Estrangeiras apostam em aquisições de concorrentes brasileiras |
O mercado de café começou o ano agitado. Duas megaoperações mostram o contínuo interesse de multinacionais pelos consumidores brasileiros do grão torrado e moído, um mercado que consumiu no ano passado 16 milhões de sacas. No apagar das luzes de 2005, no dia 30 de dezembro, a Santa Clara anunciou uma joint-venture com a israelense Strauss-Elite, controladora da Café 3 Corações. No dia 16 de janeiro, foi a vez da Melitta comprar a Café Bom Jesus. No caso do grupo israelense, um dos dez maiores no ramo de café no mundo, a joint-venture criou uma nova empresa, a Santa Clara Participações, com sede no Nordeste. A participação de mercado é de 70 mil toneladas anuais de café torrado e moído, o que consolida a empresa no segundo lugar do ranking no País. Mas o que ela quer é brigar pela liderança. “Combinaremos o potencial da Santa Clara, sua experiência de mercado, seu espírito de liderança e seus avanços tecnológicos ao potencial de desenvolvimento de novos produtos e a tradição na atuação internacional do Strauss-Elite”, afirma Pieter Polhuijs, da Strauss-Elite, que assume a presidência do Conselho de Adminis tração. A Café 3 Corações é a oitava torrefadora do País e líder na categoria capuecino. A Santa Clara tem sede no Ceará e começou sua expansão em direção ao Sudeste com a compra da torrefadora Pimpinella, no Rio de Janeiro, em 2000. Já a Melitta do Brasil quer expandir os negócios no Sul do País. Para isso, adquiriu a Café Bom Jesus, 14″ no ranking das torrefadoras, com sede em Caxias do Sul (RS). “Vamos investir para aumentar a capacidade de produeão da Café Bom Jesus” afirma Bernardo Wolfson, presidente da Melitta. A multinacional alemã, dessa forma, consolida a terceira posição. A empresa é bastante conhecida por produzir filtros de papel. Em primeiro lugar vem a americana Sara Lee, que entrou no mercado brasileiro no final do anos 90, gerando profundas mudanças nos hábitos do consumidor nacional de café. Os movimentos da israelense e da alemã são mais um capítulo na história do café brasileiro. |