Café : Nova York pode ter recuo técnico, para ganhar força

Por: Café da Terra

31/08/2011

 
São Paulo, 31 – Os contratos futuros de café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US)
tiveram ontem mais uma sessão de alta, favorecidos pela baixa oferta em plena colheita
brasileira. O mercado também está atento ao clima, na expectativa de que chuvas que possam
induzir a florada da safra do Brasil do ano que vem. As cotações romperam o nível de 285 cents e podem buscar agora 300 cents.


Em agosto, o vencimento para dezembro acumula valorização de cerca de 17%. Este ano, o ganho alcança até o momento perto de 24%. Nos últimos 12 meses, o contrato subiu aproximadamente 60%.


Conforme corretor da Terra Futuros, o mercado de arábica tem registrado elevação consistente desde o dia 10 de agosto. “Um recuo é necessário, inclusive para as cotações voltarem a tomar fôlego”, diz. “O problema é que não se sabe quando e nem em que proporção virá essa baixa”, acrescenta. Por volta das 7h15, dezembro caia 0,31% (90 pontos), a 285,80 cents.


O corretor diz que Nova York tem se sustentado na baixa oferta de café, em plena colheita
brasileira. “O produtor está capitalizado, com pouco interesse de venda, esperando níveis cada
vez mais altos”, informa. “O exportador tem de pagar o que pede o vendedor”, garante.


Além disso, o mercado é climático novamente, passado o período crítico de risco de geadas nos
cafezais. A preocupação agora é com a falta de chuvas nas regiões produtoras. Sem água, os
cafezais podem ter uma florada frustrante, prejudicando a colheita do ano que vem.


O vencimento do café para dezembro acabou fechando em alta de 079% (225 pontos), a 286,70 cents. A máxima foi de 286,95 cents (mais 250 pontos). A mínima ficou em 278,40 cents (menos 605 pontos).


Os contratos futuros de arábica negociados na BM&FBovespa fecharam em alta ontem. O início
do período de notificação de entrega do setembro começa na próxima sexta (2). No entanto, o
contrato carrega ainda 2.963 lotes em aberto. O vencimento dezembro/11, o mais liquido com
5.264 lotes em aberto, subiu US$ 9,90, a US$ 377,45 a saca. O vencimento setembro/11
avançou US$ 7,90, a US$ 376,20 a saca. A firmeza da BM&FBovespa também tem contribuído
para sustentar o mercado em Nova York


Clima


A Somar Meteorologia informa que modelos meteorológicos indicam que a tendência é que as
chuvas retornem às regiões produtoras de café entre os dias 10 e 15 de setembro, com volumes acumulados superiores aos 10 mm, quantidade suficiente para provocar a abertura dos botões florais. “Já para essa semana não há previsões de chuvas que possam atrapalhar o andamento e finalização da colheita e secagem dos grãos”, informa o agrônomo da Somar, Marco Antonio dos Santos.


Conforme avaliação da Somar, a colheita do café seguiu em ritmo acelerado na semana passada.
Estima-se que quase 93% dos cafezais de São Paulo e Minas Gerais já foram colhidos. As
condições climáticas estão favoráveis à colheita e à secagem dos grãos. Isso vem “resultando em grãos com excelente qualidade. Com isso, há relatos de dificuldade de se encontrar no mercado, cafés tipo 7 e de bebida dura para pior e rio.


As geadas ocorridas no fim de junho e no início de agosto afetaram várias lavouras de café das
regiões sul de Minas Gerais e de São Paulo. Haverá, portanto, uma redução na produção de café do ano que vem, embora não exista previsão sobre grau de redução na produção da próxima safra.


Mercado físico


O mercado físico de café continua a registrar valorização, puxado pela alta dos contratos futuros na Bolsa de Nova York.”Não está fácil para o comprador”, resumiu um corretor de Santos (SP).


O comentário na praça de Santos é que café tipo 6, do sul de Minas, com 15% de catação, está cotado entre R$ 535/R$ 540 a saca. A Sara Lee teria comprado café a R$ 543 a saca.


Os pesquisadores de Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informam
que as cotações do café arábica oscilaram fortemente na Bolsa de Nova York ontem e fecharam o dia com leve alta. Apesar disso, no Brasil, o mercado esteve mais firme durante todo o dia, apresentando maior liquidez. Segundo apurou o Cepea, o volume de negócios fechados foi superior ao do dia anterior.


O indicador Cepea/Esalq do arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto na capital paulista,
fechou a R$ 512,98/saca de 60 kg, avanço de 0,8% em relação ao dia anterior. A moeda
norte-americana ficou a R$ 1,5880, queda de 0,3% no dia.


O indicador Cepea/Esalq do robusta tipo 6 peneira 13 acima fechou o dia a R$ 229,77/saca de 60 kg, alta de 0,2% em relação a ontem. O tipo 7/8 bica corrida finalizou a R$ 219,22/saca de 60 kg, avanço de 0,5% no mesmo período – ambos a retirar no Espírito Santo.


Levantamento preliminar do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) mostra que
os embarques de grãos verdes em agosto, até ontem, alcançavam 2.338.323 sacas, alta de
30,5% em relação ao mesmo período do mês anterior. Em julho passado foram embarcadas
2.032.709 sacas. Até sexta, haviam sido emitidos certificados de origem para 2.756.579 sacas de café, resultado 24,6% maior ante mesmo período do mês anterior.


Fonte : Broadcast


 

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