No mercado interno, o setor produtivo segue sem realizar grande número de vendas, apontou tradicional empresa exportadora e corretora de café de Santos (SP). “Os cafeicultores brasileiros, preocupados com a incerteza climática e os fortes aumentos nos custos dos insumos e mão de obra, vendem seus lotes com cautela e apenas para fazer caixa e cumprir os compromissos mais próximos”, afirma Escritório Carvalhaes, em seu mais recente boletim.
Outro fator que impacta o fluxo de venda é a aproximação do final do ano, que diminui o volume de lotes oferecidos ao mercado. “Lotes de café arábica de boa qualidade a finos, bem compostos em peneiras, quando chegam ao mercado são muito disputados e vendidos sempre acima dos quinhentos reais por saca”, informa o Escritório.
A empresa também alerta para os números de sacas consumidas e exportadas pelo Brasil, que geram necessidade de uma produção cada vez maior. “Com exportações anuais de 36 milhões de sacas e consumo interno ao redor de 21 milhões de sacas, o Brasil precisa, no mínimo, de safras de 57 milhões de sacas!”. O Escritório Carvalhaes lembra também a elevação do consumo mundial, apontada recentemente pela Organização Internacional do Café (leia mais). “Sem estoques significativos e enfrentando incertezas climáticas pelo terceiro ano seguido, fica difícil enxergar o Brasil entregando ao mercado safras médias de 57 a 60 milhões de sacas”, pontua o boletim da exportadora.
Clima
Nos últimos dias regiões produtoras de café do sudeste brasileiro tem recebido chuvas, mas o Escritório lembra que as altas temperaturas médias e o estado geral das lavouras preocupam bastante os cafeicultores. “Nas regiões produtoras de conilon muitos cafeicultores informam que as chuvas chegaram tarde e insuficientes. As cotações internas do conilon seguem em patamares recordes nominais”.
Veja, abaixo, os dados de mercado divulgados pelo Escritório:
Até dia 26, os embarques de novembro estavam em 2.092.189 sacas de café arábica, 237.005 sacas de café conilon, mais 156.379 sacas de café solúvel, totalizando 2.485.573 sacas embarcadas, contra 2.250.932 sacas no mesmo dia de outubro. Até o mesmo dia 26, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em novembro totalizavam 2.910.591 sacas, contra 3.233.540 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 19, quinta-feira, até o fechamento de sexta-feira, dia 27, subiu nos contratos para entrega em março próximo 140 pontos ou US$ 1,85 (R$ 7,07) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam no dia 19 a R$ 603,59 por saca, e dia 27, a R$ 624,73 por saca.
Na última sexta-feira (27/11), nos contratos para entrega em março a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 195 pontos.