Nesta terça-feira (6), as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam com leve alta, após oscilar nos dois campos durante a sessão. Esse é o terceiro pregão consecutivo de alta e os futuros avançam sobre o patamar de US$ 1,30 por libra-peso. A valorização cambial e as incertezas climáticas no Brasil continuam dando suporte ao mercado.
No mercado físico brasileiro, os preços ficaram praticamente estáveis. Os tipos mais negociados permanecem negociados na casa de R$ 500,00 a saca, mas o produtor não aparece nas praças de comercialização à espera de um melhor patamar uma vez que os custos de produção subiram bastante.
Em Nova York, os lotes do café arábica com vencimento para dezembro/15 encerraram a sessão desta terça-feira cotados a 128,10 cents/lb com alta de 55 pontos. O março/16 teve 131,20 cents/lb e o maio/16 anotou 133,30 cents/lb, ambos com avanço de 50 pontos. Já o julho/16 encerrou o dia com 135,05 cents/lb e 45 pontos positivos.
Segundo analistas, continua pesando bastante sobre o mercado a valorização cambial e o clima no Brasil. A moeda norte-americana encerrou esta terça-feira com queda de 1,48%, cotada a R$ 3,8429 na venda. O mercado financeiro ainda repercute as apostas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, eleve a taxa de juros no ano que vem. E o dólar mais enfraquecido favorece a commodity, pois desencoraja as exportações.
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No aspecto fundamental, dá suporte às cotações do arábica em Nova York as incertezas climáticas no Brasil. De acordo com mapas climáticos da Somar Meteorologia, não há previsão de precipitações generalizadas sobre o cinturão produtivo nos próximos dias. Nesta semana, apenas a zona da Mata pode receber chuvas fracas. Em outras localidades, o tempo deve ficar mais instável apenas na segunda metade da semana com uma frente fria que chega ao Sul do Brasil.
Após a primeira florada registrada no mês passado, as cidades produtoras de café necessitam de chuvas para o desenvolvimento dos chumbinhos que produzirá o café da safra 2016/17.
Para o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, "para amanhã, as bolsas manterão a atual tocada de recomposição do atual espaço de trabalho".
Mercado interno
No Brasil, os preços tiveram poucas mudanças. A maioria dos tipos seguem negociados a R$ 500,00 a saca. "O mercado interno continua lento e sem liquidez, indicando claramente, que o setor produtivo não largará o osso com facilidade", afirma Marcus Magalhães.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 575,00 e desvalorização de 0,85%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG), onde a saca subiu 1,81%, a R$ 561,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação também em Guaxupé (MG) com R$ 575,00 a saca e queda de 0,86%. A maior variação ocorreu em Franca (SP) com alta de 1,96% e saca valendo R$ 520,00.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé (MG) com R$ 518,00 a saca e queda de 0,77%. A maior oscilação registrada aconteceu em Espírito Santo do Pinhal (SP) com queda de 2,04% e saca cotada a R$ 480,00.
Na segunda-feira (5), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou avanço de 1,91% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 487,84.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na ICE Futures Europe fecharam com queda nesta terça-feira. O vencimento novembro/15 encerrou a sessão cotado a US$ 1595,00 e o janeiro/16 teve US$ 1608,00 por tonelada, ambos com desvalorização de US$ 14. O contrato março/16 registrou US$ 1620,00 por tonelada e US$ 18 de recuo.