SECA NO BRASIL FAZ FUNDOS FICAREM COMPRADOS Por Rodrigo Costa

10 de fevereiro de 2014 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

Comentário Semanal – de 3 a 7 de fevereiro de 2014


A criação de vagas no mercado de trabalho americano em Dezembro foi menor do que estimada, e a taxa de desemprego no país melhorou módicos 0.1%. A percepção é que nada deve mudar sobre as reduções de compras de títulos pelo Banco Central local.


A maioria das principais bolsas acionárias fechou em alta na semana passada, enquanto o dólar americano desvalorizou e as commodities tiveram destaques de valorização.


Dentre elas o café em Nova Iorque mais uma vez liderou, com os ganhos de US$ 13.89 a saca, impulsionado pelas perspectivas de perdas de produção em função da seca no Brasil, e com os fundos “virando a mão” e estando agora com uma posição comprada depois de tanto tempo ganhando dinheiro com as quedas.


Os comerciais, leia-se origens e tradings, aproveitam para dar liquidez as compras dos especuladores. O COT (relatório de participantes) aponta que o volume vendido na bolsa pelos produtores foi de mais de 5 milhões de sacas até a terça-feira dia 4 de fevereiro. Certamente venderam ainda mais nos últimos três dias.


A semana foi extremamente agitada com intervalos diários de negociação ao redor de 10 centavos por libra em todos os dias – com exceção de uma sessão, e um recorde de volume de contratos negociados, 376,892 lotes, ou mais de duas vezes o total de contratos em aberto.


O incremento acentuado da margem-inicial requerida pela bolsa também pode ser responsabilizado pela cobertura de posições (e o rallye), inclusive de agentes que estavam “hedgeados” e foram forçados a levantar hedges – atitude questionada por muitos que talvez aponte mais para o erro da ICE em deixar a margem demasiadamente baixa até duas semanas atrás.


Londres não conseguiu sustentar ganhos. Na verdade o robusta listado na LIFFE escorregou US$ 2.10 a saca fazendo com que a arbitragem alargasse para 57.70 centavos por libra (2ª posição).


O físico, principalmente no Brasil, movimentou bastante café e a valores acima do preço de exercício das opções. A maior parte dos analistas já fala em perdas maiores do que as 3 milhões de sacas que seriam compradas pelo governo, sendo que é claro é café que desaparece no caso da seca.


A produção mundial de 14/15, portanto deve ser deficitária, e o quadro também prejudicará o ciclo de 15/16, fatores que se somam a problemas de fungos na América Central e baixos tratos culturais que agravam o quadro.


Mesmo que as chuvas comecem a cair, o que alguns institutos de meteorologia crêem que acontecerá já no próximo final de semana, o tempo seco e as temperaturas elevadas de janeiro já causaram um estrago, o que fará que compradores provenham suporte ao terminal de US$ 130 centavos para baixo.


Os produtores de robusta tem tudo para verem seu produto ganhar mais rapidamente participação no mercado, mas para isso precisam ser confirmadas safras acima de 30 milhões de sacas no Vietnã como alguns sugerem que aconteça já no próximo ano.


Uma boa semana e muito bons negócios a todos.
 
*Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting

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