07/12/2006 17:12:07 –
O pedido de tombamento foi feito em 1983. Após uma espera de 23 anos, o conjunto arquitetônico e ambiental da Escola é considerado patrimônio protegido pelo Estado. “Tombar um bem como a ESALQ é simbólico, pois vem engrandecer o rol dos bens protegidos pelo Condephaat”, afirma Carlos Alberto Dêgelo, presidente do órgão da Secretaria de Estado da Cultura.
Apesar de possuir um território de 3.825 hectares, que corresponde a 50,44% da Universidade de São Paulo (USP), apenas uma área de 914,5 hectares do Campus “Luiz de Queiroz” será tombada. Desta forma, foi incorporado ao processo o Parque, pelo pioneirismo do traçado orgânico. Arquitetado pelo belga Arsenio Puttemanns, em 1907, o projeto engloba o Edifício Central e a expansão realizada em 1940, que manteve o padrão do paisagismo original.
Na área edificada, foram incluídos o Prédio Central e seus bens agregados, como telas, retratos e bustos de pessoas importantes que passaram pela Escola, e ainda os pavilhões da Engenharia, da Química e de Horticultura.
Projetado em estilo neoclássico, pelo arquiteto inglês Alfred Brandford Hutchings, as obras do Edifício Central tiveram início em 1905 e sua inauguração se deu em 14 de maio de 1907. Em 1945, o pavilhão foi ampliado, com a construção de mais um piso. O prédio tem mais de 4.800 m2 de área, distribuído em quatro pavimentos.
Segundo a resolução que será assinada pelo Secretário de Estado da Cultura, João Batista de Andrade, no dia 12 de dezembro, a ESALQ representa por seus edifícios, parques, campos de cultivo e pastos, a trajetória de mais de um século do ensino agrícola no Estado de São Paulo.
O sistema viário dos dois parques, seus limites externos e vias internas, lagos, a alameda dos Alecrins e as edificações numeradas, segundo a catalogação feita pela própria instituição em sua planta cadastral, também foram contemplados, bem como as zonas antigas de cultivo e de mata preservada.
Após a assinatura da resolução não serão mais permitidas novas construções nos parques de traçado orgânico nos setores vinculados ao Edifício Central e ao Pavilhão da Engenharia. O processo define ainda as áreas de expansão, onde poderão ser realizadas novas construções.
Também estão protegidos a antiga Usina (atual Estação de Tratamento de Água), a oficina, a antiga colônia (atual Centro de Vivência), os prédios próximos à alameda principal, a residência onde morava o diretor (atual Museu Luiz de Queiroz), os estábulos com as instalações próximas e o conjunto vinculado aos campos de café, composto por terreiro, armazéns e residências.
Tais estruturas localizam-se no interior do perímetro delimitado pela avenida Pádua Dias e seguindo pela avenida Carlos Botelho; rua Policarpo Amaral; rua Padre Galvão; alameda do Aviário, divisa do terreno onde se situa a casa 72; alameda das Palmeiras; alameda do Brejo; alameda Viário-Zoologia; alameda dos Alecrins; até o final dos terrenos das residências 51. Daí, contornando a cerca dos laboratórios 53 e 54, até o ribeirão Piracicamirim, de onde segue pela margem até a estrada Monte Alegre, e por essa até a alameda da Horta, dobrando para a esquerda; e daí, seguindo o traçado orgânico do parque, até a alameda da Entomologia, até fechar na avenida Pádua Dias.
Serviço
Cerimônia de Assinatura da Resolução de Tombamento
Nesta terça-feira, 12 de dezembro, às 16h, no Salão Nobre (Edifício Central), será assinada a Resolução de Tombamento de parte do Campus “Luiz de Queiroz”, onde está instalada a ESALQ. O evento contará com as presenças do Governador do Estado de São Paulo, Cláudio Lembo, e do Secretário de Estado da Cultura, João Batista de Andrade, além de demais autoridades municipais e estaduais.
Informações adicionais: USP ESALQ – telefones: (19) 3429 4485 / 3429 4477 / fax: (19) 3429 4109 / www.esalq.usp.br