São Paulo, 8 de Fevereiro de 2006 – A baixa disponibilidade do café brasileiro da safra 2005/06 neste período de entressafra provocou dois efeitos nas exportações de janeiro do produto (total de verde e solúvel): alta dos preços e redução do volume. O preço médio por saca aumentou 24,3%, para US$ 113,9, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). O volume exportado recuou 20,1%, para 1,801 milhão de sacas. A receita teve ligeira queda de 0,7%, para US$ 205,226 milhões.
“O preço médio mais alto reflete a recuperação internacional das cotações por causa da oferta justa de café”, diz o diretor do Cecafé, Guilherme Braga. Segundo ele, a queda do volume já era esperada diante da safra pequena do Brasil, de 33,3 milhões de sacas, de acordo com a Companhia Brasileira de Abastecimento (Conab).
“A redução do volume exportado em janeiro sinaliza retração nos próximos meses”, avalia Braga. O quadro deve ser revertido em julho, com a entrada da safra nova de café. O diretor do Cecafé destaca que os embarques de janeiro de 2005 responderam por 8,5% das 26,1 milhões de sacas exportadas no ano. “Este ano, a participação foi de 6,6% das 27,1 milhões de sacas estimadas para o ano”, diz Braga.
As exportações de café verde caíram 17,5%, para 1,642 milhão de sacas, enquanto as de solúvel recuaram 39,7%, para o equivalente a 159,764 mil sacas. “A queda mais expressiva do café solúvel deveu-se à antecipação de parte dos embarques em dezembro”, afirma. Os principais mercados do café brasileiro foram Alemanha, Estados Unidos e Itália.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados – Pág. 12)(Chiara Quintão)