BLOG The Coffee Traveler – The Starbucks’ Dilemma

8 de julho de 2008 | Sem comentários Cafeteria Consumo
Por: Ensei Uejo Neto

 



Está repercutindo muito o anúncio do fechamento de 600 lojas das suas quase
7.000 existentes em território norte-americano ostentando a famosa logomarca
verde com o desenho em linhas brancas da emblemática sereia. Isto representa
quase 9% do total, além de significar, em conjunto, um corte de aproximadamente
12.000 postos de trabalho numa ceifada só.


Em se tratando de uma rede que tinha como característica o crescimento
contínuo, um movimento inverso pode representar um revés muito grande. Porém, se
avaliarmos com frieza os números e, também, sua estratégia maluca de
crescimento, certamente alguns indícios do que hoje está se passando estavam
visíveis.


Starbucks plaqueSeattlePortSeus problemas se iniciaram exatamente quando se pensava que uma
solução financeira havia sido encontrada: a abertura de capital através da
oferta de ações em bolsa.


Este tipo de mecanismo pode se tornar numa afiadíssima lâmina de dois gumes:
se por um lado permite uma robusta capitalização da empresa, naturalmente
através da aceitação de inúmeros novos sócios, por outro faz a empresa refém de
um vicioso modelo de geração contínua de lucros. Isso mesmo, para quem fez o
investimento, lhe interessa o retorno em volumes sempre expressivos.


Isso explica o porque do crescimento desenfreado que a Starbucks experimentou
a partir do início deste Século, com um plano de expansão considerado maluco por
muitos especialistas em Franchising e negócios imobiliários: muitas
vezes as lojas ficam tão próximas, mas tão próximas uma das outras, que em
diversos casos é possível encontrar duas lojas numa mesma quadra!


Grande volume de negócios necessariamente não representa que o lucro seja
grande também…


Por outro lado, a partir de uma certa escala, tentar manter o
mesmo ritmo alucinante de expansão de lojas, algo como dobrar o seu
número a cada 2 anos, torna-se tarefa hercúlea: o dobro de 5 é 10, porém o dobro
de 3.000 é 6.000!


Em seu atual tamanho, a Starbucks coloca-se como uma das maiores indústrias
torrefadoras norte-americanas, ao lado de uma Procter & Gamble,
Sara Lee ou Kraft. Afinal, seu volume de café cru está por volta dos 1,9
milhões de sacos de 60 kg ,  que significa 10%
do total de café cru importado pelos Estados Unidos! 


Ou seja, o seu grande trunfo do início, que é o que caracteriza o mercado de
cafés especiais, se perdeu: com esse tamanho, a Starbucks deixou de ser
contra-cultura e passou a ser parte do
establishment (= Sistema Vigente). Era isso que
chamava os novos consumidores, que como todo bom jovem, gosta de “ir contra o
sistema”, ou, simplesmente, “ser do contra”…


Resta saber como Schultz, seu primeiro grande Presidente e de volta ao
posto, irá resolver essa questão.


Fonte: http://coffeetraveler.net/

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