Federação dos Cafeicultores do Cerrado premia melhores cafés da Safra em evento marcado pela emoção

Valores comercializados ultrapassam os R$870 mil

14 de novembro de 2017 | Sem comentários Produção Sustentabilidade

 
Emoção foi a palavra chave no V Prêmio Região do Cerrado Mineiro. A noite do último dia 10 de novembro premiou os melhores cafés da safra, revelando os produtores dos melhores lotes. Cafés com perfis sensoriais únicos, que encantaram em aroma e sabor. Os grandes campeões tiveram notas expressivas ultrapassando os 90 pontos em qualidade. A cerimônia de premiação aconteceu em Uberlândia e reuniu cerca de 450 pessoas de todos os elos da cadeia do café, concretizando um dos pilares da Federação dos Cafeicultores do Cerrado que é conectar as pessoas do mundo do café.
Logo na abertura um momento de grande comoção. A Musical Arte Fantástica abriu o evento com a música Aquarela do Cerrado, inspirada em Aquarela do Brasil e enalteceu as característica do terroir Cerrado Mineiro, a canção foi embalada pelo agitar das bandeiras do Cerrado que todos os participantes receberam.

Homenagens

A Federação dos Cafeicultores do Cerrado todos os anos concede homenagens a pessoas que são fundamentais na história da Região do Cerrado Mineiro. Nesta edição foram homenageados: Nelson Carvalhaes, Presidente do Cecafé; Antônio Alves Pereira – Tônico, melhorista da Epamig; Simão Pedro de Lima, Superintendente da Expocaccer e Geraldo Eustáquio Miranda, CEO da
Cafebras.

Modelos de comercialização

Mais uma vez os lotes foram comercializados em dois modelos. O primeiro modelo foi o de venda antecipadas dos lotes onde a maior parte das sacas são vendidas para o mercado interno para cafeterias e torrefações de várias partes do Brasil. Em breve os lotes estarão à disposição dos consumidores. Os compradores do lotes de forma antecipada foram: Lucca Cafés Especiais, Suplicy Cafés Especiais, Nuance Cafés Especiais, Mundo Café, Dulcerrado Cafés Especiais do Produtor, Tres, William and Sons Coffee Co., Ateliê do Grão e King Cafés.
 
A segunda forma de comercialização foi o leilão que este ano comercializou 856 sacas de 60 quilos de café, em 38 lotes. O Café Cajubá deu o maior lance do leilão arrematando o campeão da categoria natural por R$2.549,00. A Terra Forte levou o maior número de lotes, 10 no total, seguido da Três Corações com 6 lotes. Ainda garantiram seus lotes as empresas: Stockler, Café São Gotardo, Expocaccer, Nutrade e Cafebras.
O V Prêmio Região do Cerrado Mineiro movimentou R$873.696,80 com a venda dos lotes nas duas modalidades.
 
Premiados

O Prêmio Região do Cerrado Mineiro é dividido em duas categorias: natural e cereja descascado.  Ao todo foram provadas 200 amostras até que se chegasse aos 20 melhores cafés Cereja Descascado e os 30 melhores Naturais. A avaliação este ano foi feita em várias etapas. Um primeiro grupo de Q-Graders fez a seleção dos 50 melhores cafés. Em seguida foi feita a etapa que avaliou os critérios ético e de rastreabilidade, que foi apurado em visitas à fazenda de cada finalista. Depois os lotes dos cafés finalistas foram depositados na Expocaccer onde foram conferidos e feita uma nova prova de conferência das amostras enviadas, com os lotes depositados. Por fim a última fase, um novo time de Q-Graders fez o ranqueamento dos cafés em nova uma rodada de provas. A nota do ranqueamento, onde o café foi avaliado sensorialmente pela metodologia da associação americana de cafés especiais, teve peso 2 e a nota da etapa ético e rastreável teve peso 1, na nota final. Todo o processo de análise sensorial, através das provas dos cafés – foi coordenado pela Savassi Certificação e contou com a auditoria da Safe Trace.

