22/11/2006 16:11:08 –
Rio de Janeiro – Os recursos gerados pela produção agrícola brasileira em 2005 foram de R$ 95,4 bilhões, 14,2% menores em relação ao ano de 2004. O recuo ocorreu apesar de um aumento de 2% na área plantada no país, que ocupou 64.312.930 hectares no ano passado. Os dados constam da Pesquisa Agrícola Municipal (PAM), divulgada nesta quarta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com os resultados do levantamento, a redução de R$ 13,6 bilhões no valor da produção agrícola de 2004 para 2005 foi causada pela queda nos preços da soja, que foram afetados pela baixa cotação no mercado internacional, pela valorização do câmbio e pelas más condições climáticas que reduziram a qualidade do produto, gerando sua desvalorização no ano de 2005.
Segundo o IBGE, em 2004 a tonelada da soja estava cotada, em média, a R$ 658,48. Em 2005, o valor da tonelada do produto caiu para R$ 424,96. A cultura corresponde a 22,8% da do valor total da produção agrícola nacional.
O impacto dos preços da soja foram mais intensos nos municípios onde há pouca diversificação de culturas, como por exemplo em Sorriso (MT), que é o maior produtor de soja do país. O município era o primeiro no ranking nacional de produção agrícola em 2004, e com uma redução de 41,8% em 2005, passou para a quarta colocação.
Das 63 culturas consideradas na pesquisa, 15 representam mais de 90% do valor da produção agrícola, entre elas soja, cana-de-açúcar, milho, café, algodão herbáceo, arroz, mandioca, laranja, fumo, feijão, banana, batata-inglesa, tomate, uva e trigo.
As informações sobre a produção de grãos em 2005 divulgadas em julho pelo IBGE já apontavam o recuo nas safras de soja e milho. Os resultados de hoje indicaram que, embora com menor peso na produção nacional, também diminuíram a produção de café (13,2%), de laranja (2,5%), de fumo (3,5%), de uva (4,6%) e de tomate (1,8%).
No caso do café, a redução é explicada pelo ciclo bianual da cultura, que tem bons resultados em um ano, seguidos de redução na safra posterior. No caso das outras culturas, o principal fator que contribuiu para reduzir a produção foi a estiagem observada em vários estados.
O destaque positivo ficou por conta da cana-de-açúcar, cuja produção cresceu 1,9% em relação a 2004, principalmente por causa da expansão da cultura para a região Centro-Oeste. A cana-de-acúcar, depois da soja, é a segunda cultura na produção agrícola nacional, respondendo por 13,8% da produção. Também houve aumento na produção de banana (1,8%), da batata-inglesa (2,7%) e de mandioca (8,1%).
Entre os estados, São Paulo continua detendo a maior participação no valor da produção agrícola brasileira (17,6%), sendo o maior produtor de laranja, cana-de açúcar e banana do país. Os paulistas também se destacam nos cultivos de batata-inglesa, tomate, uva milho e café.
Em segundo lugar, ocupando a posição que no ano passado era do Paraná, vem Mato Grosso, com 13,9% da produção agrícola. O estado da região Centro-Oeste é o maior produtor de algodão herbáceo (45,9%) e de soja (34,7%) do país e também tem grande participação nas culturas de arroz (17,2%) e de milho (9,9%).
Afetados pela estiagem, Paraná e Rio Grande do Sul perderam uma posição no ranking nacional em relação ao ano anterior, e agora ocupam o 3º e 5º lugares respectivamente.