COBERTURA DO SOLO COMO ALTERNATIVA NO CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NA LAVOURA CAFEEIRA

Na estratégia de se alcançar e manter uma cafeicultura sustentável, exige-se atenção constante para melhoria da qualidade de processos e de produtos, que poderá se refletir num maior retorno econômico, maior equilíbrio ambiental e melhores benefícios sociais, que por sua vez, depende totalmente do tipo do sistema de produção utilizado na lavoura, contendo racionalidade e freqüentes ajustes na aplicação dos insumos e serviços.

Na aplicação dessas práticas de condução, o controle de pragas, doenças e plantas daninhas têm induzido muitas das vezes ao consumo excessivo de defensivos agrícolas, provocando desequilíbrio nos cafeeiros, aumentando os custos de produção e causando prejuízos ao meio ambiente. O controle das plantas daninhas ou plantas infestantes exige atenção o ano inteiro, tanto na época chuvosa como seca, podendo se destacar por exercer influências direta na rentabilidade da cultura, interferindo sensivelmente na produção e afetando seu custo anual.

Através do conhecimento das populações dessas plantas infestantes e aplicações adequadas de seu manejo, pode-se extrair diversos benefícios para a lavoura, não sendo recomendado a utilização de métodos de controle isolados e repetitivos, por não apresentar maior eficiência e economia.

Considera-se ideal neste processo, a aplicação do manejo integrado das plantas daninhas, cuja utilização combinada, sucessiva e rotativa de diversos métodos de controle, proporcionam maior eficiência de ação, melhores benefícios ao solo e a cultura, consequentemente maior rentabilidade para o produtor.

Diversos estudos sobre sistema de manejo integrado são realizados de forma permanente por técnicos e produtores, buscando sempre o aprimoramento de métodos e de recursos alternativos de controle das plantas daninhas.

Exemplos de práticas de cobertura viva como plantio de culturas intercalares, utilização de adubos verdes, consorciação de cultivos perenes e pousio das plantas daninhas, e ainda, práticas de cobertura morta como biomassa de adubos verdes, resíduos de produtos beneficiados, palhada das espécies infestantes e produtos industriais alternativos, podem além de contribuir com a função específica de controlar plantas daninhas, melhorar também a conservação do solo e a nutrição do cafeeiro.

Para obtenção de melhores benefícios dessas coberturas do solo, torna-se imprescindível conhecer o potencial de interferência de seus efeitos físicos, químicos e biológicos, bem como suas interações com as espécies de plantas daninhas, visando a melhor determinação do sistema de manejo e de convivência com a cultura do café.

Julio Cesar Freitas Santos / Pesquisador Fitotecnista
Embrapa Café / Epamig Patrocínio

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