Na categoria Cereja Descascado mais uma vez foram os décimos que decidiram as colocações. O terceiro lugar foi para a Família Naimeg, que obteve 88,25 pontos na avaliação sensorial e 100% de aproveitamento nos critérios ético e rastreável. O Bourbon Amarelo da Fazenda Pântano 1, em Coromandel, tem sabor de morango ao leite, chocolate, açúcar mascavo, papaia, frutas amarelas como pêssego e manga, frutado intenso, mel e melaço.

O segundo lugar da categoria foi para Família Ferrero da Fazenda Pântano em Patos de Minas. O Bourbon Vermelho obteve 88,33 pontos na avaliação sensorial e a fazenda teve 100% de aproveitamento no critério ético e rastreável. Nas nuances se destacam o sabor de limão, agridoce, mel, frutado, frutas amarelas, doce de leite, chocolate ao leite e herbal.
No 1º lugar um feito inédito. Primeiro o filho foi campeão da mesma categoria em 2013, Lúcio Velloso; agora o pai alcançou esse feito, Fausto Velloso da Fazenda São Luiz, em Carmo do Paranaíba. O café da variedade Catuaí Vermelho obteve 89,08 na avaliação sensorial pontos e nos critérios ético e rastreável a propriedade obteve 100% de aproveitamento. Destaque para o sabor melão, chocolate, limão, frutas vermelhas, cereja, caramelo, morango, frutado e biscoito maisena.
 
Na Categoria Natural o 3º lugar ficou com Érika Urban Rodrigues, da Fazenda Sobro em Coromandel. Com 100% de aproveitamento nos critérios ético e rastreável e 90,04 pontos na avaliação sensorial o café da variedade Bourbon Amarelo se destacou no sabor frutado, garapa, guaraná, morango, chocolate amargo, caramelo, cereja, laranja e damasco.
 
O segundo lugar da Categoria Natural foi para Ismael de Andrade da Fazenda São Silvestre em Serra do Salitre. O lote obteve 91,54 pontos na avaliação sensorial e 97% nos critérios ético e rastreáveis. O destaque do Icatu Amarelo em seu sabor foram notas de frutas vermelhas, mamão, maçã verde, rapadura, caramelo, morango com leite, chocolate, geleia de frutas silvestres e pão de mel.

O campeão da Categoria Natural foi o estreante Evandro Sanchez da Fazenda Dois Irmãos também de Coromandel. A fazenda obteve 100% de aproveitamento nos critérios ético e rastreável e na avaliação sensorial 90,29 pontos. O catuaí amarelo se destacou com sabor de caramelo, bala de laranja, pão de mel, frutas vermelhas, frutado, rapadura e baunilha.

Os lotes eram compostos de 20 sacas; 14 delas foram vendidas antecipadamente. O terceiro lugar recebeu R$1.320,00 por saca, o segundo lugar R$1.540,00 por saca e o campeão R$1.980,00 por saca. O restante do lotes, 6 sacas, foram a leilão.
 
A emoção de vencer

Para Fausto Velloso, campeão da Categoria Cereja Descascado a vitória é de  toda a equipe e família. “É difícil definir essa emoção. Esse Prêmio não apenas pertence a mim mas a todos os colaboradores da São Luiz Estate Coffee , meus filhos Lúcio e Ana Cecília que tem participação importante na produção e a todos os envolvidos. Vejo que este prêmio se tornou importante para toda a cafeicultura, não apenas o Cerrado Mineiro. Além disso, ele nos dá a possibilidade de nos conectar a outros produtores e assim trocarmos experiências e continuar sempre aprendendo” – finalizou Velloso.

Maria Gabriela Baracat Sanchez, filha do campeão da Categoria Natural, Evandro Sanchez é quem traduz a emoção da família. “É uma emoção única que nos alegra muito por termos a certeza de estarmos no caminho certo e nos deixa ansiosos para que a próxima colheita tenha grãos tão bons quanto esta. Acredito que o Prêmio é a soma de dedicação e amor no que se faz, seguido de uma equipe altamente preparada, qualificada e comprometida em fazer o melhor processo de produção desde a colheita, selecionando grão a grão até ela chegar a xícara” – finalizou ela.
 
O Prêmio Região do Cerrado Mineiro é uma realização da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, conta com forte apoio do Sebrae. A Syngenta foi a patrocinadora master do evento, que contou ainda com o patrocínio do Sistema Sicoob – Crediminas, Rabobank e INTL FCStone. 

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