Opinião: Perspectiva para o café em 2008
2008 promete uma boa safra se o tempo ajudar até lá. As perdas com o tempo já foram caracterizadas e em minha opinião de forma alguma conseguiremos colher uma safra parecida com a de 2002, mais de 50 milhões. Por uma série de razões que não cabem aqui comentar. Partindo dessa referência, estimo uma safra próxima a 45 milhões de sacas e aí a conta é matemática. Se consumirmos 17 milhões, exportaremos entre verde e solúvel 26 milhões, temos 43 milhões, um número muito próximo da colheita 2008. Com certeza chegaremos com estoques baixíssimos e não teremos á partir do meio do ano os estoques governamentais que serão todos vendidos até o meio do ano.
Situação apertada do ponto de vista, da demanda e oferta. Significam mercado interessante, mantendo-se nos atuais níveis que permitem remuneração, embora pequena, para nossa média de sacas por hectare. Se tivermos uma ordenação de comercialização permitida por um programa de financiamentos de estoques, Pepro, Opções, etc. Por certo as perspectivas serão mantidas durante, inclusive a safra , quando a tendência de preços tem pressão naturalmente baixista, potencializadas por uma safra alta.
Resumindo, políticas de ordenamento são vitais que sejam implementadas, acertadas entre governo e iniciativa privada. Mecanismos e dinheiro têm para realizá-la via CDPC e recursos do Funcafé. Dessa forma muitos produtores serão beneficiados. De outra forma somente uma fatia de produtores que já venderam parte de sua safra no mercado futuro e CPR, a preços muito interessantes, possuem boa gestão financeira (o ponto fraco da maioria dos nossos produtores), não tendo necessidade de vender café durante o período da colheita, conseguirão auferir melhores resultados financeiros.
Aguinaldo José de Lima
Diretor do CACCER