CONTROLE DAS CIGARRAS DO CAFEEIRO

A proliferação e ataque das cigarras nos cafezais do cerrado são decorrente do efeito de grandes desmatamentos, que vem causando ausência de espécies hospedeiras arbóreas, diminuição de fungos parasitas das ninfas que se desenvolvem na matéria orgânica já com teor reduzido no solo da região e escassez dos inimigos naturais como tatus e pássaros.

O processo de ataque aos cafeeiros é iniciado quando as fêmeas depositam os ovos nos troncos das plantas, ocorrendo eclosão com penetração das ninfas no solo, que se fixam às raízes do cafeeiro para introdução do seu estilete e sucção da seiva da planta, podendo este ataque ter uma duração prolongada de até cinco anos.

A planta de café é sensível aos danos com 30 ninfas de espécies maiores e 60 ninfas de espécies menores, cujos sintomas visíveis na época seca debilitam sua parte aérea com clorose e deficiência nutricional nas folhas, seca na extremidade de ramos, desfolha e queda precoce de flores e frutos, ocasionando redução na produção e até a morte da planta.

Para se adotar medidas de controle torna-se imprescindível realizar uma amostragem na lavoura, visando determinar a população de ninfas no solo por planta, observando a existência de umidade do solo para se poder aplicar o controle químico somente com inseticidas ou com mistura de inseticidas-fungicidas líquidos ou granulados sistêmicos.

O controle químico é bem eficiente, podendo-se aplicar inseticidas a base de Aldicarb, Dissulfoton, Terbufos, Phorate, Carbofuran, Imidacloprid e Thiamethoxan, que também podem controlar bicho-mineiro, cochonilhas de raiz, moscas de raiz e nematóides.
Alguns produtos podem também ser associados à fungicidas de solo para controlar a ferrugem do cafeeiro como a mistura de Dissulfoton mais Triadimenol ou Cyproconazole, e de Thiamethoxan mais Cyproconazole, todas controlando também as ninfas de cigarras.

Importante observar a dosagem recomendada e modo de aplicação de cada produto a ser realizada no período de outubro a janeiro, fazendo boa distribuição na projeção da copa nos dois lados da planta e com boa profundidade no solo para melhor contato e absorção pelas raízes, possibilitando a intoxicação das ninfas ao sugarem a seiva contaminada.

Deve-se evitar a aplicação conjunta de produtos granulados sistêmicos com matéria orgânica pois a mesma proporciona maior adsorção e evitar aplicação conjunta com calcário pois este favorece maior degradação desses inseticidas.


Julio Cesar Freitas Santos / Pesquisador Fitotecnísta
Embrapa Café / Epamig Patrocínio

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