No ano passado, consumo aumentou 5,1%, passando de 15,53 milhões para 16,33 milhões de sacas
Sérgio Moraes/Reuters – 9/8/05
Com a proliferação de cafeterias por todo o país, consumo da bebida fora de casa subiu 4% em 2006
O consumo de café cresceu mais uma vez no mercado brasileiro. De novembro de 2005 a outubro do ano passado, foram consumidas 16,33 milhões de sacas, um aumento de 5,1% em relação aos 12 meses anteriores, quando o volume apurado havia sido de 15,53 milhões de sacas. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).
Desde 2003, o consumo de café no Brasil evoluiu 19,2%, partindo de 13,7 milhões de sacas. No mundo, segundo dados da Organização Internacional do Café (OIC), a expansão nesse período ficou em 1,5% ao ano, na média. “O mercado brasileiro ganha cada vez mais destaque e já representa 14% da demanda mundial”, comemora Guivan Bueno, presidente da Abic. “Os 16,33 milhões de sacas representam mais de 50% do consumo interno de todos os 57 países produtores de café, que é estimado pela OIC em 31 milhões de sacas por ano.”
Pesquisa anual realizada desde 2003 pela InterSciense sobre consumo de café no Brasil mostra que se manteve em 2006 a tendência de crescimento em todas as classes sociais e faixas etárias, com certa estabilidade apenas no segmento mais jovem (15 a 19 anos). Constata também que as pessoas estão tomando mais xícaras de café por dia e que aumentou em 4% o consumo fora do lar, o que está relacionado com a melhor qualidade e o aumento do segmento de cafeterias, a exemplo das redes estrangeiras que estão entrando no mercado.
Para Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da Abic, essa expansão do mercado interno é resultado de um conjunto de fatores, a exemplo da melhoria contínua da qualidade do café oferecido aos consumidores, que foi ampliada com o Programa de Qualidade do Café (PQC), que já certificou mais de 160 marcas em todo o Brasil. A consolidação do mercado de cafés tipo gourmet ou especiais é outro fator.
De acordo com Herszkowicz, os investimentos em promoção e marketing têm sido fundamentais para assegurar o aumento do consumo. Em 2006, foram aplicados nessa área, só com recursos do Fundo de Defesa da Cafeicultura (Funcafé), R$ 5 milhões, por meio do Programa Integrado de Marketing, coordenado pelo Departamento do Café, do Ministério da Agricultura.
MERCADO EXTERNO A exportação de café torrado/moído também apresentou excelente desempenho, conforme acompanhamento feito pelo Programa Setorial Integrado da Abic em convênio com a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil). O valor das vendas alcançou, em 2006, US$ 24,47 milhões, contra US$ 16,69 milhões em 2005, um salto de 46%. Em relação a 2002, quando esses negócios efetivamente tiveram início, a evolução foi de 504%. “Os produtos brasileiros estão tendo maior sucesso em mercados e segmentos que demandam cafés de alta qualidade e que pagam maior valor unitário”, diz Herszkowicz.
O preço médio do café exportado foi de US$ 4,55 por quilo no ano passado, 14% mais que os US$ 4 em 2005. Para 2007, a previsão é de que as exportações alcancem US$ 32 milhões, com os Estados Unidos figurando como maior mercado comprador e o Mercosul surgindo como boa opção de negócios (5% das vendas).
“O mercado brasileiro ganha cada vez mais destaque e já representa 14% da demanda mundial” – Guivan Bueno, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic)