Nas regiões produtoras de café do país principalmente as caracterizadas por vegetação de cerrado é comum a apresentação de solos com baixo pH tendo elevada acidez, influenciando para que a maioria dos nutrientes presentes no solo e reposto pela adubação sejam perdidos por não serem assimilados pelas plantas. Nestes solos existem ainda alto teor de alumínio trocável e alta solubilização de manganês causando toxidez aos cafeeiros e baixos teores de cálcio e magnésio provocando deficiência nutricional.
Estes fatores limitantes tem ocasionado desequilíbrios nutricionais e prejuízos no desenvolvimento e na produtividade da lavoura cafeeira, requerendo atenção constante para a necessidade de execução da calagem que possibilita realizar essas correções.
A pratica da calagem proporciona diversos benefícios a cafeicultura como: elevação do pH do solo baixando sua acidez, promovendo maior aproveitamento das adubações com melhor assimilação dos nutrientes nitrogênio, fósforo, potássio e enxofre; neutralização do alumínio trocável e insolubilização do manganês, evitando a toxidez e contribuindo para maior crescimento e desenvolvimento do cafeeiro; fornecimento adequado de cálcio e magnésio e maior disponibilidade dos demais nutrientes suprindo a necessidade e aumentando a produtividade; melhoria da atividade microbiana do solo com aumento da decomposição da matéria orgânica, liberando mais nutrientes e fortalecendo o cafeeiro perante algum déficit hídrico; elevação da capacidade de troca de cátions pelo aumento das cargas dependentes do pH, proporcionando maior reserva de nutrientes no solo.
Para se determinar a real necessidade, a formulação de dosagem e o modo de aplicação da calagem é preciso levar em consideração alguns critérios como os resultados da análise de solo com amostras coletadas na projeção da copa e no meio da rua de café, a formação da textura do solo principalmente a porcentagem de argila, a definição do nível de saturação de base que se pretende atingir no caso do café variando de 50 a 60% em média e ainda a idade e o espaçamento da lavoura e as principais características do calcário.
Na análise da viabilidade desta prática corretiva visualiza-se: No aspecto técnico o tipo e as características do calcário, que são dependentes de suas propriedades químicas definida pela porcentagem de cálcio e magnésio, porcentagem de granulometria e poder de relativo de neutralização total. No aspecto econômico considerar a quantidade exigida pela lavoura, a distância da fonte fornecedora, o preço da tonelada e o custo do frete.
Para aplicação em lavouras a serem implantadas realizar a prática 60 a 90 dias antes do plantio em área total com incorporação do corretivo com maior profundidade. Para aplicação em lavouras já implantadas realizar a prática nos cafezais em produção no período de pós-colheita antes da esparramação do cisco, de maneira superficial ou com pequena incorporação. Em cafezais novos com espaçamento mais largos e terrenos declivosos aplicar o calcário em faixa na projeção da copa. Para o caso de lavouras com espaçamentos mais adensados fazer a aplicação do corretivo em área total.