SÃO PAULO (Reuters) – A cochonilha da roseta, praga já tradicional do café, pode causar perdas importantes na produção do robusta conillon do Espírito Santo, o maior produtor dessa variedade no país, disseram cafeicultores nesta terça-feira. O governo do Estado, no entanto, descarta totalmente um prejuízo de grandes dimensões.
Segundo Antonio Joaquim de Souza Neto, presidente da cooperativa Cooabriel, em São Gabriel da Palha, no norte do Estado, o nível de infestação subiu muito em relação ao ano passado. A cooperativa é a maior do Espírito Santo. Segundo ele, algumas fazendas poderão perder até metade da produção.
Souza Neto estimou uma perda média no Estado de 20 por cento da produção do conillon por causa da praga, um inseto que ataca as rosetas, locais onde brotam os grãos.
Outros produtores também relataram grandes perdas por conta da praga, como Moyses Covre, que produz 40 mil sacas anuais de conollon em Pinheiro, norte do Estado. “Eu, mesmo tomando todos os cuidados, devo perder 5 por cento da produção.”
A perda estimada por alguns produtores, no entanto, é contestada por entidades governamentais e outros setores da cafeicultura. Frederico Daher, superintendente do Cetcaf (Centro de Desenvolvimento Tecnológico do Café) diz que a praga está sob controle. “Ainda é cedo para avaliar, mas não me parece que o quadro piorou em relação a anos anteriores.”
Já Enio Bergoli, presidente do Incaper, órgão ligado ao governo do Estado, é categórico: “Mesmo com a cochonilha, a produção de conillon baterá recorde no Estado e não será menor do que as 6,8 milhões de sacas estimadas pela Conab”.
Segundo Bergoli, somente no final de fevereiro será possível dimensionar as perdas com precisão, “mas certamente não haverá uma quebra de 20 por cento”. Ele admitiu, no entanto, que o nível de infestação pela praga é recorde.