Giannetti analisa macro-economia do Brasil

Em sua palestra, ontem, 23/11, no Encafé, o economista Eduardo Giannetti da Fonseca comparou a situação macro-econômica do Brasil a um copo meio cheio, meio vazio. “a parte meio cheia são as notícias boas e a outra, as ruins”, explicou.

Na parte positiva, indicou três conquistas do governo do presidente Lula, relacionadas à autonomia operacional do Banco Central: o cumprimento das metas de inflação, a diminuição do percentual da dívida pública atrelada ao câmbio e o controle das contas externas.

Ao falar do copo vazio citou o baixo crescimento econômico do país – média de 2,4 % nos últimos 11 anos – que vive de recuperações cíclicas e não caminha para o tão propalado desenvolvimento sustentável. Isto porque o Brasil não apresenta as condições necessárias ao acúmulo de capital, nem humano, nem financeiro, necessário para alavancar o crescimento.

Giannetti apontou a necessidade urgente das reformas trabalhista, previdenciária e fiscal. A carga tributária, que corresponde a 38% do PIB, também foi alvo de crítica. Assim como a carência de marcos regulatórios, que mina a confiança dos investidores no país.

Por outro lado, Giannetti afirmou que não acreditar que essas reformas sejam feitas no segundo mandato do presidente Lula e criticou o advento da re-eleição, por eliminar a possibilidade do país, a cada quatro anos, ser revigorado pela posse de um novo governo com ímpeto reformador legitimado pela força das urnas.

O economista previu ainda um novo boom do agronegócio, principalmente no setor de bioenergia. Com relação ao café, atento à manutenção do market share do Brasil, Giannetti aconselhou o setor a não esquecer da qualidade, lembrando que deve ser dada atenção às pesquisas na área café e saúde, buscando antecipar informações a respeito da cafeína e seus efeitos.

Fonte: Equipe caféPoint, com informações da Assessoria de Imprensa da Abic.