São Paulo, 7 de Abril de 2006 – A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) deverá revisar para baixo a estimativa da safra de café 2006/07, projetada entre 40,4 milhões de sacas e 43,5 milhões de sacas, no levantamento divulgado em dezembro. Esta é a expectativa do mercado, com base na quebra da produção de café em regiões como o Sul de Minas e na Zona da Mata mineira devido à falta de chuvas em janeiro. À espera de que a possível redução dos números da Conab provoque alta dos preços, produtores evitam vender o café estocado.
“A safra deverá ser estimada entre 38 milhões de sacas e 40 milhões de sacas de café. Foram registradas quebras no Sul de Minas, no Cerrado e no Espírito Santo e na Bahia”, diz o assessor da comissão técnica de café da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Rodrigo Pontes. Levantamento da Fundação Procafé realizado no início de fevereiro apontou queda de 9% nas regiões Sul e Sudoeste de Minas Gerais, causada por veranico (longo período de estiagem) em janeiro, época de formação dos grãos.
“O sentimento do mercado é de números menores. Os produtores estão aguardando a projeção da Conab e como ficarão os preços para decidir suas vendas”, diz Eduardo Carvalhaes, do Escritório Carvalhaes. Desde o início da semana, a saca de café de boa qualidade é negociada a R$ 255.
Para o analista da Safras & Mercado, Gil Barabach, a Conab deverá manter o mesmo intervalo estimado na estimativa passada. “Os números apresentados pela Conab já estavam mais baixos que os do mercado. A quebra de regiões como a Zona da Mata mineira deverá ser compensada pelo bom desempenho de algumas áreas de São Paulo e do Paraná”, diz. Até 31 de março, 86% da safra 2005/06, estimada em 34,3 milhões de sacas pela Safras & Mercado, tinha sido vendida.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados – Pág. 12)(Chiara Quintão)