Café: Cotações do arábica em Nova York caem 3,95% na semana com forte avanço do dólar e outros mercados


Os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam com queda de 3,95% nesta primeira semana do ano no vencimento março/16. Em contrapartida, no período, o dólar comercial avançou 2,34% ante a moeda brasileira. A questão cambial foi o principal fator de pressão para as cotações no mercado externo nestes primeiros dias de 2016 com a economia chinesa dando sinais de desaceleração e o mercado financeiro antecipando os reflexos disso.


“O café arábica sucumbiu junto com a aversão ao risco dos mercados globais”, explica o analista de mercado da Safras & Mercado, Gil Carlos Barabach.


A queda do café arábica só não foi maior na semana porque as cotações esboçaram recuperação na sessão desta sexta-feira (8) com um leve recuo do dólar. A moeda estrangeira mais valorizada ante a brasileira encoraja as exportações da commodity. Informações de agências internacionais também dão conta que os investidores no mercado externo continuam atentos as condições climáticas no Brasil. Os principais institutos meteorológicos estimam chuvas em volumes consideráveis nos próximos dias no cinturão produtivo.


Os lotes com vencimento para dezembro/15 fecharam a sessão de hoje cotados a 119,00 cents/lb com avanço de 55 pontos, o março/16 teve 121,20 cents/lb com 60 pontos de valorização. Já o contrato maio/16 anotou 123,15 cents/lb e o julho/16 encerrou o dia com 124,90 cents/lb, ambos com 55 pontos de alta.


Ainda acima de R$ 4, o dólar comercial encerrou esta sexta-feira com queda de 0,3%, cotada a R$ 4,040 na venda, após subir 2,34% na semana. O mercado financeiro teve hoje um dia de recuperação com o avanço das ações chinesas e a estabilização nos preços do petróleo, que recuaram forte nos últimos dias.


Informações de agências internacionais dão conta que os investidores seguem atentos ao desenvolvimento da safra 2016/17 do Brasil, que deve receber bons volumes de chuva neste fim de semana, segundo os principais institutos meteorológicos. No Sul de Minas Gerais, importante região produtora da variedade arábica, por exemplo, o volume acumulado nos próximos cincos dias pode ser superior a 70 milímetros. No Paraná são previstos 100 mm e no Espírito Santo 30 mm.


Outro indicativo que ajuda a derrubar as cotações são os volumes exportados pelo Brasil. Em dezembro (22 dias úteis), o volume embarcado de café totalizou 2,977 sacas de 60 kg, com média diária de 135,3 mil sacas e receita de US$ 449,8 milhões. As informações são da (Secex) Secretaria de Comércio Exterior divulgados na segunda-feira.


Em contrapartida, as exportações globais de café caíram nos primeiros dois meses do ano comercial 2015/16. Os embarques totalizaram 17,2 milhões de sacas de 60 kg em outubro e novembro, uma queda de 0,8% ante os primeiros dois meses do ano anterior.


Mercado interno


Nas praças de comercialização do Brasil, os negócios com café seguem lentos nestes primeiros dias de 2016. Com isso, alguns picos de alta foram registrados nas praças de comercialização em um cenário mais favorável ao produtor. Durante a semana, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, chegou a ficar acima de R$ 500,00 a saca.


O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje na cidade de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 570,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com baixa de 0,74% e saca cotada a R$ 534,00.




Da segunda-feira para hoje, a cidade que registrou maior variação para o tipo foi Guaxupé (MG) com queda de R$ 22,00 (-3,72%), saindo de R$ 592,00 para R$ 570,00 a saca.


O tipo 4/5 também teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 572,00 a saca – estável. A maior variação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com valorização de 2,40% e saca cotada a R$ 513,00.




Para o tipo, conforme o gráfico, a maior oscilação nesta semana foi registrada em Guaxupé (MG) que tinha saca cotada a R$ 594,00, mas caiu R$ 22,00 (-3,70%) e agora vale R$ 572,00.


O tipo 6 duro teve maior valor de negociação na cidade de Araguari (MG) com R$ 530,00 a saca e alta de 0,95%. A maior oscilação no dia ocorreu em Patrocínio (MG) com avanço de 2,04% e saca cotada a R$ 500,00.




A variação mais expressiva de preço na semana para o tipo 6 foi registrada em Guaxupé (MG), por lá a saca estava cotada a R$ 531,00 na sexta passada, mas teve desvalorização de R$ 22,00 (-4,14%), e agora está em R$ 509,00.


Na quinta-feira (5), por exemplo, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 496,31 com queda de 0,24%.


Bolsa de Londres


As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fecharam praticamente estáveis nesta sexta-feira. O contrato janeiro/16 teve US$ 1438,00 por tonelada com alta de US$ 4, o março/16 registrou US$ 1489,00 por tonelada e avanço de US$ 8, enquanto o vencimento maio/16 teve US$ 1513,00 por tonelada com valorização de US$ 4.


Na quinta-feira (7), o Indicador CEPEA/ESALQ do robusta tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 382,68 com queda de 0,75%.


Por: Jhonatas Simião

Fonte: Notícias Agrícolas

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