Cotação em baixa contém pressa na colheita de café

Por: Gazeta Mercantil

 São Paulo, 20 de Junho de 2006 – Até semana passada a colheita do café estava ligeiramente adiantada em relação a 2005. No dia 7 de junho o País tinha 20% da safra colhida versus 19% de igual período do ano passado. Esta semana, porém, houve mudança de atitude dos produtores.


Com o preço do grão caindo a 97,25 centavos de dólar por libra-preso em Nova York nos contratos de setembro (queda de 2% no dia), os produtores brasileiros preferiram primar pela qualidade e esperar pela maturação correta dos grãos. ‘Este ano teremos uma safra de altíssima qualidade. Como estávamos um pouco adiantados na colheita, porém com grão ainda verdes, eles resolveram esperar. Então, até o dia 14 deste mês ficamos empatados com 2005’, disse o analista da consultoria Safras & Mercado Gil Carlos Barabach.


Segundo o analista, o preço ainda pode cair devido ao momento de pico de colheita da nossa safra. ‘Porém ele já está baixo, logo não há tanta vantagem em acelerar a colheita agora’, disse. A colheita ainda está adiantada se olharmos isoladamente por qualidade de grão. O café arábica está, até o dia 14 de junho, com 17% da colheita já feita, sendo que havia 16% no mesmo dia em 2005. O grão do tipo conillon está com metade da colheita já feita, ligeira alta em relação aos 49% registrados no ano passado. Em dados totais temos 10,8 milhões de sacas colhidas, para um previsão de safra de 43,5 milhões de sacas.


Posição incomum Este ano, os investidores que possuem estão em posição atípica. ‘Como o inverno no Brasil dá pouquíssimos sinais de geada, os investidores optaram por posições vendidas. Geralmente nesta época estão comprados. Se houver geada, é só vender’, explica o consultor da Safras. Segundo ele, o contexto deixa o mercado mais nervoso porque a cada boletim metereológico ruim há oscilação forte.


Caso desta segunda-feira, em que o café teve queda de 2% em Londres. O boletim meteorológico para esta semana mostra que a temperatura pode cair até dois graus. ‘O que ainda nos deixa longe de risco de geada’, finaliza Barabach.


(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados – Pág. 12)(Juan Velásquez)

Mais Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.