14/12/2006 05:12:14 –
As cafeterias que vendem café expresso de qualidade estão conquistando o paladar e o estilo de vida dos brasileiros. As lojas ou butiques, como também são chamados esses estabelecimentos, para dar um toque de sofisticação, consolidam e expandem suas redes, e novas marcas estão chegando ao País. Em São Paulo, por exemplo, a Nespresso, a empresa da área de café da Nestlé, com mais de 40 estabelecimentos no exterior, vai abrir hoje sua primeira butique no Brasil, localizada nos Jardins. A Starbucks, por sua vez, presente em 37 países, inaugurou no início deste mês duas lojas no Shopping Morumbi: uma na ala nova e outra dentro da Livraria Saraiva MegaStore.
As redes já presentes no Brasil, como é o caso da Frans café, que tem 35 anos, também têm planos de expansão. Para 2007, a expectativa de crescimento da empresa é subir de 96 para 120 estabelecimentos em São Paulo (capital e interior), Rio de Janeiro, Brasília e Curitiba, entre outro locais.
Já a Suplicy cafés, que abriu sua primeira loja em 2003 (Alameda Lorena), inaugurou a segunda em 2004 (Itaim), a terceira em 2005 (Shopping Iguatemi) e vai abrir no próximo ano sua quarta unidade, no Shopping Market Place.
Momento bom – “Há um momento mágico para o café”, avalia Nathan Herszkowicz, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria do café. Segundo ele, o mercado brasileiro de café vem experimentado um forte crescimento, principalmente após o ano 2000, porque as indústrias passaram a produzir café gourmet (de alta qualidade). Além disso, toda uma nova tecnologia de servir foi implantada tanto por empresas nacionais como por estrangeiras. Com isso, foi-se criando um novo patamar de qualidade para o produto, e o consumidor tornou-se cada vez mais exigente.
O momento mágico a que se refere Herszkowicz também é uma boa oportunidade de negócios, não só para gente grande, mas também para pequenos e médios investidores. “Com R$ 70 mil a até R$ 300 mil, dá para abrir um negócio na área”, afirma.
Marcos Suplicy, da Suplicy cafés, confirma: na sua quarta loja, no Market Place, vai investir R$ 300 mil.
Tecnologia – Mas se o negócio é bom, também é preciso muito trabalho, determinação e dedicação. A concorrência é forte e as tecnologias avançam rapidamente. Para se ter uma idéia do grau de sofisticação a que chegou o ato de consumir e vender café, o country manager da Nespresso, Martin Pereyra, conta que, em sua empresa, a quantidade para cada xícara vem em cápsulas de alumínio. Isso evita a oxidação do café, quando se abre um pacote, por exemplo, e não se consome imediatamente.
Não só de tecnologia, porém, vive esse negócio. É preciso especial atenção, segundo os executivos do setor, no treinamento do pessoal que vai lidar não só com o produto, mas, principalmente com o cliente. A diretora geral para o Brasil da Starbucks, Maria Luísa Rodenbeck, por exemplo, afirma: “Temos um diferencial no atendimento. Os atendentes são conhecedores de café e esclarecem as diferenças para os clientes, como um enólogo faz com o vinho.”
Nas lojas em que o consumidor pode apreciar seu café, também é possível comprar máquinas e o próprio produto (torrado ou moído) para repetir em casa a experiência de tomar a bebida. Nessas lojas, os consumidores são orientados sobre como proceder. E ao que tudo indica, a moda está pegando. Não é para menos. Como observa Pereyra, da Nespresso, o café está presente na história econômica e social do Brasil. Além disso, o País é o segundo maior consumidor de café do mundo, depois do Estados Unidos.