesouro norte-americano e dólar.
De acordo com os principais institutos meteorológicos, as chuvas devem voltar ao cinturão produtivo de café neste fim de semana. Linhas de instabilidade mantêm a chuva forte sobre boa parte das Regiões Centro-Oeste e Nordeste, distante das áreas produtoras de café do Brasil, informa a Somar Meteorologia.
Mercado interno
Com poucos negócios sendo registrados, dólar em alta e bolsas sustentadas, o viés de preço no mercado interno é de alta. Porém, poucos vendedores aparecem nas praças de comercialização para negociar suas produções.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação na cidade de Varginha(MG) com R$ 525,00 a saca e desvalorização de 1,87%. A maior oscilação no dia ocorreu em Patrocínio (MG) com recuo de 2% e saca valendo R$ 490,00.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 572,00 a saca e queda de 0,87%. A maior variação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com desvalorização de 1,96% e saca cotada a R$ 501,00.
O tipo cereja descascado também teve maior valor de negociação hoje na cidade de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 570,00 e queda de 0,87%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com recuo de 2,89% e R$ 538,00 a saca.
Na quarta-feira (6), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 497,49 com queda de 1,34%.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fecharam em baixa nesta quinta-feira. O contrato janeiro/16 teve US$ 1.420,00 por tonelada com queda de US$ 31, o março/16 registrou US$ 1.474,00 por tonelada e recuo de US$ 18, enquanto o vencimento maio/16 teve US$ 1.505,00 por tonelada com desvalorização de US$ 17.
Na quarta-feira (6), o Indicador CEPEA/ESALQ do café robusta tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 385,58 com avanço de 0,05%.
Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas